São tantos 'porquês'

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Oii 👀

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Pov's Rosamaria

Eu achei que nada mais fosse me deixar tão destruída quando passei pelo luto dos meus pais e da minha irmã, achei que aquele acontecimento tinha sido algo tão absurdo que nada mais fosse chegar aquele nível, mas eu estava enganada.


Já passei por tantas nessa vida que pensei estar acostumada com a dor, mas mais uma vez veio o destino pra me mostrar que tinha como piorar.


Perder nossa filha foi de longe a pior cicatriz que eu tive, e tenho certeza que essa jamais irá se fechar, eu sentia o vazio dentro de mim de uma forma palpável, não importa o que me falam, a dor e a culpa se sobressaem.



Ainda envolta nessa bolha, eu não consegui pensar direito no que tinha realmente acontecido, logo que eu pensava naquelas escadas e em como meu corpo colidia bruscamente em cada degrau era como se um apagão tomasse conta, acredito que justamente pra me privar do evento traumático.


Anne conversou muito comigo nesses dois dias que permaneci no hospital, sempre me mostrando que temos outras possibilidades e que eu não poderia me deixar abater mesmo que isso fosse algo extremamente difícil de superar.



Carol sempre estava por perto e tentava a todo custo me deixar mais confortável, mesmo que fosse notável o quão distraída ela andava, e julguei ser pelo acontecido, eu quis esse bebê, eu convenci a Carol a querer tbm e agora eu a perdi, eu não consegui manter a nossa filha segura.



Ta se sentindo melhor mesmo? Sabe que se preferir a gente pode te deixar aqui mais um ou dois dias...- Sheilla se prontificou a falar enquanto uma enfermeira tirava os acessos do meu braço


Eu to bem Shei, tudo o que eu mais quero agora é ir pra casa, preciso de um tempo pra digerir isso...- fui sincera e ela assentiu, logo depois minha esposa saiu do banheiro e começou a juntar os poucos pertences que eu tinha por ali, percebi ela falando algo com a Roberta assim que a outra médica entrou mas foi tão baixinho que não consegui decifrar


Ei, sei que é uma pergunta idiota, mas como você tá? - Rô se sentou na beira da minha cama e me deu um abraço apertado, além de minhas médicas no momento, elas eram minhas amigas e querendo ou não isso ultrapassava os limites profissionais, o lado sentimental pesava, os olhos marejados falavam por si só


Vai ficar tudo bem Rô, eu sei que vai! - tentei soar firme e ela só assentiu, depois me deu um beijo na testa e saiu dizendo que ligava mais tarde para a Carol, outra interação delas que eu deixei passar sem questionar, minha cabeça estava cheia demais pra pensar nisso


Vem amor, eu já assinei a alta, hora de irmos pra casa! - Carol se aproximou e sorriu fraco, eu via em seus olhos o reflexo dos meus, a dor era presente




Nos despedimos das meninas e agradeci pelos cuidados, Carol manteve um braço ao meu redor o tempo todo e assim chegamos ao estacionamento, onde ela fez questão de abrir a porta e me ajudar a acomodar no banco para só depois ir até o porta malas e guardar a pequena mala onde tinham minhas coisas.



Não foi assim que eu pensei que sairíamos do hospital...- seu sussurro bastou para que meus olhos se enchessem de lagrimas, Carol estendeu a mão e segurou a minha com firmeza, depois levantou até seus lábios e a beijou - Me desculpa amor, me desculpa...- murmurou entre soluços



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