De Volta a Realidade

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O Dia seguinte amanheceu como sempre no Upper East Side. Clara acordou com seu porteiro interfonando, dizendo que tinha uma encomenda para ela.

Clara levantou sonolenta, foi até a porta, e ao abrir deu de cara com um rapaz moreno de olhos verdes que carregava uma pequena caixa nas mãos

—Bom dia, senhorita!

—Bom dia, por que não deixou a encomenda na portaria como sempre?

—Porque fui orientado a entregar a senhorita, e apenas a senhorita, em mãos.

—O que pode ser isso? - ela pegou a caixa e a caneta para assinar o recibo.

—Não faço ideia, mas deve ser bem importante para o remetente que a senhorita receba, dadas as instruções. Quem sabe algum admirador apaixonado? - ele disse fazendo Clara rir. -

—Não acredito, meus admiradores admiram apenas a minha conta bancária, enfim, obrigada querido – ela pegou 10 dólares da carteira e entregou ao rapaz que sorriu.-

—De nada, espero que a senhorita descubra quem mandou – ele se virou para sair -

—Ei... Eu não te conheço de algum lugar? - ela perguntou intrigada. -

—Talvez, meu rosto é muito comum, quem sabe nós não tenhamos nos encontrado em alguma esquina por aí... Tenha um bom dia, senhorita! - ele disse sorrindo e saindo pelo corredor-

Clara ficou intrigada com aquele pacote, e sentia por alguma razão que deveria abrir. Ela se sentou na poltrona da sala e abriu.

Dentro havia um colar de asas douradas e uma carta. Ela se lembrava desse colar, era o presente que deu a Helena na formatura do Ensino Médio.

Se pôs a ler a carta que acompanhava o colar e após terminar, ela estava em prantos. Era mesmo Helena, a mulher que ela amou um dia, que ainda amava, e que nunca esqueceu, que dizia na carta que ainda a amava.

Clara estava atordoada, precisava vê-la, e dizer que deixá-la foi a coisa mais difícil que teve que fazer. E e a pior decisão que tomou. Ela se arrumou, e em poucos minutos estava em seu carro indo até Jersey, para o endereço do remetente. No caminho ela ligou para sua secretária para avisar onde iria.

—Ruby, sou eu.

—Oi chefe, como vai?

—Estou bem, preciso de um favor

—Pode falar

—Eu preciso que você cancele todos os meus compromissos de hoje.

—COMO É? Você está bem?

—Sim eu estou, vou ficar, eu preciso resolver um problema pessoal e se alguém me procurar anote o recado que eu retorno assim que puder.

—Tudo bem, boa sorte, seja lá o que você for fazer. E por favor não seja presa, o Peter te mata!

—Obrigada, eu vou precisar. E não se preocupe, o máximo que pode acontecer, sou eu marcar um casamento– disse antes de desligar e deixar Ruby completamente perdida-

Ela desceu do carro ainda nervosa, segurando o colar no pescoço e parou na porta da casa. Por alguma razão ela sabia que era a coisa certa, sentia que ela estaria ali. Ela tocou a campainha e cinco torturantes minutos depois, ela viu aqueles olhos cor de mel que ela nem sabia que sentia tanta saudade.

—Clara?

—Oi

—O que faz aqui?

—Bom eu... Eu li sua carta Lena. Eu nem sei porque estou aqui, eu... só quis vir. Quis desesperadamente te ver quando me dei conta de que você não me odiava.

Uma Mulher de Família - ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora