Capítulo 2

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Balanço Henry de um lado para o outro, que apenas resmunga em resposta. Já faz quase uma semana que a Kate terminou com Henry, e ele está cada vez pior, estamos tentando ajudar de qualquer maneira, mas nada funciona.
Troco um olhar cheio de significado com David, ele também está tentando ajudar o amigo.

– Henry, você está péssimo – Falo o óbvio, mas ele nem me responde. Mordo o lábio com o pensamento que surge, provavelmente não é uma boa ideia. – Você precisa transar. – Finalmente consigo chamar a atenção do homem, ele levanta a cabeça e me encara fixamente, talvez um pouco surpreso e assustado. David me encara da mesma forma.

– Você está se oferecendo para transar comigo? – Um vestígio de sorriso nasce em Henry, arregalo os olhos.

– O quê? Não! Comigo não! – Grito em resposta, David ri.

Do jeito que você falou, Emi... Eu até ficaria depressivo só para receber essa oferta sua. – Meu Deus, as vezes eu odeio homens. Reviro os olhos para os dois.

– Eu estava dizendo para que você encontrasse uma garota legal em um bar.

– A primeira oferta era mais interessante. – David diz sarcástico, pego o travesseiro da cama de Henry e jogo com toda a força em David, que agora gargalha.

– Vamos sair hoje. – Imponho, saio do quarto quando chega uma mensagem para mim, pego o celular e olho o nome do contato.
Kate.
Por um mísero segundo me ergo com a esperança de que Kate quer um conselho meu para reconquistar Henry, mas minhas expectativas são esmagadas quando leio a mensagem:

"Ei Emi, pode me dizer se Noah tem namorada? Ele não me disse nada na última vez que conversamos."

Na última vez.
Merda.

Corro até o segundo quarto do corredor, soco a porta em batidas descompassadas, sem resposta.
Filho da puta narcisista.
Bato na porta ainda mais forte, disfarço o susto que levo quando a porta do quarto é aberta de repente, Noah está com fones de ouvido, os cabelos molhados e sem camisa, provavelmente acaba de voltar da academia.
Estou irritada demais para reparar a parede de músculos que é seu abdômen.

– O que foi? – Pergunta confuso. Enfio o celular na cara dele, sua expressão muda assim que termina de ler a mensagem.

– Que porra é essa? – Minha voz sai sombria.

– Não é isso que você está pensando, Emilly.

– É exatamente o que estou pensando. – Entro no quarto dele e fecho a porta, não quero que acidentalmente Henry acabe ouvindo. – Você está dando em cima da ex namorada do seu melhor amigo? Eles terminaram fazem apenas alguns dias, Noah!

– Não é isso, Emilly. – Ele passa a mão no rosto, parecendo exausto, tenho que reparar como ele flexiona o braço musculoso, se assemelhando a um troco.

– Eles se amam, Noah. – Noah suspira irritado, disfarço o desconforto, porque ele nunca me olhou antes com tanta intensidade como agora. – Não se mete nisso. Kate e Henry vão se resolver, você não pode impedir que isso aconteça.

– Foi ela quem me ligou. – Ele diz sério, ainda me encarando.
Vacilo um pouco pela surpresa, mas ergo a cabeça no mesmo instante.

– Eu não acredito em você. – Respondo baixo, me viro para sair do quarto, não quero que um dos garotos acabe me pegando aqui com Noah.

...

– O que acha daquela ali, perto da porta? –  Pergunto para Henry, que desde que chegamos no bar não falou com nenhuma garota.

– Ela está doida para fugir daqui – Scott diz, e tem razão, a mulher está desconfortável.

– Desiste dessa ideia, Emi. Por enquanto só quero focar no vôlei – Henry se pronuncia, ele tenta disfarçar, mas consigo notar a expressão triste.
Olho em volta do bar.
Por que é tão difícil achar uma garota como a Kate?
Vejo David e Noah conversando com uma dupla de amigas que estiveram de olho neles desde que entramos, é meio nojento ver eles agindo com as mulheres, por isso desvio o olhar.

– Você tem que esquecer essa vaca, cara. – Olho imediatamente para Scott quando ele fala.

– Ei! Você não pode chamar uma garota de vaca – Digo séria, completamente séria.
A garota pode ser uma completa babaca, e realmente uma vaca, mas nenhum homem tem o direito de falar assim de uma mulher.
Nunca.
Scott pede uma desculpa silenciosa, ignoro-o. Suspiro derrotada, sei que não vou conseguir ajudar Henry, mas tem alguém que consegue, álcool.

– Vou buscar mais bebida. – Falo forçando a animação. Me viro e caminho até o balcão do bar, leva alguns longos segundos para que alguém me atenda, um garçom simpático recolhe meu pedido, algumas cervejas baratas e um refrigerante para Scott, ele nos dá carona hoje.

– Eu conheço você de algum lugar – Viro a cabeça bruscamente quando ouço alguém falar comigo, é tipo o cara mais alto que eu já vi. Ele sorri para mim, como se eu fosse um quebra-cabeça, eu conheço ele também.
É o capitão do time adversário.

– Você não é a garota que foi expulsa da torcida no ano passado? – Desvio o olhar envergonhada, odeio quando meu pequeno incidente é relembrado. – Você deu um tapa no juiz, não foi? – Ele ri, eu arregalo os olhos.

– Olha só, aquele juiz cometeu muitas atrocidades durante o jogo. Ele fingiu que não viu muitas faltas, e era óbvio que estava mais atento ao hambúrguer que comia do que com o jogo.

– Na verdade, você nos salvou, ninguém aguentava mais ele. – Ele ri novamente, ergo as sobrancelhas – Aliás, meu nome é Richard.

– Emilly – Sorrio sem graça. – Você joga no Nort West, não é?

– Sim – Richard responde animado – Estamos comemorando a vitória agora, não quer curtir conosco?

– Ela já está comemorando com o nosso time, Richard. –  Viro a cabeça e encontro Noah ao meu lado de um modo intimidador, franzo o cenho com a intromissão na minha conversa, tento não pensar que ele dispensou aquela garota linda apenas para vir aqui dar uma de alfa para Richard.

– Bom rever você, Noah. – A voz de Richard sai completamente diferente de quando ele falava comigo. Levo um susto quando Noah passa o braço por cima dos meus ombros, fico estática no mesmo lugar.
Que porra está acontecendo aqui?
Ele se aproxima de mim, o corpo dele encosta na lateral do meu, consigo sentir cada pedaço dele, e não tenho certeza se há alguma relação com a aproximação repentina, mas fico tão tonta que preciso me apoiar nele.
O olhar de Richard vacila quando percebe a proximidade entre eu e Noah, quero afastá-lo, mas simplesmente não consigo fazer isso.

– Ela já torce para o meu time, entendeu? – Mal reconheço a voz de Noah. A mandíbula de Richard trava, percebo que David, Scott e Henry estão se aproximando. Ótimo, agora tudo vai ficar duplamente estranho.
Será que Noah chamou reforços?
Me sinto uma galinha que está sendo barganhada para quem propor o melhor preço.

– Você sumiu, Emi – Scott encara o braço de Noah em mim de um jeito estranho.

– A gente se vê, Emilly. – Richard sai com um aceno de cabeça, me afasto bruscamente de Noah.

– Você está doidão? Que porra foi essa, caralho? – Grito com ele o que acaba assustando o garçom que chegou com nossas bebidas.

– O que aconteceu? – Henry pergunta sério, saio de perto de Noah e aproximo-me de Scott.

– Quero ir para casa, Scott. Você me leva? – Pergunto um pouco mais calma, não vou ficar perto de Noah agora. Scott balança a cabeça, ele parece atordoado e um pouco irritado.

– Eu volto assim que deixar a Emi em casa. – Ele fala para os outros, Scott pousa o olhar por mais tempo em Noah.
Scott passa o braço por cima dos meus ombros, assim como Noah fez, e não faço ideia do motivo, mas sinto que isso tem a ver com o que acabou de acontecer.
Só quero que essa noite maluca acabe.

...

A probalidade no jogo (amor) Onde histórias criam vida. Descubra agora