Feel Me - Chaosduo - QSMP

Melancolia

A adrenalina agindo no meu corpo

O gosto do ferro entre os dentes

O som dos ossos estralando...

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Eu quero sentir isso novamente.

O silêncio nunca foi tão desconfortante. De fato, o castelo sem toda aquela barulheira e algazara de seus amigos tornava o ambiente mais calmo e tranquilo, porém também o deixava mais vazia e deprimente. Ainda mais com a ausência de alguém importante.

Roier.

Se não fosse o velho arrombado, se não tivesse assassinado aquele merda, o relacionamento dos dois neste momento estaria nas nuvens. Ele e seu guapito estariam morando e trabalhando na taqueteria juntos, como um verdadeiro casal! Mas aquele filho da puta tinha que se meter...

Os dentes do felino rangiam conforme seus pensamentos sobre Abueloier flutuavam pela sua mente. Em parte, era óbvio que a culpa era dele, esfaqueou e o matou o avô à sangue frio por pura insegurança e gatilho; por outro lado, seu único erro foi ter sido descoberto. O problema é que "Cellbit" se recusa a mentir...

Se recusa a admitir que sentiu prazer em matar aquele empecilho

Que almeja fazer isso mais e mais vezes

Se recusa a se aceitar o que ele realmente é

O rapaz leva a taça de vinho até os lábios, dando um último gole na bebida enquanto as orbes azuis fitavam o quadro em família que escondia em seu esconderijo. Eles estavam tão lindos nesta foto...

— Mas que merda... — Proliferou pela primeira vez depois de um bom tempo calado naquela sala — Por que eu tinha que ter essa mania de matar velho? É só não matar velho! Era só ter resistido...

Richarlyson, seu filho, retira placas azuis da mochila, escrevendo uma resposta para isso.

O vampiro solitário, a primeiro momento, não nota as ações do ovo, pois estava perdido demais em suas desilusões melancólicas. Precisou ser socado várias vezes por este para retomar a realidade.

— Oh Richas, desculpa, foi mal! Eu não vi você entrando. Papai só precisa de um temp—

Há várias placas ao redor dos dois. Todas, aparentemente, escritas recentemente. Cellbit começa a ler uma por uma.

"Mas também pai, esse arrombado ativou todos seus gatilhos."

"Uma prisão, querendo te desobedecer na sua zona, tentando acabar seu casamento, te ameaçando com uma motosserra..."

"Ele queria morrer e soube muito bem como pedir"

Não teve jeito, o loiro deixou escapar um sorriso lendo aquilo. Como era bom ter um filho que entendia sua natureza psicótica e não o julgava! As pessoas hoje em dia são tão sensíveis, fazem um super escândalo por ele ter acidentalmente esfaqueado o avô do futuro marido sete vezes, como se isso não fosse a coisa mais normal do mundo! Sinceramente, essa geração mimimi se tornou frágil por coisas tão banais...

— É v-verdade! — Respondeu Cellbo, empolgado pela compreensão que recebia — Nem cucurucho foi tão longe... Esse filho da puta queria foder com meu casamento... E infelizmente, conseguiu.

"E Sabe, ficar nessa sala chorando pelo pai Roier não vai te ajudar em nada Õ_Õ"

"Deveria tentar sair um pouco, não pensar sobre"

— Não pensar sobre? COMO ESPERA QUE EU NÃO PENSE SOBRE?! Esse homem era minha vida, esse lugar não tem o mesmo sentido sem ele.

"Nesse caso, acho que o senhor deveria ir para a terapia, então."

"Papai Roier precisa de um tempo, e você também."

O pai fica em silêncio absoluto.

O que poderia dizer? O artista estava certo. O guapito estava enfrentando a perda de alguém muito importante, enquanto o Cell tinha que lidar com o conflito entre seu "eu" atual e o do passado. Um tempo e um bom auxílio talvez seja o que ambos precisassem.

— Tem razão filho... Já fiz a merda, se eu tentar forçar mais, é provável que eu perca esse casamento de vez. Preciso de um profissional para lidar com isso. E sei onde ir. – Ele remove o mapa da mochila, visualizando a área do consultório psiquiátrico. Não era muito longe, não com teleporte. — Você fica bem com o pai Felps até eu voltar?

A criança com o chapéu de coguvaca acena com a cabeça

— Beleza.

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