O pacto

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Depois do jantar, Lili despediu-se dos seus pais e foi para os seus aposentos, assim como todos os dias ela tomou um banho de rosas perfumadas e vestiu-se para dormir.

Ela apagou a luz e ficou deitada na cama pensando em como sua vida era miserável e que preferia morrer do que se casar com um idoso de 50 anos só para manter a posição social da família.

Em um impulso, ela se levantou e pegou uma pequena lâmina que estava guardada na gaveta perto da cama.

- Belzebu, você aceita fazer um pacto comigo? — Perguntou a jovem à escuridão do seu quarto.

-Eu sei que você está aqui, você está aqui desde que eu era criança — insistiu ela depois de um tempo sem resposta.

Ela foi até ao canto mais escuro do quarto e cortou o pulso dizendo:

- Eu dou para você a minha
pureza e em troca você me livra desse casamento, eu sei que você gosta de moças puras.

- Você não tem noção de onde está se metendo — sussurrou uma voz atrás dela.

Ela virou-se e não viu ninguém, nada no ambiente havia se alterado, tudo parecia exatamente igual, não tinha qualquer sinal de uma presença estranha no seu quarto. Ela voltou a olhar para o
lugar em que derramara o sangue e sorriu vitoriosa quando encontrou o lugar limpo e o corte da sua mão cicatrizado.

"Parece que Belzebu não é assim tão difícil de convencer", pensou.

Ela guardou a lâmina e voltou a deitar-se na cama olhando para o teto, depois de uns minutos em silêncio perguntou:

-O que vai acontecer agora?

- Agora você é minha — respondeu a voz.

Instantes depois, Lili sentiu um peso em cima da cama e logo um corpo feito de sombras estava sobre ela, os olhos eram vermelhos e os dentes extremamente brancos, ele tinha um sorriso largo
no rosto.

- Então Lili, você está pronta para cumprir sua parte do acordo? —Falou sorrindo.

O coração da jovem começou a bater rapidamente e seu peito doía, ela começou a suar e se debatia tentando sair debaixo dele, luta essa que era em vão, não tem como sair de baixo de uma
sombra.

- Não, eu não quero mais esse acordo, eu só estava brincando, eu nunca quis — falou a jovem com uma voz trêmula e falha.

Belzebu sorriu ainda mais e respondeu:

- Tarde demais, agora eu já entrei na brincadeira.

Ele pegou os pulsos da Lili e os prendeu acima da cabeça segurando com uma mão, ele ergueu a outra mão e garras de metal começaram a crescer em seus dedos. Em seguida, fez um corte na
garganta dela e começou a sugar a sua alma enquanto enfiava suas garras na barriga dela e começou a comer seus órgãos.

Lili permanecia imóvel olhando para ele praticamente sem vida quando ia dar seu último suspiro.

Belzebu aproximou-se de seu ouvido e sussurrou:

- Nunca faça um pacto com um demônio, afinal você não sabe como ele vai cumprir a parte dele no acordo.

***
Hi sweetie, tudo bem?

Espero que tenham aprendido uma lição com a Lili.

Bjs.

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