Capítulo 18

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Depois de se ver sozinha, Sana decidiu retornar a Sala do Chá e ir diretamente em seu alvo, o varal de fotos, parecia óbvio e de certa forma até era, porém ao encarar as mais de 100 fotos espalhadas pelo varal, percebeu que seu trabalho seria longo.

O varal se iniciava do teto, preso com pregos e seguia descendo a parede até sua metade, as paredes e teto eram de cor clara, semelhante a um bege irritante e sem graça, se fossemos comparar com o resto da sala, apenas aquela parte possuía aquele tom tão genérico, apesar disso, os enfeites pendurados no varal e alguns adereços colados a parede, faziam aquele lugar parecer mais do que era.

A detetive conseguiu analisar que haviam dez fileiras de fotos na horizontal e trinta fileiras de fotos na vertical, o que fazendo uma conta simples dava um total de 300 fotos a serem analisadas, aquilo a assustou pois não pensava que haveriam tantas fotografias, aquilo significava que precisava de mais tempo e mais calma para poder analisar cada uma, o pior é que olhando por cima, haviam diversas imagens de paisagens, até mais do que pessoas, então seu trabalho se tornou mais uma vez dificultoso.

- Okay, 300 fotos, eu consigo fazer, respira fundo e vamos logo com isso.- Sana falou consigo mesma em voz alta, buscando acalmar sua mente que, não parou por um segundo ao ver o tanto que tinham que correr ainda, sua respiração tinha se tornado afoita sem perceber, então a manager se viu obrigada a parar e respirar.

Passou a analisar a fileira 1 com calma, erguendo seu pescoço ao teto e descendo quando era preciso, as cinco primeiras fotos eram muito belas, parecendo ter sido tiradas com câmeras profissionais e em locais comuns de um centro urbano. As próximas três eram pessoas se divertindo no que parecia ser o Rabbit Hole, em sua maioria parecendo bêbados e sorridentes enquanto se abraçavam e riam. E assim foram se passando mais e mais fotos, pareciam intermináveis, a mente de Sana já parecia uma bagunça de olhar tantos rostos desconhecidos e tanto locais aleatórios, parecia que nem sabia mais o que estava procurando e foi na foto de número 83 que, se viu obrigada a parar e se sentar em uma das poltronas ali.

- Não vai funcionar desse jeito, são muitas... - Enterrou a cabeça nas mãos e suspirou, se sentia ficando louca como aquele lugar e não queria isso, parecia estar a tanto tempo ali dentro que se sentia sufocada, mesmo com o ar condicionado ligado. Talvez nem fosse o lugar, mas tudo que estava acontecendo a impedia de se concentrar, e seu tempo curto para descanso não estava ajudando. - Espera aí, vamos respirar. - A japonesa se levantou e voltou a observar as fotos, passou a tentar enxergar através do que estava vendo. - Tá bom, aqui nós temos fileiras horizontais e verticais que se assemelham muito a... Tabelas! Tabelas do Excel com linhas e colunas, igual do trabalho! Se formos pensar dessa maneira, temos dez linhas e trinta colunas, com cada linha e cada coluna podendo ser numerada... - Sana ergueu um dos braços e desenhou sobre o ar. - De um a dez e um a trinta, assim podemos localizar qualquer foto se tivermos coordenadas, que seriam dois números! Só preciso de dois números. - A detetive falava sozinha como uma louca e gesticulava ardualmente, mas não se importava nem um pouco, essa euforia estava a levando ao pensamento lógico, de qualquer forma, estava no meio do país das maravilhas, então tudo bem ser louco, não é? - Okay, até agora tivemos números ligados as páginas do livro, mas não faz sentido esses números porque em todas as sequências algum deles ultrapassa trinta... Então, o que sobra? - Levou o polegar aos lábios num movimento instintivo, em que quase roeu as unhas, mas sua mente recebeu um estalo e pode se lembrar: "A senha é 0822." - 0822! A senha do celular se encaixa, linha 8 e coluna 22! - Assim Sana não perdeu tempo e passou a contar os números da coluna 22, de maneira afoita, e a recompensa por seu raciocínio não poderia ser melhor.

Encontrou uma bela imagem de várias casas de estilo europeu antigo, alguns moinhos mais ao fundo e, o mais importante, um belo céu rosa mesclado ao amarelo se refletindo sobre um lago, estava tão aliviada ao finalmente encontrar o que tanto almejava, e o que havia lhe sido descrito por sua amada que, sentia que poderia desabafar de alegria, porém se conteve e se focou no essencial. Pegou a foto presa por um prendedor com os dedos e percebeu que, a imagem estava colada no prendedor, rasgá-la poderia danificar sua prova e ainda atrair olhares em cima de si, então resolveu fazer o mais sensato, pegou seu celular da bolsa tira-colo e tirou duas fotos da frente e duas fotos do verso, tendo o cuidado de mal respirar para que as fotos não saíssem tremidas.

