(G)I-DLE ONESHOTS

ABOUT TIME (MIMIN)

"Minnie foi para a Tailândia ontem à noite."

Miyeon para seus movimentos quando ouve a notícia de Soyeon. Ela não pode evitar a queda de seu rosto, deixando sua posição no chão para ir procurar algo em sua bolsa.

Minnie foi para a Tailândia... Minnie foi para a Tailândia... Minnie foi para...

Ela tenta ignorar o frio nauseante que a percorre quando seus dedos alcançam seu celular, os olhos apressando-se na tela para verificar as notificações. Nada. Nenhuma mensagem ou notícia da garota tailandesa para acalmar a agitação em seu coração.

"Ela tinha algum compromisso agendado?" Há uma lasca de esperança em sua voz quando ela pergunta, sem encarar nenhuma das garotas na sala, mas ainda é possível sentir o olhar das membros mais jovens queimando em sua nuca.

"Não que a gente saiba..." Yuqi diz lentamente, e algo em seu interior se quebra.

Miyeon pisca com força, tentando afastar o ardor repentino no fundo de seus olhos. É muito fácil imaginar a razão para Minnie, alguém que nunca faltou uma única prática em sete anos, sair no meio da noite para pegar um voo para casa, sem dizer a ninguém o motivo.

Ela foi encontrá-lo.

Talvez Miyeon estivesse errada antes... Talvez Minnie goste o bastante desse cara para escolher estar com ele e não ali, onde deveria. Seu peito se contrai ainda mais quando ela sente uma mão repousar gentilmente em seu ombro, uma sombra pairando sobre seu corpo inerte.

"Unnie..." Shuhua a chama, e é tudo o que é preciso para que Miyeon desista e apenas se deixe abraçar por sua amiga, engasgando quando as lágrimas finalmente decidem cair.

..

Nenhuma das garotas levanta o assunto de sua ruptura na sala de prática.

Elas não fazem perguntas. Não insistem na ideia de um porquê. E talvez nem seja preciso. Miyeon nunca fez muita questão de esconder o que sente e pensa, principalmente de suas membros, próximas demais para deixarem passar o fato de que ela se tornou uma bagunça por causa de Minnie.

Uma bagunça, em tantos sentidos, que ela não sabe ser capaz de organizar.

Em seu novo apartamento, caixas abarrotadas de seus objetos pessoais ainda estão lacradas com fita adesiva e espalhadas por metade dos cômodos semimobiliados, esperando que sua atenção se volte para elas em algum momento. Ela olha por tempo demais para o sofá verde oliva no centro da nova sala, a única coisa ali que está onde deveria, e é impossível não pensar sobre o quanto Minnie odeia aquele sofá. Em como diria não combinar em nada com o tapete off white que Miyeon ganhou da mãe no último Natal, ou mesmo com a estante grafite abrigando sua TV e o aparelho de som vintage que seu pai comprou para ela em sua última viagem ao Japão. Ela nunca se importou muito com design de interiores, mas sabe que Minnie ama.

Há tantas coisas que Minnie ama, e ainda mais coisas são capazes de fazê-la torcer o nariz em reprovação. Como Miyeon estar há um mês vivendo ali e ser incapaz de desencaixotar uma pilha de caixas para transformar seu apartamento sem vida e cheirando a naftalina em algo remotamente parecido com um lar.

Miyeon sente os joelhos dobrarem até que ela esteja sentada no chão, seus pés descalços desaparecendo sob a grossa camada felpuda do tapete destoante. Ou talvez seja o sofá.