06 - O encanto da floresta

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A lanterna não iluminava mais do que um pequeno círculo a sua frente. E ao levantá-la não conseguia ver mais do que um ou dois troncos de arvore. A escuridão ali parecia diferente, era agitada e densa. Parecia envolvê-la para uma dança perigosa a fatal.

Aruna andou em linha reta procurando qualquer sinal de alguém ou algo fora do normal. Mas à medida que dava cada passo ficava mais decepcionada. Não tinha nada ali. Só arvores enormes e escuridão e provavelmente algum animal faminto que sentiria sua presença e tentaria devorá-la.

Ela não deveria nem ter entrado, era uma perca de tempo e foi uma atitude desesperada. Talvez devesse voltar para Oslo e procurar por um médico já que andava vendo coisas. Virou-se para ir embora, porém só a escuridão e mais troncos a receberam.

A luz da lanterna oscilou quando a mão de Aruna tremeu. Ela não tinha dado mais do que alguns passos. Não era possível que tivesse entrado tão fundo na floresta. Girou olhando ao redor e não viu um ponto de luz sequer. Aruna tinha certeza de que não tinha andado muito. Não era tola para se embrenhar no meio do mato sozinha.

Ou talvez fosse afinal de contas. Só um tolo entraria numa floresta sozinho no meio da noite atrás de uma sombra que era fruto da sua imaginação.

- E agora o que eu faço? - falou consigo mesma, e a densidade da floresta pareceu engolir sua voz. Tinha algo de muito errado neste lugar.

Fez a única coisa que lhe passou pela cabeça. Correu e esse provavelmente fora mais um erro.

Ela tentou correr entre as arvores gigantescas e manter sempre a linha reta na direção pela qual havia ido. No entanto, quanto mais corria mais ela parecia estar longe.

O desespero começou a tomar conta de Aruna. Queria gritar por ajuda. Mas ninguém a escutaria e possivelmente atrairia alguma coisa sedenta de fome para ela.

- Puta que pariu! Puta que pariu! - sussurrava enquanto vagava no desconhecido.

Ela parou de andar porque não estava adiantando, ao contrário, devia estar se perdendo mais. Olhou a tela do celular e é claro que não tinha um ponto de sinal sequer.

Ofegante e com um nó gigante na garganta Aruna levantou a luz e iluminou ao seu redor. Parou em duas arvores estranhamente alinhadas em sua frente. Elas pareciam idênticas. Mas não como todas as arvores parecem iguais. De uma forma como gêmeos são iguais.

Ela franziu as sobrancelhas e olhou mais de perto

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Ela franziu as sobrancelhas e olhou mais de perto. Tinha o mesmo formato de tronco e até algumas ranhuras e marcas eram iguais.

Tudo bem, ela estava viajando já. Focou na respiração para se acalmar e clarear a mente para poder pensar no que fazer.

- Pensa, Aruna. Você já saiu de situações ruins antes - falou baixinho.

Foi nesse momento que ouviu o primeiro ruido desde que entrara ali. Era como o som de passos. Não humanos. Era como um rastejar de patas macias e grandes. Era estranho como ela podia saber disso, mas tinha certeza de que era.

Akarsana - O Encanto da FlorestaOnde histórias criam vida. Descubra agora