Despedida

429 50 17
                                    


Uma semana se passou e era aniversário de casamento das duas. Helena comprou escondido o terninho que Clara queria. A mulher ficou sensibilizada com gesto de carinho, porém não sabia da data comemorativa.

Para que ela não se magoasse, ela pensou muito rápido e conseguiu enganar Helena dizendo que o presente dela seria entregue mais tarde, o que lhe deu tempo de conversar com Rafael e ter a ideia de levar Helena a uma noite romântica em Nova York.

Foram a um restaurante chique, onde tiveram um jantar com tudo que tinham direito. Logo depois foram para a suíte de um hotel de luxo, onde dançaram, conversaram, se divertiram.

Clara estava pouco se importando o com o valor, ela queria dar uma noite memorável a sua mulher, depois e ela se preocuparia em pagar. Estavam sentadas na varanda, tomando uma taça de Champagne e trocando carícias enquanto admiravam a vista da cidade.

Clara a olhava intensamente, e ao ver o seu sorriso, ela se dava conta de que aquele amor sempre esteve lá, adormecido pelo tempo, assim como estava quando ela leu aquela carta. Ela percebeu que agora que a tinha, seria muito mais difícil deixá-la, muito mais doloroso, e ela não tinha certeza se suportaria viver sem ela outra vez.

— Você é tão linda!

— Você vai se dar bem hoje, você sabe. Mas eu adoro os elogios - ela sorriu-

— Meu Deus, depois de todo esse tempo, eu nunca deixei de te amar!

— Era tudo que eu queria ouvir – ela disse antes de ser beijada com todo amor que Clara tinha. -

Elas se amaram como há muito tempo não acontecia, e para Clara isso era literal. Ela não a tocava há treze anos, e a cada centímetro de pele que ela percorria, mais ela queria tocar.

Clara se entregou de corpo e alma a Helena, a tratou com toda delicadeza, carinho, atenção e amor. As roupas já estavam no chão há tempos, os corpos se fundiam e se encaixavam, lenta e perfeitamente, os beijos trocados eram profundos e apaixonados e as mãos se estimulavam a todo o momento, até culminar no ápice do prazer, que elas alcançaram juntas. Aquela noite foi mágica, e seria inesquecível, pelo menos era o que Clara esperava.

No dia seguinte, Clara acordou tão feliz que tudo a fazia sorrir. O trânsito para chegar em casa, a bagunça das crianças, o tempo, até as piadas do jornal. Ela tomou um banho, e antes de sair para o trabalho, ela recebeu um beijo de tirar o fôlego de Helena.

— Tenha um bom dia, amor!

— Oh com certeza eu vou ter depois disso – ela disse sorrindo e Helena deu um tapa em sua bunda rindo em seguida.

— Vai logo antes que eu te prenda na cama, de novo – ela diz sorrindo da porta enquanto Clara ri-

O dia de trabalho foi muito mais proveitoso, e no final dele, Clara teve uma surpresa. Seu sócio, Peter, apareceu na loja e depois de ser atendido por ela, ficou muito impressionado com o conhecimento da mulher.

Ele a convidou para ir até o escritório e na semana seguinte, ela foi levar o carro dele pessoalmente para conhecer o escritório. Foi apresentada a Théo que fez de tudo para deixá-la desconfortável, mas sem sucesso. Ele estava bem diferente da realidade de Clara e ela achou aquilo interessante.

Depois de um discurso excelente, ela convence Peter, e Théo depois de leva-la para conhecer o prédio, e fazer uma ameaça velada, fica sem ação quando Clara tem uma crise de riso ao ver como ele estava diferente do habitual.

Ela levou Helena para ver uma casa nova em Nova York, e após contar as novidades, tem uma nova discussão com a esposa, e dessa vez, uma briga feia.

Elas chegam em casa, e após ver Helena sumir escada acima, vai até a estante pegar um copo de whisky. Ao olhar com mais atenção a prateleira, ela encontra um livro, e dentro dele um ticket de viagem em seu nome de um vôo de Londres para Nova York. Ela se sentou na poltrona olhando o bilhete e não notou a presença de Helena, que descia as escadas. "Então eu voltei" ela pensou.

Uma Mulher de Família - ClarenaOnde histórias criam vida. Descubra agora