Chegadas

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- Você está bem? - pergunta ele se agachando para ficar na minha altura e poder olhar em meus olhos.
-Sim estou - digo aflito, abraçando os joelhos.
- Vai me conte o que á, quero ouvir de você, o que tem a me dizer - fala ele se sentando ao chão.
Respiro fundo e reviro os olhos como quem não quer falar e confesso:
- Eu tenho pulsado de mais por um certo alguém, ele chegou recentemente, mas não sei se devo me sentir assim, me sinto aflito e confuso tão sem compasso - digo passando a mão por cima de uma das cicatrizes não tão recentes.
- Devo dizer que ele esteve muito em meus neurônios por estes dias, um lugarzinho que foi chamado de nova paixão - diz ele olhando para mim sem saber muito bem se é o certo ou não.
- Eu vi como nossa dona anda feliz, escrevendo diversos poemas de amor, de como é estar amando de novo, mas estou a deixando confusa, tenho medo de estar me machucando de novo, minhas cicatrizes da última vez que fui despedaçado ainda são visíveis, ainda sinto a dor da decepção - falo tentando não surtar.
- Tenho de concordar, me sinto inseguro com isso, não quero lhe ver com dor de novo,muito menos te ver todo quebrado fazendo nossa dona acreditar que o amor já não existe mais - diz ele num tom pessimista e desesperançoso.

Tempo depois:

- Lá vem ele - digo me sentindo palpitar rápido de mais acelerando a responsável da respiração.
-Quem, o garoto que chegou recentemente?- pergunta ele vendo mais  memórias sendo criadas em si.
- Cérebro, ela o ama, sente isso? - digo sentindo como se algo estivesse mudando.
-Sim Coração eu consigo sentir e ver, será que é pra ser mesmo? Ela está apaixonada de novo, estou com uma boa sensação - diz ele com um certo medo e continua:
- E seu estiver errado de novo como da outra vez, não posso machucar vocês de novo! - diz ele tentando se convencer que aquelas memórias não significam nada.
- Cérebro, eu acho que não, e se estiver a gente tenta de novo, essa garota tem no sangue o amor, ela é apaixonada por natureza, não é por que alguém vai me despedaçar que ela não vai arrumar um jeito de me curar, para um dia poder voltar a amar de novo, ela não vai desistir tão fácil assim de algo que está praticamente descrito em seu DNA  - digo me enchendo de esperança.
- É você está certo coração, as vezes acho que tenho certo erro genético, não sei agir pela a razão, você sempre me convence a ser sentimental - diz ele balançando a cabeça como se isso fosse algo negativo.
- Não sou eu, é a nossa querida poeta intensa - digo sentindo a endorfina que o cérebro liberou.

...

A chegada dele me assustou, mas logo me vi assustadoramente apaixonada, não sabia se devia me entregar, mas quando vi já estava a rimar o que ele me fazia sentir, criando mil e um poemas sobre como é se sentir assim...
E mais uma vez meu coração e meu cérebro entraram em acordo, me permitindo ser feliz sem sentimento de culpa por querer amar, ele chegou e roubou meu coração, e acelerou o seu processo de recuperação, me fazendo acreditar mais ainda no amor e deu ao meu cérebro memórias de todos os possíveis prazos, pois com a chegada dele, eu senti que não haveria mais despedidas.

- @poema_entre_nos
Violeta Emaranhada

Entre Escombros, Descrevo Amores Onde histórias criam vida. Descubra agora