ゅִ | X - John Evan Mackenzie.

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Dia 10.
[ 20-06-2015 ]

Sábado. Acordei sendo balançada por jade. — Acorda, atrasada! — Ela disse, balançando até minha alma. — Calma, acordei já. — Acordo, bem confusa, já que meu cérebro não funciona muito bem de manhã.

— Ainda dá tempo de um banho? — Pergunto enquanto ela se afasta da cama. — Não. Troca de roupa e vamos, tô te esperando lá fora. Se demorar eu te deixo ir a pé. — Ela diz, saindo, e eu coço a cabeça, ainda confusa. 

Depois de um tempinho raciocinando, decido fazer algum movimento e me visto. Pra variar, coloquei uma jaqueta preta. Conviver com a Jade dá nisso. Assim que terminei de vestir a bota, olhei pra janela que sempre acabo deixando aberta, e vi que estava chovendo. Fiquei um tempo olhando e lembrei da minha irmã. Quando outra coisa tirou minha atenção.

— Vamos, quer perder o emprego, é? —  A Jade abre a porta, e, provavelmente para não se passar de intrometida, bate umas 2 vezes bem fraco antes disso.

— Você sabe o risco disso? — Perguntei e ela franziu a sobrancelha.

— De que? De abrir a porta enquanto você tá se arrumando? Ah, eu sei. — Ela fala e eu fecho os olhos, completamente incrédula. — Inclusive, bela jaqueta. — Eu suspiro.

— Tá, vamos indo logo. — Digo, me passando de apressada. 

Passei na frente dela e entrei no carro. Enquanto tentava organizar meus pensamentos, olhei através da janela do carro. Percebi que a cidade estava linda aquele dia. Pessoas andando com guarda-chuvas e cachecóis estilosos, as poças de chuva das calçadas refletindo o céu, tinha até cachorro de roupa de frio. Vi que a jade estava demorando, mas logo a avistei sair da casa e se aproximar. Voltei minha atenção pra janela e ela deu a marcha. Durante a viagem, consegui ver ela alternando o olhar entre a estrada e, estranhamente, eu. 

— Ainda preocupada com sua irmã? — Ela indagou, dessa vez, focada na estrada. — É óbvio. Minha cabeça tá a mil, e se ela se perdeu? Ou foi sequestrada? — Jade engoliu seco depois da última frase e eu me perguntei o porquê por um segundo.

— Então, o lance do sequestro, ele meio...— Olhei pra ela, não entendendo o que estava querendo dizer. — Pode ter acontecido. Sua irmã pode ter sido sequestrada. — Me espantei completamente, entendendo. 

— Não me fala que é... — Ela interrompeu — Meu pai. Pode ter sido ele, ou qualquer um. — Coloquei a mão na boca, incrédula. 

— Mas pode não ter sido, vega. Ela deve estar na casa do namorado, tanto faz. Ela é maior de idade, pode ficar fora de casa o quanto ela quiser. — Me aliviei um pouco, mas ainda incrédula. 

— Olha, fica tranquila, tá? Se meu pai tiver feito isso, eu trago ela devolta. Eu sei exatamente como fazer isso. — Me perguntei por quê ele teria feito isso se nenhum de nós entramos no caminho dele. 

— Tá achando que eu vou deixar a vida da minha irmã nas suas mãos? Eu vou junto. — Ela revira os olhos. — Então está bem, heroína. Sei que vai insistir pra ir mesmo. — Ela sorri forçado na última palavra, olhando pra mim.

— Mudando de assunto, gostou do encontro com o Conway? — Franzi a testa.

— Como sabe do encontro? — Perguntei, meio confusa.

— Eu vi ele chegando quando eu fui embora. — Ela disse.

— Pensei que não gostasse dele. — Avisto o fast-food de longe.

— Não gosto. Mas, estou tentando ser legal com você, se é o que quer. — Sorrio de canto.

— Ah, foi básico. Ainda não consigo gostar dele romanticamente. Ele é meu amigo, não consigo ver ele de outra forma. — Ela para em um sinal vermelho. 

ゅִ  - Se você me permitir. | Jori - AUOnde histórias criam vida. Descubra agora