Capítulo 8: Puta merda!

91 15 0
                                    

O tempo espiritual passou durante a última tarefa de Kara na Terra e Jeremiah já aprendeu a andar, a voar e está aprendendo a falar. Kara insiste para a criança repetir seu nome, mas o máximo que ela consegue é um "Ka".

Sempre que Kara termina seus afazeres ela passa o resto do seu dia celeste com o garoto e suas afeições só aumentam. Quando estão juntos, seus movimentos parecem o espelho um do outro, o querubim Winn considera que quando Jeremiah adquirir a forma física de jovem-adulto, ele será o braço direito de Kara contra o mau.

Em relação à Lena, Kara sempre procurava Deus-Eliza após alguma lembrança, para tratar os sentimentos que foram compartilhados. Outra questão era que Kara começou a sentir a vibração de Lena pelos jardins dos Céus, uma diferente das referente às lembranças, e estava começando a achar que Lena aprendeu a fazer uma "anjo-chamada" (era assim que Kara chamava a comunicação mental entre os anjos). A primeira vez que ela sentiu alguém a observando, ela estava na cachoeira com Jeremiah, tentando fazer o garoto perder o medo de voar, pois nas tentativas falhas do pequeno, ele caiu no chão firme do Jardim do Éden e apresentou um receio de levantar voo acima de um metro de altura. Kara considerou que fazendo isso na água ele perderia o medo de cair. E deu certo.

Muitas vezes Kara se perguntou o que Lena estaria fazendo, mas obedeceu a orientação do Deus-Cat de aguardar até a próxima Reunião dos Mortos. Faltava poucas horas celestiais para a próxima reunião.

Já no Inferno, Lena recebeu as informações dos demônios sobre os endereços que ela mandou averiguar, passou um status superficial para Lilian sobre a sua carteira de pecadores e sempre que ela tinha uma brecha na sua agenda, ela acompanhava as imagens da Terra no Parlamento Infernal, na expectativa de saber os locais que Kara costumava aparecer, porém até o momento não havia determinado um padrão, isso quando ela conseguia reconhecer o anjo nas imagens. Lena já estava se convencendo de que se quisesse saber o paradeiro do anjo, ela teria que se entregar para as vibrações da angelical e aprender a como observá-la de longe.

Além disso, Lena levantou a informação sobre os nefilins, conforme Lilian ordenou. Ela verificou que não havia mais nefilins depois que Deus lançou o grande dilúvio, para acabar com os pecadores, inclusive os nefilins. O espantoso era que após o dilúvio houve um nefilim na Terra e ele morreu recentemente, e pior, era o bebê que ela segurou com as próprias mãos.

Antes de entregar suas descobertas para Lilian, Lena resolveu investigar mais sobre o caso e decidiu ir até a sétima esfera, a dos violentos, para conversar com a mãe do bebê. Nesta esfera os condenados tiranos e assaltantes recebiam flechadas enquanto ficavam no rio de sangue fervente.

Lena demorou um pouco para identificar a mulher, pois ver a condenada molhada de sangue e com a pele cheia de queimaduras e bolhas não era o que ela lembrava de sua aparência da Câmara dos Mortos. Ao encontrá-la, Lena sobrevoa a mulher que luta contra o rio de sangue fervente para deixar sua cabeça fora dele.

— Eu preciso falar contigo – anuncia Lena.

Antes que a mulher possa expressar qualquer reação, uma flecha acerta o braço da mulher, que grita de dor em resposta.

— Faça parar! – a mulher grita implorando para Lena.

— Eu farei enquanto você responde minhas perguntas.

— O que você quiser, só me tira daqui! – grita a mulher.

Lena usa seus poderes para tirar a condenada do rio fervente e uma outra flecha vem em sua direção, porém Lena a para com seus poderes e faz a flecha voltar de onde veio, acertando um demônio.

— Você teve um filho com um anjo. Qual o nome do anjo? – Lena exige.

— Miguel! O nome dele é Miguel! – a mulher responde de olhos arregalados em espanto, percebendo que ela não consegue mentir.

O Anjo RaptadoOnde histórias criam vida. Descubra agora