Clara acorda na manhã seguinte com um peso em sua barriga, e mesmo sonolenta, percebe que é uma mulher, mas ela dormiu sozinha na noite anterior, como a mulher foi parar ali?
Ao olhar ao redor, nota que não está em seu quarto e muito menos em seu apartamento. Ela olha o relógio no criado mudo: "25 de Dezembro de 2015 – 07:25 am". Ao se tocar da data, ela se assusta e tenta levantar, mas é agarrada por uma cabeleira castanha que murmura:
— Amor só mais cinco minutinhos, é manhã de natal
Espera aí, ela conhece aquela voz. Não, não pode ser, isso é impossível, que porra estava acontecendo ali?
Ela não teve tempo para processar porque dois segundos depois, um garotinho entrou feito um furacão no quarto segurando um bebê, que ele coloca no colo da mãe, subindo em sua cama e se pondo a pular, junto a um labrador que também se instala na mesma.
— Mamãe, mamãe, é natal, vamos abrir os presentes! - ele gritava agitado e pulando enquanto o cachorro latia animado-
— Oh deixa, pra lá - ela ouve a mulher falando divertida levantar, e ao olhar o rosto dela constata que era real.
— Helena???
— Bom dia amor! - ela a encara sorrindo-
Clara surta e pula da cama em dois segundos, vestindo a primeira roupa que vê, uma calça de moletom azul e uma camiseta da NYU com um casaco, mas ao se encaminhar para porta é puxada pela mulher que segura em sua camiseta.
— Eu preciso de um balde de café, bem forte – ela diz e a beija antes que a outra saia correndo pela casa.
Ao descer, Clara dá de cara com Marta e David e toma um susto, quase caindo da escada.
— Clara querida, cuidado, você pode quebrar a cabeça desse jeito - David diz divertido ao ver a nora toda atrapalhada-
— Marta, David... Oi
— Olá mocinha, você vai a algum lugar?
— Sim, pro manicômio - ela murmura alto demais, fazendo ambos olharem confusos- Quer dizer, eu preciso comprar uma coisa, eu não demoro. – ela sai e ao chegar a rua se lembra que está em outro lugar e que suas coisas sumiram, a deixando mais desesperada. Ela volta até a casa correndo, quase dando de cara na porta – David, me empresta o seu carro?
—É claro, a chave está no aparador, você sabe - ele diz e a morena logo pega o chaveiro e sai desembestada pela porta com David logo atrás- Ei, vê se toma cuidado com a minha mini-van mocinha – o homem diz antes de Clara sair cantando pneu- O que deu nessa menina? - ele comenta consigo mesmo ao entrar em casa-
Clara dirige até Nova York, e ao chegar na porta do prédio onde mora, é barrada, Tony não a reconhece, e o Sr. Sullivan sequer se lembra de sua existência. Ela faz um escândalo, ameaçando processar meio mundo, enquanto o Concierge e o morador do prédio se perguntavam quem era aquela maluca dando aquele pití no meio da rua em plena manhã de Natal.
O mesmo aconteceu na sua própria empresa, que ela descobriu que agora, pertencia a Peter e... THÉO? COMO ASSIM? Como aquilo aconteceu?. Ela entrou em pânico quando, ao tentar argumentar com Joe, o segurança que estacionava seu carro todos os dias, e que também não tinha idéia de quem ela era, apontou para a placa que continha a nomenclatura dos cargos importantes, e percebeu que além de não estar listada no quadro de funcionários, não era ela a CEO da companhia e sim seu colega disperso.
Ficou tão atordoada que saiu andando sem rumo e ao parar no meio da rua, não notou uma Ferrari preta que freou bruscamente, quase a atropelando. Ao prestar atenção, percebeu que aquela era a SUA Ferrari, e ao ver o vidro descer ela se surpreendeu quando avistou o rapaz do dia anterior, com um belo terno, cabelo e barba muito bem alinhados, e usando Carolina Herrera. Dava pra sentir de longe o aroma amadeirado.
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Uma Mulher de Família - Clarena
RomanceE se você fizesse escolhas diferentes? E se você dissesse sim ao invés de não? E você tivesse uma segunda chance? Embarque nessa história que mostra que a vida é feita de escolhas, mas que somos humanos, cometemos erros, e que todos merecem uma segu...