Capítulo 7 - Pensamentos sobre memórias passadas.

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Há uma parte do passado que Joui sempre tentou esconder de si mesmo. Uma parte obscura que fazia com que o asiático lembrasse de como havia ganhado suas cicatrizes, lembrava o quão fraco sempre foi em seu passado. Diferente de agora que já era um homem crescido e sabia se cuidar por conta própria - Mesmo sem a ajuda de um demônio stalker que conheceu recentemente. -, mas agora se perguntava se, por acaso pessoas do passado voltassem para o atormentar no futuro; Sobreviveria novamente?

FLASHBACK

Sentia medo. Medo do que poderia acontecer se a porta do quarto se arrebentasse e tivesse o mesmo destino que sua mãe.

Tudo começou quando seu patriarca chegou em casa tarde da noite, seu odor de álcool era claro e a embriaguez de seu pai sempre resultava em algum estrago.

Mas, hoje em específico era ainda pior. O homem chegou gritando totalmente enfurecido e cegado pelo ódio. Aparentemente, tinha descoberto todas as traições de sua esposa e principalmente descoberto sua real profissão - Que jurava de pé junto que sua esposa era uma professora boa no que fazia - em um bordel bem frequentado em uma cidade vizinha. Ao colocar os olhos na mulher sentada no sofá em sua casa, rapidamente puxou seus cabelos e a jogou no chão, fazendo questão de deixar seu corpo e rosto irreconhecível com socos e chutes do mais velho. Tudo isso na frente de Joui. Assustado, o garoto correu do local e subiu as escadas, entrando em seu quarto com um telefone em mãos para que pudesse ligar para a polícia. Alguns minutos se passaram enquanto tentava lembrar os números exatos que eram para discar, pode ouvir barulhos de tiros vindo do andar de baixo de sua casa junto aos passos fortes e furiosos subindo as escadas.

— ...Joui.. Você não vai contar isso para ninguém, vai? Eu sou seu pai, é o seu dever guardar segredo. — O mais velho dizia com uma voz assustadora que fez o garotinho estremecer, temendo por sua vida. — Na verdade.. Eu acho que não irei precisar me preocupar caso você contar, afinal eu vou te matar antes que possa fazer isso.

Por mais culpado que estivesse, Joui clicou nas teclas que lembrava e felizmente podia ouvir a voz do atendente do outro lado.

— Alô?

— Oi..? Moço, por favor, me ajuda.

— É algum tipo de trote?

— N-Não! Por favor, não desliga! M-Meu pai bateu na mamãe e ela ‘tá desacordada no andar de baixo, e agora ele quer me bater também. Eu ‘tô com medo, me ajuda.. — Joui soluçou. O atendente ficou em silêncio por dois segundos e voltou a falar.

— Tudo bem. Qual o seu nome e sua idade, garotinho?

— É Joui... Joui Jouki. Eu tenho oito anos.

— Certo, Joui. Eu preciso do seu endereço e nome da rua pra poder mandar pessoas para ajudarem você, tudo bem? Você se lembra do seu endereço?

— Sim... É rua *** e o número da minha casa é **.

— Tudo bem, continue na linha, ok? Continue no telefone até as viaturas chegarem, vai ficar tudo bem.

— Obrigado..

Disse, antes de ouvir um barulho alto em sua porta, que seu pai estava tentando arrombá-la. Joui começou a tremer.

— Que barulho foi esse? — O atendente perguntou do outro lado da chamada.

— M-Meu pai.. E-ele está tentando entrar no meu quarto, diz ‘pra eles chegarem rápido, por favor.

Era certo que seu pai nunca foi dos mais amáveis, era agressivo ao extremo e fazia com que o pequeno Jouki usasse apenas manga longa e gola alta para esconder seus diversos hematomas pelo corpo. Como também proibiao menino de sair e de estudar, estudava apenas em casa com professores particulares e vivia em torno de regras bestas como não poder falar outra língua a não ser japonês em sua casa.

Uma doce carta para um humano bacana. - Joesar ou Joaiser {FINALIZADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora