Contos da dona morte

Velho Leão, chegou a hora

Leão tinha conquistado seu verdadeiro reinado.
O amor e felicidade tomaram seu coração, a tristeza não havia mais espaço.

Agora ele tinha sua Rainha.
O amor de suas filhas.
Aquela foi a melhor época de sua vida.
E mesmo agora adulto, cumpria seu papel e as protegia.

Era sábio, tinha passado por muitas lutas.
Era forte, ninguém o vencia numa disputa.
Era respeitado, sua generosidade era verdadeira e pura.
Era falho, mas isso nunca manchou sua conduta.

Por isso acabou fazendo discípulos.
E sempre os tratou como filhos.
E todos viveram conforme o destino.

Cresceram, mudanças aconteceram.
Diversas aventuras viveram.
E a dor do luto veio.
Seu filho foi morto, agora de perder os outros o Leão tinha receio.

Mas o tempo é cruel.
Tirava mais e mais do Leão, mas não o deixava partir ao céu.
Ele viu seus netos, o amor de sua família era tão doce quanto o mel.

E o dia finalmente chegou.
Estava na hora do velho Leão encontrar o Ceifador.
Enquanto para muitos era assutador.
Leão o enfrentou, sem nenhum temor.

-Se afaste-se, ainda preciso os proteger!

-Está na hora de partir, não consegue ver?

-Eu nunca foi perfeito..
Dei-me mais tempo, preciso concertar meus erros.

-Jovem Rei, seu destino sempre foi incerto.
Durante toda sua vida, eu estava por perto.
Alegre-se pois superou suas adversidades, e conquistou afeto.
E agora para todos eles você será eterno.

-Eu não quero ir, quero ver meus netos crescendo.

-Lutar contra a ordem natural das coisas, causará mais dor e sofrimento.

-Então não me resta mais tempo?

-Jovem Rei, jamais será esquecido.
Pode não ser perfeito, mas nunca deixou que isso fosse um impecilio.
Agora te darei o descanso merecido.
Jovem Rei, peço que venha comigo.

Finalmente ele se deu por vencido.
O Jovem Rei aceitou o destino.
A Morte o levou dando paz ao seu coração.
E para sempre Ele será a estrela que guia na escuridão.