[EXTRA] Remanescente: part 1

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"Velho não precisa comigo se preocupar...
Tenho tudo que eu quero e nada vai me faltar.
Tenho comido, vários shows apresentados e até começei a malhar.
Não precisa orar por mim, de boas sempre irei estar"

Velho que ouvia a música em sua caixa de som, se irritou.
E rapidamente antes do próximo verso, ele a desligou.

- Maldito mentiroso! Ai se eu pudesse daria um soco.
Ou um abraço caloroso..
Ai se pudesse apenas mais uma vez, ver seu rosto.

Lembro de todos os nossos momentos.
Cada risada, broncas que te dei desdo seu nascimento.

Você era uma peste, sempre fazia o que queria.
Não importava o quanto eu te dava bronca ou se eu te batia.
Você sempre vinha com aquele seu olhar bobo, e sorria.
Sonhava acordado pensando no que amanhã faria.

Lembro do dia que te mostrei minha banda favorita, você amou.
E de alguma forma até fez um violão com as coisas que achou.
Esse seu jeito criativo sempre me imprecionou.
E seu coração doce e rebelde sempre me cativou.
Saudades desse tempo que passou.

Lembro de ver você emocionado pelo desenhos na TV.
E das noites que não conseguia dormir pelos filmes de terror que adorava ver.
De dormir no sofá por não conseguir maratonar e adomecer.
Lembro desses tempos maravilhosos, onde era só eu e você.

Velho pensativo andava pela sua casa.
O peso da armadura e tristeza em seu olhar era demais para ele suportala.
E por isso, mesmo parentando estar são, ele usava uma bengala.
Logo o velho subiu as escadas.

E ao subir ia em direção ao um quarto.
Ele parecia novo, do mesmo jeito que Ed tinha deixado.
O quarto ficava a sua esquerda.
Enquanto abria a porta ele sentia a dor da perda..

Sem perceber, um sorriso trêmulo aparecia.
Junto de uma lágrima, de seus olhos cansados escorria.
Avançando devagar ele pegava um livro da estante.
Sentava na cama, lembrando de coisas que agora estão distantes.

Sabe esse era o livro que você era viciado.
Nunca entendi o por que, mas ler esse livro bobo excelente pois podia me manter ao seu lado.

O velho folheia as páginas e algo chama sua atenção.
Era uma foto antiga, que ao ver suspirou o coração.
Essa fotografia de uma época onde para existir ele tinha uma razão.

Não posso acreditar que ainda tinha isso.
No dia que te dei esse bentido livro.
Sabe acho que no dia que você saiu, eu devia ter dito.
Te amo, por favor não me esqueça meu filho.

O velho então coloca a fotografia no lugar e arruma novamente o quarto.
Vai para sua cama e dorme e ao sonhar algo ele tinha lembrado.

Foi o dia onde Ed. seu namoro tinha acabado.
E no colo de seu velho ele havia chorado.

E um flash de pesadelo o desperta, desesperado.
E com um pesar ele chora atordoado, e infelizmente ninguém podia o consolar-lo.

De manhã ele acorda escova os dentes, ora a Deus e espera incansavelmente.
Esperando uma ligação de seu filho finalmente.
Foram 5 anos de espera mas dia após dia, solidão se mostrava permanente.

Velho se levanta a prepara o café, ele sempre comia o mesmo café e sempre colocava no mesmo prato.
E mesmo morando sozinho ele coloca o café em outro prato, e deixa em sua frente, esperando o dia que seu filho tenha voltado.

Um dia se passa o velho faz sua mesma rotina.
Mas ao colocar o café ele ouve a campainha.
Ele abre um sorriso e corre deixando sua bengala de lado.
Pensando que era seu filho que tinha retornado.
Ao abrir a porta, ele vê uma Visita inesperada.

Contos da dona morteOnde histórias criam vida. Descubra agora