- Ai.
Ladybug preocupou-se ao ouvir o "ai" do seu parceiro.
- Estás magoado?
- Não. - conteve, porém, um gemido de dor - Estou bem.
Não insistiu. Talvez pelo tom mais grave que entoou ou talvez pelo facto de ter conhecimento do quão Chat Noir odiava pedir ajuda. A centímetros do rosto de um do outro, Ladybug envolveu este com ambas as mãos.
- Minou... - começou por lhe dizer calmamente - Sabes que podes contar com a minha ajuda para qualquer coisa... - acariciou circularmente as bochechas - não é? Não é?
- Sei sim m'lady.
Fez-se um silêncio. Ouvia-se o ar pesado que saía, entrava dos pulmões de ambos. Os seus olhos mergulharam nos dele. De um verde vivo, ligeiramente escuros, atentos, simultaneamente preocupados e doridos. Era óbvio que se encontrava em dor.
- Como é que tu estás? - fez uma pausa, afastando os cabelos negros levemente húmidos, pelo susto anterior, do rosto diante de si, os seus lábios avermelhados sorridentes - Quem caiu do precepício foste tu.
Ah pois. Doíam-lhe as costas, talvez tenha feito um pequeno entorse no tornozelo mas agora estava bem. A preocupação líquida verde que se refletia no olhar do parceiro, amenizava todo o seu ser, toda a sua dor. E com o sorriso intenso que lhe dirigiu, Chat Noir não foi psicologicamente capaz de falar o que quer que seja. Com as duas mãos apoiadas nos estofos do carro, fletiu ambos os braços, aproximando-se para lhe beijar a franja amorosamente.
- Tem mais cuidado minou. - sussurrou-lhe, fechando os olhos quentes, as pequenas e delicadas gotas de suor suspendiam-se na ponta dos cabelos.
Afastou os seus lábios do cabelo dela, abrindo a mesma os olhos marítimos, ondas, ondas profundamente quietas e doces tal como ondulavam os seus cabelos tão negros e reluzentes como a asa lustrosa do mais belo dos corvos. As mãos pequenas fecharam-se sobre a periferia dos estofos do carro, como se procurassem algo que a pudesse relembrar que não sonhava, era tudo real.
Acelerou-se-lhe o coração, a respiração, a proximidade entre ambos diminuía progressivamente, involuntariamente, inevitavelmente. Dali a segundos, já os seus narizes se tocavam, os seus lábios inclinados, irresistivelmente preparados para se encontrarem. Enrolou o braço em volta da sua nuca, o cabelo loiro entre os dedos. Sentiu a sua cintura a ser delicadamente agarrada, sem brusquidão, só amorosamente. Era algo que ambos ansiavam, eram como se fossem dois polos contrários que se puxavam mutuamente, nervosos pelo toque. Agarrou a sua mão, entrelaçando os dedos com vagar, como se tivessem toodoo o tempo de mundo e uma vilã não aterrorizava com carros voadores Paris.
A pergunta é... será que isso lhes importava?
Não.
Entre os lábios sumarentos um do outro e lutar contra uma adolescente revoltada, provavelmente fruto de uma rejeição amorosa, a primeira opção era definitivamente mais tentadora.
- Não és de confiança chaton.... - sussurrou quase, mas quase contra os lábios do parceiro, que demonstraram o mais inocente e desafiador dos sorrisos.
- Nunca devias ter confiado num gato m'lady. - aproximou-se por momentos dos seus lábios, dando a entender que a iria finalmente beijar, mudando o ângulo, para grande deceção de Ladybug, que suspirou pesarosamente, frustrada, murmurando num tom arrastado - Gatos são traiçoeiros bugaboo.
Oh se eram. Mas ela sabia disso. Algo a impedia de lhe segurar no rosto com força, beijando-o com todo o seu fulgor, todo o seu carinho. Não seria algo que ela faria. Além disso, Chat Noir iria entender o quanto é que ela pensara nele após o seu aniversário... o que não era suposto acontecer.
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Merci Chaton (EM REVISÃO)
RandomQuando Chat Noir decide preparar uma surpresa de aniversário para Ladybug, jamais pensou que esse pequeno encontro deles havia de os levar a uma busca sem fim. O que ele não sabe é que quando Ladybug quer uma coisa, consegue-a e de momento, ela quer...