A competição

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O dia da competição de surfe chegou. Todos estão nervosos e já pensando em quais manobras vão fazer. Estou sentada na areia, tomando banho de sol e comendo chocolate. O dia está lindo. As ondas estão firmes e fortes, perfeitas para a competição.
- Boa sorte, pessoal! - digo às pessoas da gangue dourada. Todos os surfistas estão posicionados em fila. Uma fila para cada gangue.
- Desculpa não te chamar ontem, princesa. Tive muitos... Problemas. - comenta João.
- Tudo bem, temos bastante tempo.
Será que eu deveria dizer que fiquei com Ethan? Por enquanto não.
Vejo os meus amigos surfando e realmente fico de boca aberta com o que eles podem fazer. São incríveis! Principalmente Ethan. Eu nem sabia que era possível fazer coisas tão absurdas nas ondas.
André aparece para competir junto com a gangue vermelha. Ele dá a mão para Vicenzo e os dois ficam olhando com cara de psicopata na direção de Ethan. Sinto uma tremenda raiva, mas não tem nada que eu possa fazer. Desde que não toquem em Ethan, tudo ficará bem.
Mari perde algumas ondas e erra algumas manobras, consequentemente, também perde pontos, porém nada que afete a equipe. Sasha é perfeita, parece uma pena de pássaro em cima das ondas. João é bom no surfe, mas é melhor com carros. Ethan é firme e tem uma ótima coordenação. Não entendo quase nada de surfe, mas dá para ver o quanto são os melhores no que fazem.
A competição começa no início da tarde e termina às 18 horas. Fico na praia assistindo até acabar. Não me sinto nem um segundo entediada. É muito divertido assistir eles competindo. E enquanto os observo, lembro daquele dia que Ethan perguntou se eu gostaria de aprender a surfar. Pensando melhor, parece uma boa ideia.
O pessoal se troca para ir para casa. Por pontuação, a gangue azul foi desclassificada. Então, estão indo para casa arrasados. Daqui a dois dias vai ter o novo "round" entre as gangues dourada, vermelha e preta. Estou ansiosa.
- Ei - Sasha fala. - Eu e a Mari estamos indo embora. Temos um compromisso com a mãe de Mari hoje à noite.
- Eu também - João adiciona. - Ainda tenho alguns problemas pra resolver.
- Somos você e eu então. - Ethan diz. - O que você quer fazer?
- As pessoas vão embora da praia agora?
- Sim. Provavelmente, já que ficaram a tarde inteira aqui.
- Sasha! - grito. - Antes de ir pode me emprestar a sua roupa de surfe e a sua prancha?
Ela para no meio do caminho e diz:
- Quer aprender a surfar? - levanta uma sobrancelha.
- Quero!
- Tá aqui então, se diverte, amiga.
Me entrega os equipamentos. Volto até Ethan, que ainda não tirou a roupa de surfe, acho que ia para casa se trocar.
- Pode me ensinar a surfar? - pergunto meio que sorrindo.
- Óbvio, fico feliz que você queira aprender.
Coloco a roupa e entramos no mar. Ethan pede para eu sentar na prancha, fechar os olhos e sentir as ondas. Sentir os movimentos delas. Depois, ele me pede para subir na prancha e ficar de pé com os olhos fechados. Diz que está tudo bem se eu cair, mas eu não caio nenhuma vez. O meu equilíbrio é perfeito.
Depois de ficar um bom tempo praticando isso, Ethan pede para eu deitar de barriga para baixo na prancha e nadar com ela. Faço isso facilmente. Logo, ele também diz para eu me posicionar na frente de uma onda, ainda deitada na prancha, e deixar a onda me levar. Me diverto muito. Adoro fazer tudo aquilo.
- Olha, você é muito boa. Tem muito equilíbrio.
- Obrigada.
Sentamos nas pranchas e ele pega as minhas mãos. É tão mágico ficar assim no mar, com a pessoa que gosto, no fim de uma tarde de verão.
- Vamos embora? - pergunta.
- Quero tentar pegar uma onda de verdade antes de ir. Depois disso, vamos.
- Não sei se é uma boa ideia, pegar uma onda em pé é mais complicado, precisa de bastante treino.
- Vou tentar. Só uma vez.
- Tudo bem, mas toma cuidado - adverte.
Fico em pé na prancha, não foi tão difícil quanto pensei que seria. Uma onda não muito grande vem em minha direção. Me equilibro e tento prender bem os pés na prancha. Deixo a onda me levar e viro a prancha para o lado assim como vi fazerem hoje a tarde inteira. A onda me leva até quase para fora do mar. Pego a prancha na mão e olho para trás. Ethan está sorrindo.
- Meu deus. Você é muito boa! Demorei semanas pra conseguir fazer o que você fez em um dia. Parabéns!
Ele vem na minha direção e saímos juntos do mar.
- Obrigada por me ensinar - digo. Me aproximo bem devagar e ele não recua e nem se aproxima também, apenas fica parado, fecha os olhos e espera eu o beijar. Me parece muito convencido. Ao invés de fazer o que ele quer, ando em direção à areia. Ethan continua parado de olhos fechados esperando eu o beijar. Rio alto. Ele abre os olhos e corre atrás de mim.
- Você me paga! - diz.
Largo a prancha na areia e começo a correr, mas ele é mais rápido e me pega, nós dois caímos na areia. Ele está em cima de mim. E é ele quem me beija.
Estou mais feliz do que nunca.

Ethan e IslaOnde histórias criam vida. Descubra agora