23.

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Louis se sente como se estivesse morto enquanto se arrastam pelo caminho até a casa dos Styles. Harry está segurando sua mão com força, e ele está grato por isso. A palma quente do alfa contra a dele é sua única âncora para o mundo enquanto luta contra o desejo de afundar direto no chão, membros pesados ​​e sentidos lentos. 

Já se passou meia hora e ainda se sente como se estivesse submerso. Como se a água tivesse afundado até os ossos, e terá de torcer gotas do cabelo por toda a eternidade, dedos perpetuamente enrugados. Ele quase se afogou e quase teve um colapso no colo de Harry. Ainda não caiu a ficha, e ele não está ansioso para quando isso acontecer. Agora tudo o que sente é completamente e totalmente entorpecido. 

Talvez seja por isso que não esboça reação quando a porta da frente da casa se abre e Jonathan Styles sai para a varanda com uma expressão agourenta no rosto.

— Eu quero falar com vocês dois. — diz ele. 

Harry aperta sua mão com mais força, mas o segue quando Jonathan começa a andar, passando por eles e indo em direção ao celeiro. 

— Nunca diremos uma palavra sobre isso para sua mãe. — o alfa diz severamente enquanto abre a porta. 

Louis troca um olhar com Harry antes de ambos entrarem. Está um pouco escuro lá dentro, a luz fluindo das pequenas janelas do teto e lançando sombras estranhas ao longo do espaço. Uma figura sai em uma das seções iluminadas. E ele enrijece. O homem é o Sr. Ross.

— Eu disse que ficaria de olho em vocês. — o beta diz, as mãos cruzadas atrás das costas enquanto para ao lado de Jonathan. — Tentei ligar algumas vezes, mas nunca obtive resposta. Seu pai disse que era um problema com o WiFi, então acho que disso vocês se livraram.

— O que você fez? — Harry pergunta, palavras dirigidas a seu pai. 

Jonathas suspira.

— Recebi uma ligação do Sr. Ross aqui outro dia. Ele me disse que se vocês dois estão mentindo sobre a natureza de seu noivado – e ele acredita fortemente que sim – ele vai mandá-lo para a prisão. — franze os lábios. — Eu o mandei vir até aqui imediatamente.

— Pai. — diz Harry, parecendo zangado. — Você não pode acreditar nisso.

— Faz sentido, filho. — Jonathan diz com firmeza. 

— Felizmente para você. — Ross interrompe, olhando sério para Harry. — Seu pai negociou um acordo em seu nome. Agora, esta oferta só estará disponível por um minuto, então ouça com atenção.

Louis se obriga a ficar parado mesmo quando seu coração começa a disparar. 

— Você vai fazer uma declaração na qual admite que esse casamento é uma farsa, e então estará fora de perigo. Se não fizer isso, eu irei expor a verdade sobre seu relacionamento eventualmente e você irá para a prisão. — Ross diz calmamente. Seu olhar cai para Louis, endurecendo. — De qualquer forma, ele retornará ao Reino Unido.

O silêncio ecoa sua declaração. Louis olha fixamente para a parede do celeiro. Meio que tem um charme rústico quando você para avaliar. Uma cerimônia de casamento ali pode ser legal. 

Pode sentir os olhos de Jonathan e Ross perfurando-o. Não sente nada além de vazio e oco.  

— Bem — Jonathan diz impacientemente. — Aceite o acordo.

Louis sabe o que Harry pretende antes mesmo de fazê-lo. 

— Isso é ridículo. — diz com firmeza, dando um passo à frente e ficando na frente de Louis.

— Você está sendo estúpido. — Jonathan estala, beliscando a ponte de seu nariz. — Aceite a porra do acordo, Harry. Antes que ele estrague sua vida.

Antes que ele estrague sua vida. Louis talvez tivesse recuado se não estivesse completamente congelado no lugar. 

— Você quer uma declaração? Aqui vai. — Harry continua, ignorando seu pai. Seu aperto aumenta na mão de Louis. — Trabalhei para Louis Tomlinson por três anos como seu assistente. Oito meses atrás, começamos a namorar e nos apaixonamos. Eu o pedi em casamento há duas semanas e ele disse que sim. Louis é meu ômega. Então, vejo você no casamento. 

Ele se vira e começa a se afastar, puxando Louis com ele. Louis resiste à vontade de olhar para trás, para Jonathan e Ross, ao invés disso, inclinando-se para o lado de Harry quando o alfa solta sua mão e passa o braço em volta dele. 

Eles voltam para casa assim, e Louis nunca se sentiu tão aquecido. 

Nenhum deles diz uma palavra a princípio quando voltam para o quarto, a porta se fechando suavemente atrás deles. Louis se senta no sofá em frente à cama, deslizando as mãos por baixo das coxas e mordendo o lábio. 

Harry caminha até a lareira, parecendo pensativo.

Louis limpa a garganta.

— Então... — o alfa se vira para encontrar seu olhar e eles se encaram silenciosamente por um segundo. — Alguma dúvida final? — pergunta hesitante.

O alfa franze a testa confuso. — O quê?

— Tipo, você tem certeza sobre isso?

— Na verdade, não. — Harry admite, coçando a nuca distraidamente. 

Olhando para baixo, Louis respira fundo. Pensa em Melanie e Nana. Algo dentro dele queima, e ele deixa queimar através dele. Sabe o que precisa fazer, não importa o quão difícil seja.

— Escuta, não consigo expressar o quanto sou grato por tudo que você fez por mim, Harry. — ele começa, mantendo um tom de voz calmo. Seus dedos se curvam em suas palmas. — Mas eu não posso–

Uma batida interrompe suas palavras.

— Espero que estejam decentes. — a voz alegre de Nana soa através da porta, e Louis quase se encolhe. Ele abre um momento depois e a ômega entra no quarto. — Está na hora, pombinhos. Você precisa vir comigo. — ela diz, esta última dirigida a Harry. 

Eles trocam um olhar, cada um abrindo a boca para protestar. 

— Não, não, não. — diz Nana, balançando a cabeça. — Amanhã é o dia do seu casamento, o que significa que vocês devem dormir separados esta noite. É a tradição. — ela pisca. — Dê um descanso ao Fazer de Bebês. 

— Não usamos o... — Louis se interrompe, desistindo. 

— Dê um beijo de boa noite no seu ômega. — Nana instrui Harry. — E então venha comigo. Sem demora; vocês terão o resto de suas vidas para ficarem juntos. — ela sai do quarto e Harry dá a Louis um olhar tímido. 

— Tenho que ir.

— Vá em frente. — diz Louis, esperando que seu sorriso pareça natural e não forçado. 

Os lábios de Harry se curvam em um pequeno sorriso também. — Vejo você pela manhã? — pergunta suavemente. 

Louis engole as palavras arranhando sua garganta, balançando a cabeça com força. 

— Sim.

O alfa o deixa com um último olhar demorado antes de se virar e ir embora. A porta se fecha atrás dele, e Louis põe os pés no sofá, abraçando os joelhos contra o peito e se perguntando o que teria acontecido se ele dissesse por favor, fique. 

A água flui e reflui ao seu redor, erguendo-se do tapete e subindo por sua forma sentada. Louis sente-se arrastado pela torrente. Ainda se sente vazio. 

hold on to your heart ও l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora