Capítulo 11 - O Sentimento do passado.

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— César! Você pode ler essa história para mim hoje? Por favor, alteza! — Uma voz infantil chamou, puxando a ponta da veste branca de cetim do Cohen.

— Ah.. Agora estou ocupado. — Se virou para o pequeno demônio que olhava para si esperançoso. — Se importa se eu ler para você depois?

— Oh... Tudo bem então.. Desculpe por incomodá-lo.. — A pequena criança se entristeceu.

— Eu posso ler para você mais tarde, que tal? Chame as outras crianças para a biblioteca mais tarde, lerei quantos livros vocês quiserem.

— É sério?! — Se animou, abraçando as pernas de César. — Obrigada, Senhor César!

Observou atentamente a criança sair correndo animada em seguida, pulando abraçada com o livro e sumindo de sua visão. Aproveitava enquanto crianças-demônios ainda eram inocentes e fofas, apartir dos oito elas viravam verdadeiros demônios.

Gostava de perturbar almas penadas e assombrar mortais fazendo pegadinhas assustadoras na terra, mas era proibido de sair do inferno. Sua rotina era sempre pacata. Nunca tinha algo de novo em viver em um Castelo enorme, então para suprir seu tédio César costumava ler para demônios que ainda não haviam completado idade o suficiente para serem verdadeiras pestinhas.

Havia um local no inferno onde essas crianças habitavam, crianças sem pais ou apenas rebeldes que costumavam ficar naquele lugar. César passou a frequenta-lo com muita frequência quando encontrou esse "hobby".

— Uau, como o príncipe é caridoso. — Letícia entrou na sala de braços cruzados, olhando para César com repulsão.

— Ainda está brava comigo? — Suspirou, Letícia era uma das mulheres mais complicadas que já havia conhecido em toda a sua vida, e olha que tinha apenas treze anos.

— ... Não vou responder.

— Eu já te pedi desculpas.

— Desculpa por me dar um bolo?! Você prometeu me encontrar nos fundos do seu castelo e não apareceu lá! Eu fiquei plantada igual uma idiota. — Se segurou para não gritar. — Você acha que só porque é da realeza pode marcar um encontro e me deixar lá esperando igual uma trouxa com o rabo entre as pernas? Você é sempre tão frio com todo mundo! Eu pensei que no encontro seria diferente, eu pensei que você-

— Letícia. — Interrompeu, desinteressado. — Aquilo não foi um encontro, meu pai vê você como uma filha. É meu objetivo estabelecer uma relação de irmão e irmã com você, não ligo para o que você sentia por mim, apenas deixe de sentir.

A garota olhou para César arrasada, seus olhos marejados e sobrancelhas franzidas.

— ..Eu... Eu não a-acredito que você disse isso.. — Limpou suas lágrimas que já escorriam. — Q-QUAL O SEU PROBLEMA?!

Gritou, olhando para o chão logo depois. Saiu da sala sem nem se atrever a olhar nos olhos de César, queria manter o máximo de distância apartir de agora.

Letícia sempre achou que o príncipe sentia algo especial pela relação dos dois. O Cohen sempre lia livros de romance para ela longe das outras crianças, sabia que ele nunca lia e sequer compartilhava afeto por crianças acima de nove anos, imaginava que fosse especial por isso.

Morava no orfanato Menefreda dês de que veio ao mundo, nunca tinha tido contato com seus pais biológicos mas se sentia acolhida pela família Cohen.

Christopher passou a frequentar o orfanato algumas vezes para falar de negócios com o dono do local, acabou conhecendo Letícia e se encantando pela diabinha loira inteligente. Tratava ela como filha e dizia que adotaria a garota um dia. Mas, quando Letícia conheceu César, desejou que aquela adoção não fosse realidade. Se apaixonou completamente pelo cabeludo e pela forma doce e romântica que lia os diversos poemas que o mesmo escrevia. Seu mundo virou de cabeça para baixo quando descobriu que estava se iludindo esse tempo todo.

Uma doce carta para um humano bacana. - Joesar ou Joaiser {FINALIZADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora