Laila Castro
"Sinto que o sofrimento me persegue, será isso um castigo?"
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•- Finalmente, senhor! - Laila esbraveja, jogando os braços para os céus e permitindo-se sentar no sofá recém aspirado. Seu corpo mostrava sinais claros de esgotamento físico; seus membros estão levemente doloridos e mal se moviam, o suor escorre por sua testa e têmporas lentamente, grudando os fios de cabelo que ficam por ali, e sua respiração está um tanto ofegante.
Laila havia despertado por volta das três da tarde, com uma torcicolo insuportável e um incômodo na coluna, mas por incrível que pareça estava se sentindo renovada. A conversa que teve com o Quackity lhe fez muito bem, bem ao ponto de fazê-la retornar para seus onze anos, onde suas preocupações eram poucas e podia ser apenas uma garota idiota com amigos idiotas. Entretanto, Laila não gosta de relembrar seu passado, por mais que viva nele inconscientemente. Ela sente seu coração pesar com tais lembranças, como se houvesse um vazio que nunca vai se preencher, e talvez por ter consciência de que não possui a mesma vontade de viver como antes. Mas com o mexicano foi diferente, enquanto conversavam pode desfrutar de uma doce sensação de nostalgia, algo que sinceramente não sabe pôr em palavras, mas que realmente estava precisando naquele momento.
Bom, após ter relaxado durante um banho quente, ela acredita que seu corpo já estava disposto para um novo dia ou o que sobrou dele. Laila foi direto arrumar a zona que carinhosamente chama de quarto, e reparou que estava bem pior do que se lembrava. Iniciou catando as caixas de remédio, jogando as cartelas vazias fora e refazendo os post-its com os respectivos horários e dosagens. Depois partiu para as roupas, distinguindo as lavadas das sujas e colocando-as em seus devidos lugares, e é claro que passou e dobrou as limpas para pôr no guarda-roupa. Arrumou a cama, e para finalizar, fez uma faxina bruta no apartamento inteiro.
Agora a morena tirava alguns minutos do seu tempo para descansar, assim, resguardar o resto energia que sobrou para que consiga meter a cara nos livros sem se frustar no processo. Mas é claro que nada que planeja dá certo. O toque do seu celular começou a lhe atormentar.
- Se tu 'tá me ligando é porque 'tá fazendo merda. Que foi, Elly? - questiona, enquanto coloca o celular na orelha. Laila já conhecia a garota tempo o suficiente para saber que algo está sendo tramado, e isso lhe deixa com um pé atrás. A última vez que recebeu uma ligação dela, acabaram indo parar em um dos bairros mais perigosos de São Paulo e ainda tirou foto com o que acredita que era um traficante.
- Ai, credo, tem nada a ver! - rebate, com o tom de voz elevado, e claramente ofendida. - Eu só queria avisar que vou passar aí 'pra te deixar um presente, 'belê?
- Tá, mas porque do nada você decidiu que vai me dar um presente? - não pode evitar em franzir as sobrancelhas para o nada. - Tem algo de errado aí.
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𝐆𝐥𝐢𝐭𝐜𝐡 || 𝑄𝑢𝑎𝑐𝑘𝑖𝑡𝑦
RomanceLaila vive seus dias normalmente como uma jovem adulta brasileira, é estudante, estagiária, filha, colega, amiga, trabalhadora e ainda mãe de pet. Ela não lamenta a vida que tem, mas se queixa dos problemas que ela lhe trouxera, principalmente os ps...