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-Austin, vou conversar com ela lá em cima tudo bem? - Sue avisou, entrelaçando seus dedos com os de Emily antes de ver seu amigo acenar positivamente com a cabeça. - Vem cá, amor.. - Sue chamou, subindo as escadas com Emily em seu encalço.

Elas entraram no quarto e Sue mal teve tempo de fechar a porta, pois Emily se jogou em seus braços, enterrando a cabeça em seu pescoço.

- Eii, o que houve, vida? - Sue perguntou, levando uma mão até o cabelo de Emily a acariciando.

- Ela não é minha amiga. Você tinha razão.. - Emily disse, apertando ainda mais forte os braços ao redor de Sue

- Por que diz isso?- Sue indagou.

-Ela me beijou. Susie desculpa. Eu quebrei nossa promessa de dedinho, eu sou horrível. - Sue sentiu seu peito se comprimir e sentiu uma mistura de dor e desespero, porém tratou de manter a calma.

- Você... você retribuiu? - Sue perguntou, prendendo a respiração.

Não sabia que poderia sentir tanto medo de uma resposta até aquele dia, mas precisava perguntar.

- Não. Eu empurrei ela. - Emily disse e Sue soltou o ar de seus pulmões. -Por favor, por favor, me desculpa? Eu fui uma boba.

- Você não tem culpa da maldade que há no coração dos outros, amor. - Sue disse, depositando um beijo na testa de Emily. - Você não descumpriu nossa promessa, teria descumprido se você tivesse beijado ela de volta.

-Eu deveria ter te ouvido quando disse que ela me olhava diferente. - Emily disse e Sue puxou Emily, sem sair do abraço delas, até a cama, colocando Emily para se sentar sobre seu colo. - Eu prometo nunca mais ter amigas para não correr o risco de quebrar nossa promessa.- Sue riu e negou com a cabeça.

-Não quero que não tenha amigas.- Sue disse. - Eu ficaria muito triste se fizesse isso, na verdade. - Sue falou e Emily a abraçou forte, sentindo Sue depositar um beijo em sua clavícula.

-Eu fui boba.

-Vou te contar uma história, real dessa vez.- Sue disse e Emily a fitou esperando para ouvi-la. - Às vezes a gente cresce quebrando a cara. Eu já quebrei muito a minha e vou continuar quebrando. Você também. - Saue disse. - Você é ingênua em muita coisa e ainda tem muita coisa para desenvolver, foram muitos anos em coma. - Sue removeu o cabelo do rosto de Emily antes de prosseguir.- Essa é a primeira vez que você se magoa com alguém. Sabe essa dorzinha que está fazendo suas florzinhas morrerem?

- Como sabe que está doendo? - Emily perguntou.

-Porque todos passamos por isso. A gente se ofende por termos sido idiotas ao ponto de acreditar em alguém, mas a verdade é que idiota foi a pessoa que nos magoou.

- Jura?

- Sim. - Sue disse. - E com o tempo a gente vai perdendo a ingenuidade e ficamos mais espertos em algumas coisas, porque infelizmente é comum na natureza humana errar e, bem, nós nos adaptamos. Sabe a Lou? Ela não vai ser a última pessoa a te magoar, mas cada dorzinha dessa nos ensina algo. Só quero que me prometa algo.

- O quê? - Emily perguntou suspirando.

- Nunca se sinta alguém ruim, alguém boba por ter dado sua confiança a alguém. Isso só mostra o quão puro seu coração ainda é. - Emily esboçou um princípio de sorriso ao ouvir aquilo. - Nem se acontecer muitas e muitas vezes. Há corações que mesmo apanhando preferem acreditar que alguém nesse mundo pode ser melhor.

- Como você.- Emily disse, encostando sua testa na de Sue. - Você é o que os contos de amor narram, Susie. Você existe aqui na vida real e é meu amor.

- E você é o meu. - Sue disse, sentindo os lábios de Emilt esbarrarem sutilmente sobre os seus.

- Eu te amo muito. - Emily disse.

- Eu também te amo. Agora me conte o que aconteceu lá. - Sue pediu e Emily assentiu.

- No primeiro dia ela só me ofereceu vinho e pela insistência eu acabei aceitando uma taça. Ela bebeu muito e eu iria voltar andando porque não tinha levado dinheiro e meu celular tinha descarregado. - Emily disse e Sue assentiu. - O telefone dela estava quebrado, de acordo com ela, então não deu para chamar você ou minha mãe. Ela queria me trazer, mas não deixei porque ela tinha bebido, aí ela pagou meu táxi.

- Hm. - Sue disse em um murmúrio para Emily dar continuidade.

- E hoje ela começou a fumar maconha e me ofereceu. Disse que eu ficaria com tesão e você iria gostar disso. Eu fiquei confusa, mas aí lembrei que você disse que gosta de mim do jeitinho que eu sou, então eu vi que não precisava daquilo e disso não.

-Ela aceitou sua decisão?

-Não. Insistiu mais e mais, e eu quis vir embora, mas ela pediu desculpas e começou a falar dos livros. - Emily disse. - Quando ela já estava bem chapada ela acabou confessando que foi afastada do serviço por ser viciada em bebidas e em drogas.

-Eu não acredito que te deixei com essa mulher. - Sue exclamou irritada.

- Aí ela começou a cheirar e eu saí de lá, dando um tchau e dizendo que tinha que sair com minha mãe. Ela correu atrás de mim e me beijou, eu empurrei ela e liguel para a minha mãe, mas menti que era para a polícia, ela pediu desculpas e entrou.

- E sua mãe te trouxe aqui. - Sue deduziu e Emily assentiu.

- Sua folga e a idiota aqui foi passar com outra pessoa. - Emily disse chateada consigo mesma.

- Ei, o que eu disse sobre não falar assim de você?

- Mas isso não foi porque ela foi uma idiota. - Emily retrucou. - Foi porque o fato de ela ter sido uma idiota me abriu os olhos, eu também fui, mas com você.

- Já está perdoada e sabe de uma coisa? - Sue disse e Emily negou com a cabeça. - Ainda é minha folga e podemos passar abraçadinhas assistindo séries. Que tal?

- Deus está me recompensando por todos os anos que fiquei em coma, juro! - Emily disse, distribuindo beijos por todo rosto de Sue. - Nunca mais trocarei de passar uma folga com você, por nada nessa vida. - Sue riu pelo jeito eufórico de Emily e a fitou.

- Acho bom mesmo. - Sue disse semicerrando os olhos antes de se inclinar e encaixar seus lábios com os de Emily em um beijo um pouco mais apaixonado.

EM UM PISCAR DE OLHOS - EMISUEOnde histórias criam vida. Descubra agora