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Bryan Rutherford

— Connor vai ficar na ala-esquerda e Bryan na central. — o treinador ditou enquanto nós terminavámos de calçar os patins. — Ray no gol, Copper na ala-direita, Logan e Asher como defensores no próximo jogo.

— Ala-direita? — Copper exclamou. — Sou canhoto.

— É bom começar a treinar os dois lados se quer passar na competição, Coop. — Connor debochou e se ergueu, patinando pela pista, fazendo um reconhecimento habitual.

— Bryan — o treinador tocou meu ombro e lhe olhei de relance. — Os próximos adversários usam de violência suja nos jogos. Bom, mais violência que o normal. Use a sua também, mas revide com cautela. Sair lesionado não vale a pena.

Concordei imediatamente e me levantei, adentrando a pista de gelo. Patinei por alguns minutos, pegando a prática dos movimentos e agarrei o taco que Connor me jogou. O taco em formato de " L" era meu único companheiro, o único que eu realmente confiava.

O hóquei era um esporte de contato, de atrito bruto, e muitas vezes, a lesão era inevitável. Nem todas as surras e machucados conseguidos em campo nos dava vantagem contra o adversário - a famosa falta - por isso, era importante manter o controle de cada movimento de membros e principalmente, saber revidar com excelência.

O time reserva adentrou a pista e se pôs nos seus lugares, o meu time assoviou preparado e me inclinei para frente colocando o disco preto na red line, a linha que dava início a partida.

— Bryan, foco. — o treinador me lembrou. — Se você vai bem, o time vai bem.

Eu sabia. Eu era o líder.

Eles eram refletidos em mim. Na minha imagem e liderança.

Dentro da pista, eu era o rei, eu era o cara que eles seguiam.

E porra, eu adorava esse poder.

Após o treinamento, tomei uma ducha gelada que me deixou revigorado e comecei a me preparar mentalmente para enfrentar meus adversários. O próximo jogo seria daqui a algumas semanas e cada uma das minhas energias deveria estar voltada para ganhar.

No entanto, elas não estavam.

Principalmente, quando se tratava dela.

Os caras - Logan, Connor e Asher - conversavam alto, gargalhavam e comentavam sobre as garotas que chegaram. Eu não ligava, não me importava com quem eles ficavam, mas quando o nome daquela garota surgiu, eu prestei atenção. Era impossível ignorar.

Lua.

A fodida garota que me enfrentou no meio do trote dos calouros.

A fodida garota que tinha um brilho nos olhos tão forte que eu queria, urgentemente, apagar.

— Ela quase não anda sozinha, é uma porra! — Logan comentou, vestindo sua camisa. — Judy é quase uma sombra atrás dela.

—Tem a loira. — Asher deu a ideia.

— Judy é um terreno proibido, não dá para mexer com ela.

— Uma pena. — Connor exclamou. — Judy também é uma gostosa.

— Se ela não tivesse a índole da mãe, poderia ser pegável. — falei, sem emoção alguma.

Os três se calaram por um momento, não se metendo na confusão que se instalava entre mim e Judy. Ela era antiga e nada bonita. Ninguém rebatia para defendê-la aqui. Judy era caloura na UIC, mas todos nessa sala a conheciam. Graças ao meu pai.

— Claro, mas a Lua não vai ser poupada. — Asher gargalhou. — Você viu a bunda daquela garota? Ela ficou de quatro no meio do ginásio, foi o melhor trote que eu presenciei na vida.

Broken Rules - Livro 1 (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora