A probalidade no jogo (amor)

Capítulo 5

Colo minha boca com a dele, nossas línguas brincam uma com a outra, exploro cada segundo desse beijo, e quando nos separamos por falta de ar vejo que acabei de beijar o Noah.
Não tenho tempo de me separar quando a boca dele desce por todo o meu corpo, em uma trilha de prazer. Quando os lábios molhados dele atingem um ponto vulnerável meu, arfo tão alto que até me assusto.
Agarro o lençol embaixo de mim com as pontas dos dedos para segurar o grito de euforia.

– Emily! – Acordo no susto, demoro muito tempo para entender o que aconteceu. Passo a mão no rosto, que porra de sonho foi esse? Ignoro a pontada logo abaixo do meu útero. – Emily? – Levo um susto novamente, porque tem alguém batendo na porta.

– O que foi? – Pergunto para Noah do outro lado da porta, levantando da cama, completamente desorientada.

– Você vai estar em casa de noite? – Bufo de ódio com a pergunta, não acredito que ele me acordou para saber se vai poder transar de noite.
Fico com tanta raiva que tenho vontade de dizer que sim, que vou ficar a noite toda em casa e fazer uma festa do pijama para estragar todos os planos dele.
Então algo surge em minha cabeça.
Será que... É a Kate que virá hoje?
Eu prefiro pensar que não, mas é o Noah, tipo o homem mais egocêntrico que conheço.

– Parker? – Noah me chama pelo sobrenome, desperto dos pensamentos novamente.

– Não, fique à vontade. Vou estar na clínica – Resolvo contar a verdade. A Doutora Aline, a veterinária que trabalha comigo, explicou que, algumas semanas antes das aulas voltarem, eles organizam uma feira de adoção de cachorros e gatos que foram abandonados na porta da clínica, dessa vez, Aline me convidou para ajudar de forma voluntária, eu aceitei na hora, já que muitos dos animais que estão para adoção fui eu quem ajudou a cuidar.
O único problema é que precisa ser de noite, já que a veterinária trabalha o dia todo.

...

– Oi Pitt – Falo com o pequeno cachorro em minha frente, Pitt mostra a língua para mim em resposta, sorrio de felicidade ao ver que o cachorro que possuía problemas renais graves, agora já corre e late por aí.
Pitt é um dos animais que mais me apeguei.
Lembro-me do dia em que ele apareceu na porta da clínica, largaram ele aqui em uma madrugada fria e chuvosa, Pitt estava debilitado, e eu estava sozinha na clínica. Naquela madrugada, o veterinário de plantão tinha ido para a emergência com muita dor de estômago, então, liguei desesperada para Aline, que veio de imediato.
Agora Pitt possuí algumas sequelas da doença, mas está mais que pronto para ser adotado.

– Você deveria levá-lo, Emi – A Doutora Aline fala atrás de mim, me afasto de Pitt e pego o formulário que ela me passa.

– Sabe que eu não posso, um dos caras que mora comigo é alérgico. – Respondo desanimada. Aline dá tapinhas em meu ombro e vai checar os outros animais, hoje temos adoação de gatos e cachorros, e aqueles que não podem adotar, contribuem com uma quantia para a clínica.

– Olá, sejam bem-vindos – Digo para um casal e uma criança que entram na clínica, a menina corre para o Pitt com um sorriso.

– Estamos procurando um presente de aniversário para essa pequena moça – A mulher fala para mim, sorridente ao ver a alegria da filha ao brincar com Pitt. – Queríamos um cachorro de pequeno porte, mas acho que ela já escolheu por nós. – Sorrio para o casal em minha frente, estou orgulhosa por Pitt, ele parece ter conseguido uma família ótima.

...

Seis animais foram adotados e fazem apenas duas horas que a feira de adoção começou, eu não poderia estar mais radiante.
No bolso do meu jaleco, meu celular vibra, pego-o e antes de atender, olho o nome, suspiro derrotada.

– O Anticristo – Choramingo para ninguém em especial, mas Aline acaba ouvindo meu desespero. Suspiro mais uma vez enquanto atendo, minha mãe fala em Italiano tão rápido que não entendo nada.