Capítulo 12 - Leonardo

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Bruno ainda parecia nervoso quando se aproximou de mim e encarou minha boca enquanto passava a língua levemente pelo lábio inferior. Por isso esperei, deixando que continuasse a se aproximar até chegar suficientemente perto para que eu fechasse meus olhos e sentisse o toque leve de sua boca na minha.

É estranho me sentir assim, mas quando me toca, não é só o que guardo na cueca que sinto arrepiar. Sinto meu peito aquecer e minha pele arder, sinto minhas mãos formigarem e meus lábios desejarem mais os seus. Por isso, assim que se afasta do primeiro toque demorado e doce, eu levo minha mão ao seu pescoço e puxo de volta para mim. Quero sentir mais tudo isso. Por pouco não nos interrompo para sorrir quando ele não se mostra contra continuar beijando.

Nossos lábios agora parecem ainda mais em sintonia, se movendo rápido, depois lentamente, depois rápido de novo. Com nossas línguas pedindo passagem, se esbarrando de vez em quando. Ouço um gemido leve, quase inaudível, quando uso a outra mão para trazer seu corpo e o colar no meu e, ao fazer isso, percebo que também já está duro.

Não sei quanto tempo ficamos assim, mas não me parece o bastante. Ainda assim eu me afasto um pouco, não antes de deixar um outro selinho em sua boca, o suficiente para conseguir encarar os seus olhos. Ainda são aqueles mesmo olhos que me amedrontam e ainda parecem um pouco confusos, mas isso não faz com que eu queira parar de olhá-los. Não faz com que eu hesite em passar o polegar pela pele macia de seu rosto.

Quero continuar a beijá-lo, mas sei que se o fizer eu vou querer muito mais que isso. Então não o beijo. Também quero dizer algo, quero que saiba que talvez eu não só goste dele como disse antes, mas sei que não é o momento certo. Então continuo o olhando, o desejando e o sentindo por inteiro mesmo que com toda essa roupa.

— Leo, eu... — sua voz é baixa, um pouco rouca, mas apaixonante.

Noto um sorriso aparecendo no canto de sua boca, quando seus olhos se fecham, sua boca está entreaberta mais uma vez e isso me faz querer, mais que tudo nessa vida, beijá-lo novamente.

— Eu preciso ir... — ele diz, ainda de olhos fechados, até abri-los e continuar — preciso... preciso acordar cedo amanhã e...

— Tudo bem — sorrio, na esperança que o gesto também me tranquilize.

É difícil me afastar dele quando uma de minhas mãos segura na base de suas costas e quando fazer isso fará com que eu sinta sua falta, mas eu o faço. Antes de largá-lo, porém, permito que minha mão saia de seu rosto e faça um percurso lento por seu ombro. Então sinto-o arrepiar quando percorre seu braço, até chegar em sua mão, onde toco seus dedos na esperança de que eles se entrelacem nos meus. Ele os move o suficiente para também me fazer arrepiar. Caralho, Bruno.

Então ele sai apressado do Celeiro e nesse momento consigo respirar direito, como se ele tivesse tirado todo o ar que respiro ou como se ele fosse todo o ar que respiro. Não tenho certeza se gosto de me sentir assim, mas beijá-lo me causa algo que nunca experimentei antes.

Na escola, cheguei a ficar com garotas, mais de uma vez e com mais de uma, pelo menos até descobrir que realmente não gostava delas desse jeito. Também fiquei com garotos, muitos garotos e, por mais que a maioria tenha feito com que eu gostasse ao ponto de querer repetir ou, ao menos, para me excitar e me fazer gozar muito, nenhum nunca me fez sentir o que somente o beijo desse garoto faz.

Logo eu também volto para o casarão, antes parando à porta e respirando fundo o ar frio da noite que rodeia a fazenda. Sai para o celeiro com a intenção de me livrar dos pensamentos conflitantes que Bruno me causava e, agora, os pensamentos bagunçam ainda mais a minha cabeça. Ainda assim consigo relaxar ao entrar no quarto sem graça e sem personalidade que assumi a pouco, deitar na cama que, felizmente, ainda é confortável e, sem muita demora, dormir.

Como É Que A Gente Fica? (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora