Louis se sente como se estivesse morto enquanto se arrastam pelo caminho até a casa dos Styles. Harry está segurando sua mão com força, e ele está grato por isso. A palma quente do alfa contra a dele é sua única âncora para o mundo enquanto luta contra o desejo de afundar direto no chão, membros pesados e sentidos lentos.
Já se passou meia hora e ainda se sente como se estivesse submerso. Como se a água tivesse afundado até os ossos, e terá de torcer gotas do cabelo por toda a eternidade, dedos perpetuamente enrugados. Ele quase se afogou e quase teve um colapso no colo de Harry. Ainda não caiu a ficha, e ele não está ansioso para quando isso acontecer. Agora tudo o que sente é completamente e totalmente entorpecido.
Talvez seja por isso que não esboça reação quando a porta da frente da casa se abre e Jonathan Styles sai para a varanda com uma expressão agourenta no rosto.
— Eu quero falar com vocês dois. — diz ele.
Harry aperta sua mão com mais força, mas o segue quando Jonathan começa a andar, passando por eles e indo em direção ao celeiro.
— Nunca diremos uma palavra sobre isso para sua mãe. — o alfa diz severamente enquanto abre a porta.
Louis troca um olhar com Harry antes de ambos entrarem. Está um pouco escuro lá dentro, a luz fluindo das pequenas janelas do teto e lançando sombras estranhas ao longo do espaço. Uma figura sai em uma das seções iluminadas. E ele enrijece. O homem é o Sr. Ross.
— Eu disse que ficaria de olho em vocês. — o beta diz, as mãos cruzadas atrás das costas enquanto para ao lado de Jonathan. — Tentei ligar algumas vezes, mas nunca obtive resposta. Seu pai disse que era um problema com o WiFi, então acho que disso vocês se livraram.
— O que você fez? — Harry pergunta, palavras dirigidas a seu pai.
Jonathas suspira.
— Recebi uma ligação do Sr. Ross aqui outro dia. Ele me disse que se vocês dois estão mentindo sobre a natureza de seu noivado – e ele acredita fortemente que sim – ele vai mandá-lo para a prisão. — franze os lábios. — Eu o mandei vir até aqui imediatamente.
— Pai. — diz Harry, parecendo zangado. — Você não pode acreditar nisso.
— Faz sentido, filho. — Jonathan diz com firmeza.
— Felizmente para você. — Ross interrompe, olhando sério para Harry. — Seu pai negociou um acordo em seu nome. Agora, esta oferta só estará disponível por um minuto, então ouça com atenção.
Louis se obriga a ficar parado mesmo quando seu coração começa a disparar.
— Você vai fazer uma declaração na qual admite que esse casamento é uma farsa, e então estará fora de perigo. Se não fizer isso, eu irei expor a verdade sobre seu relacionamento eventualmente e você irá para a prisão. — Ross diz calmamente. Seu olhar cai para Louis, endurecendo. — De qualquer forma, ele retornará ao Reino Unido.
O silêncio ecoa sua declaração. Louis olha fixamente para a parede do celeiro. Meio que tem um charme rústico quando você para avaliar. Uma cerimônia de casamento ali pode ser legal.
Pode sentir os olhos de Jonathan e Ross perfurando-o. Não sente nada além de vazio e oco.
— Bem — Jonathan diz impacientemente. — Aceite o acordo.
Louis sabe o que Harry pretende antes mesmo de fazê-lo.
— Isso é ridículo. — diz com firmeza, dando um passo à frente e ficando na frente de Louis.
— Você está sendo estúpido. — Jonathan estala, beliscando a ponte de seu nariz. — Aceite a porra do acordo, Harry. Antes que ele estrague sua vida.
Antes que ele estrague sua vida. Louis talvez tivesse recuado se não estivesse completamente congelado no lugar.
— Você quer uma declaração? Aqui vai. — Harry continua, ignorando seu pai. Seu aperto aumenta na mão de Louis. — Trabalhei para Louis Tomlinson por três anos como seu assistente. Oito meses atrás, começamos a namorar e nos apaixonamos. Eu o pedi em casamento há duas semanas e ele disse que sim. Louis é meu ômega. Então, vejo você no casamento.
Ele se vira e começa a se afastar, puxando Louis com ele. Louis resiste à vontade de olhar para trás, para Jonathan e Ross, ao invés disso, inclinando-se para o lado de Harry quando o alfa solta sua mão e passa o braço em volta dele.
Eles voltam para casa assim, e Louis nunca se sentiu tão aquecido.
Nenhum deles diz uma palavra a princípio quando voltam para o quarto, a porta se fechando suavemente atrás deles. Louis se senta no sofá em frente à cama, deslizando as mãos por baixo das coxas e mordendo o lábio.
Harry caminha até a lareira, parecendo pensativo.
Louis limpa a garganta.
— Então... — o alfa se vira para encontrar seu olhar e eles se encaram silenciosamente por um segundo. — Alguma dúvida final? — pergunta hesitante.
O alfa franze a testa confuso. — O quê?
— Tipo, você tem certeza sobre isso?
— Na verdade, não. — Harry admite, coçando a nuca distraidamente.
Olhando para baixo, Louis respira fundo. Pensa em Melanie e Nana. Algo dentro dele queima, e ele deixa queimar através dele. Sabe o que precisa fazer, não importa o quão difícil seja.
— Escuta, não consigo expressar o quanto sou grato por tudo que você fez por mim, Harry. — ele começa, mantendo um tom de voz calmo. Seus dedos se curvam em suas palmas. — Mas eu não posso–
Uma batida interrompe suas palavras.
— Espero que estejam decentes. — a voz alegre de Nana soa através da porta, e Louis quase se encolhe. Ele abre um momento depois e a ômega entra no quarto. — Está na hora, pombinhos. Você precisa vir comigo. — ela diz, esta última dirigida a Harry.
Eles trocam um olhar, cada um abrindo a boca para protestar.
— Não, não, não. — diz Nana, balançando a cabeça. — Amanhã é o dia do seu casamento, o que significa que vocês devem dormir separados esta noite. É a tradição. — ela pisca. — Dê um descanso ao Fazer de Bebês.
— Não usamos o... — Louis se interrompe, desistindo.
— Dê um beijo de boa noite no seu ômega. — Nana instrui Harry. — E então venha comigo. Sem demora; vocês terão o resto de suas vidas para ficarem juntos. — ela sai do quarto e Harry dá a Louis um olhar tímido.
— Tenho que ir.
— Vá em frente. — diz Louis, esperando que seu sorriso pareça natural e não forçado.
Os lábios de Harry se curvam em um pequeno sorriso também. — Vejo você pela manhã? — pergunta suavemente.
Louis engole as palavras arranhando sua garganta, balançando a cabeça com força.
— Sim.
O alfa o deixa com um último olhar demorado antes de se virar e ir embora. A porta se fecha atrás dele, e Louis põe os pés no sofá, abraçando os joelhos contra o peito e se perguntando o que teria acontecido se ele dissesse por favor, fique.
A água flui e reflui ao seu redor, erguendo-se do tapete e subindo por sua forma sentada. Louis sente-se arrastado pela torrente. Ainda se sente vazio.
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hold on to your heart ও l.s
FanfictionInspirada no filme "A Proposta." Louis é o temido editor-chefe de uma das maiores editoras do país, e Harry é o infeliz assistente que se envolve em um falso noivado para evitar que seu chefe seja deportado. As coisas, como já era de se esperar, não...