Contos da dona morte

Tragédia Materna

Essa é a história da origem e o fim de uma Jovem.
Se tornou mãe muito cedo, e sacrificou tudo para seu filho estar bem.

Enfrentou tudo e a todos até sua família.
Enfrentou até quem não podia.
E sangue que escorre é sempre mais tenso que a lágrima.
Foragida e machucada, era apenas seu amor por seu filho que a motivava.
E paranóica e preocupada, ela rouba uma arma.

Ela manteria seu filho seguro.
Não importava o custo.
Sozinha e sem rumo.
Para dar a ele o que comer, ele até mesmo pratica o furto.

Saiu de sua terra, saiu em direção ao extremo leste.
Afim de dar uma casa digna ao seu filho, toda dor e sofrimento em sua cabeça era apenas um teste.

Afinal, Deus estaria testando afim de ver se merecia tal alegria.
Ver seu Filho crescer, emoções tão belas, que em sua mente nem concebia.

Essa Jovem mãe, recebe ajuda em sua jornada.
Camponeses que se comoveram com a situação, deram a ela o que precisava.
Comida, roupas, carona, abrigo e até dinheiro.
Mas para ela, a Paranoia era seu veneno.

Medo de sofrer novamente a enlouqueceu.
E com um tiro no peito de um jovem, que veio a perguntar à Jovem o que com ela aconteceu.

Medo que tirou sua razão.
Fez a paranóia tomar seu coração.
E mesmo agindo sem intenção.
Ela deixa agora um Jovem de 16 anos morto no chão.

O povoado daquela cidade em luto, agora deseja vingança!
No anoitecer, agora a Jovem mãe sente o gosto da lâmina.
Mas ela era astuta e foge para as montanhas.
O povoado a segue, com armas improvisadas e ataca pedras, sem nem mesmo pensar se ela estava com criança.

Agora triste culpada.
Sabia que por seu crime devia ser responsabilizada.
Mas com quem Ela deixaria sua criança amada.

Ela sofre muitos danos mas ainda sim consegue escapar.
Sua determinação era de se admirar.
E aos pés de um templo ela veio a se prostrar.
E deixando seu filho no coberto afim de nem a chuva, neve ou o ar frio venha o tocar.
E já sem forças bate a porta do templo para que alguem venha seu filho ajudar.

E infelizmente, o tempo não estava ao seu lado.
Ela morre na porta, mas seu filho estará seguro sempre em seus braços.