Viajantes de Outro Mundo

Talassofobia

Atenção, a escrita seguir retrata alguns acontecimentos no oceano, se você tem Talassofobia recomendo que pule este capítulo. O próximo terá um resumo breve do que aconteceu nesse só peço que tenham paciência

Continue por sua própria conta e risco

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*Atenção, sua vida está baixa, por favor vá para um local seguro imediatamente*

Uma voz robótica soou isso na minha mente por muito tempo. Eu não conseguia abrir os olhos, meu corpo não se mexia, apenas conseguia ouvir essa voz.

- Zhìyù...

Ouvi uma outra voz no meu ouvido esquerdo, e meu corpo começou a voltar se mexer. Primeiro, levantei meu braço direito, ele estava ainda doendo mas conseguia o mexer, senti algo molhado e gelado nos meus dedos. Tentei abri os meus olhos mas com uma dificuldade monstruosa.

- Não se esforce muito... Você está gravemente ferido - Disse a mesma voz no meu ouvido

Finalmente minha visão se ajustou ao brilho do dia e do vasto mar a minha volta. Estava apoiado em uma tábua de madeira a deriva no mar. Metade do meu corpo estava dentro d'água, por isso não sentia quase nada nos meus pés, como se estivesse flutuando.

- o-onde- COF COF - Tossia rasgando a garganta por ela estar seca.

- Calma calma... Não fale muito, sua garganta tá seca, usa a água do mar pra gargarejar

Olhei para trás e avistei Paimon me olhando com pena. Era uma reação inesperada vindo dela depois de tudo. A encarei por alguns segundos até que fiz o que ela pediu. Fiz um copinho com a mão juntando pouco de água e coloquei na boca enquanto gargarejo, era horrível o gosto, queria vomitar, mas o sabor ruim fez meu corpo acordar. Olhei melhor ao redor e não havia absolutamente nada além de alguns destroços do barco onde eu estava.

- Cara... Você é azarado, encarou logo a Arconte Electro, o que tinha na cabeça? - Paimon cruzava os braços me dando bronca em seguida

- Eu não enfrentei ela, sempre soube que ela era forte demais, mas essa desgraçada veio atrás de mim todas as vezes que me via... - minha garganta ainda estava rouca mas conseguia falar normalmente agora - Você fez ela ir atrás de mim não é?

- Eu não tenho controle sobre as pessoas daqui, o que eu posso fazer é dar certas coisas, não todas, mas algumas para vocês - Ela parecia se orgulhar disso

- Certo... Então- argh! - Tentei me levantar mas meu corpo estava todo dolorido e com vários hematomas fortes no corpo

- Ainda está machucado e com a vida baixa... Recomendo que coma alguma coisa

- Como vou comer alguma coisa? Não tem nada aqui! - Estava começando a me irritar com aquela situação

- Você tá no mar e tem poder de fogo, da pra cozinhar ou fritar um peixe - Paimon puxou uma vara de pescar e encenou como se estivesse pegando um grande peixe

- Eu nem sei usar meu poder direito! - Dei um soco fraco na madeira que me apoiava

- Ei! Não grita comigo, estou tentando te ajudar - Paimon ficava um pouco corada se aproximando de mim

- Poderia me ajudar me dando algo pra comer!

Ela ficou quieta em seguida dos meus berros. Estava irritado demais. Machucado, perdido, com fome, com sede e sem meu irmão, minha família havia sumido. Um sentimento nostálgico me consumiu e fiquei com mais raiva rangendo meus dentes. Paimon coloca as mãos para trás e vira pro lado.