Apesar do registro em seu celular, Sana resolveu examiná-las de perto enquanto ainda podia, por meio disto conseguiu encontrar uma marca clara de Jihyo, seu coraçãozinho de caneta preta na moldura branca da foto, assim pode ter certeza de que estava no caminho certo. Ao se afastar levemente do varal pode perceber que abaixo da foto de Jihyo, havia um pregador com uma foto rasgada, de forma mais específica, uma foto rasgada ao meio que aparentava ter duas pessoas se abraçando pelos ombros, uma das pessoas não podia ser identificada já que tinha sido rasgada, porém a outra não trazia dúvida nenhuma, era Jihyo.

- Por que será que o varal de fotos está recebendo visitas tão cedo hoje? - A japonesa quase deu um pulo ao escutar a voz feminina atrás de si, por algum motivo, se sentiu como se estivesse cometendo um crime e ao se virar, a sensação não melhorou muito já que o olhar da funcionária sobre si parecia tão cortante quanto uma faca. - Esse lugar é visitado mas não nesse horário, e você já é a segunda pessoa que vem e fica o observando... Espero que não tenha vindo aqui pra roubar. - A mulher pequena tinha um olhar afiado e postura perfeita, as mechas escuras estavam presas num rabo de cavalo muito bem alinhado, o conjunto social preto com o símbolo de um coelho branco simbolizava que, a mulher era uma funcionária do local.

- O quê?

- A outra espertinha que passou por aqui tentou roubar a foto, mas aparentemente não sabia que as colamos recentemente, pra não ter que lidar com coisas desse tipo... Infelizmente, ela conseguiu rasgar à foto e agora temos essa falha.

- Outra mulher veio aqui buscando por uma foto? - Se tivesse chegado um pouco antes, poderia até ter esbarrado com a leitora secreta, Sana pensava que a leitora queria manter sua identidade um mistério, mas não pensou que está chegaria ao ponto de retirar seu rosto das fotos, apenas pra não ser reconhecida.

- Foi exatamente o que eu disse, então esteja avisada, se estiver pensando em levar alguma foto embora, vou ser obrigada a chamar os seguranças e te expulsar do Rabbit Hole.

- Não! Eu não faria isso, jamais! Eu só estava interessada nas fotos porque as achei bonitas, são bem únicas. Mas você poderia me dizer como ela se parecia? - O sorriso amarelo preencheu o rosto da japonesa, o medo parecia querer transportar pelas beiradas de seu rosto, não estava fazendo necessariamente algo de errado, mas mentir lhe soava assustador sem razão, a sensação de ser descoberta parecia horrenda.

- Não! Mesmo ela sendo uma ladra é terminantemente proibido divulgar informações dos clientes com outros clientes... Por segurança daqui alguns minutos retornarei aqui, pra ter certeza de que tudo está no seu lugar. - A mulher de postura agressiva e expressão fechada disse a sentença com vigor, todo esse comportamento fez com que, Sana se sentisse insegura de perguntar sobre a mulher que passou por lá mais cedo, assim quando voltou a si, a mulher já tinha sumido do seu campo de visão e tinha perdido uma pista importante. De qualquer forma, resolveu registrar a foto rasgada em seu celular.

Não demorou para perceber que estava tensa, sentindo o frio na espinha, então por consequência correu pro banheiro, quis jogar água no rosto mas se lembrou de estar com uma camada leve de maquiagem no rosto, talvez ficasse borrada e atraísse atenção indesejada, então apenas encarou o espelho em sua frente, estava se sentindo exausta de verdade, não é como se não estivesse tendo progresso, mas ainda assim podia notar a parte abaixo de seus olhos inchada pelo cansaço, quase podia ver suas olheiras levemente aparentes, talvez a maquiagem não tenha conseguido mascará-las.

- Ela foi esperta, passou aqui antes de mim... Mas como ela sabia que eu ia vir pra cá agora? Quem estava em casa enquanto eu e Momo conversávamos? Não poderia ser Momo porque ela estava comigo o tempo inteiro antes de eu sair, Chaeyoung havia ido pro seu quarto mas voltou pra sala, além de que ela não é boa em esconder coisas... Sobra Jeongyeon, Mina e Hyeon, mas Hyeon conseguiria acessar esse lugar mesmo sem ser uma idol? Não sei... De qualquer forma, no fim, são elas que restam como suspeitas.- Sana se olhou mais uma vez, encarando os próprios olhos secos e pesados pela maquiagem. - Eu preciso voltar pra casa.

Olá, nem sei o que escrever direito aqui, tá difícil construir uma constância, as coisas não tem sido fáceis mas eu sigo tentando ;)

Gostaram da nossa detetive em ação? Eu me senti muito gênia escrevendo essa cena skksks nossa Sana é muito inteligente♡

Enfim, até!

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