Sete; afastados como a polaridade semelhante

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 - Ai.

Ladybug preocupou-se ao ouvir o "ai" do seu parceiro. 

- Estás magoado?

 - Não. - conteve, porém, um gemido de dor - Estou bem.

Não insistiu. Talvez pelo tom mais grave que entoou ou talvez pelo facto de ter conhecimento do quão Chat Noir odiava pedir ajuda. A centímetros do rosto de um do outro, Ladybug envolveu este com ambas as mãos.

 - Minou... - começou por lhe dizer calmamente - Sabes que podes contar com a minha ajuda para qualquer coisa... - acariciou circularmente as bochechas - não é? Não é?

 - Sei sim m'lady. 

Fez-se um silêncio. Ouvia-se o ar pesado que saía, entrava dos pulmões de ambos. Os seus olhos mergulharam nos dele. De um verde vivo, ligeiramente escuros, atentos, simultaneamente preocupados e doridos. Era óbvio que se encontrava em dor.

 - Como é que tu estás? - fez uma pausa, afastando os cabelos negros levemente húmidos, pelo susto anterior, do rosto diante de si, os seus lábios avermelhados sorridentes - Quem caiu do precepício foste tu.

Ah pois. Doíam-lhe as costas, talvez tenha feito um pequeno entorse no tornozelo mas agora estava bem. A preocupação líquida verde que se refletia no olhar do parceiro, amenizava todo o seu ser, toda a sua dor. E com o sorriso intenso que lhe dirigiu, Chat Noir não foi psicologicamente capaz de falar o que quer que seja. Com as duas mãos apoiadas nos estofos do carro, fletiu ambos os braços, aproximando-se para lhe beijar a franja amorosamente.

 - Tem mais cuidado minou. - sussurrou-lhe, fechando os olhos quentes, as pequenas e delicadas gotas de suor suspendiam-se na ponta dos cabelos.

Afastou os seus lábios do cabelo dela, abrindo a mesma os olhos marítimos, ondas, ondas profundamente quietas e doces tal como ondulavam os seus cabelos tão negros e reluzentes como a asa lustrosa do mais belo dos corvos. As mãos pequenas fecharam-se sobre a periferia dos estofos do carro, como se procurassem algo que a pudesse relembrar que não sonhava, era tudo real.

Acelerou-se-lhe o coração, a respiração, a proximidade entre ambos diminuía progressivamente, involuntariamente, inevitavelmente. Dali a segundos, já os seus narizes se tocavam, os seus lábios inclinados, irresistivelmente preparados para se encontrarem. Enrolou o braço em volta da sua nuca, o cabelo loiro entre os dedos. Sentiu a sua cintura a ser delicadamente agarrada, sem brusquidão, só amorosamente. Era algo que ambos ansiavam, eram como se fossem dois polos contrários que se puxavam mutuamente, nervosos pelo toque. Agarrou a sua mão, entrelaçando os dedos com vagar, como se tivessem toodoo o tempo de mundo e uma vilã não aterrorizava com carros voadores Paris.

A pergunta é... será que isso lhes importava? 

Não.

 Entre os lábios sumarentos um do outro e lutar contra uma adolescente revoltada, provavelmente fruto de uma rejeição amorosa, a primeira opção era definitivamente mais tentadora.

 - Não és de confiança chaton.... - sussurrou quase, mas quase contra os lábios do parceiro, que demonstraram o mais inocente e desafiador dos sorrisos.

 - Nunca devias ter confiado num gato m'lady. - aproximou-se por momentos dos seus lábios, dando a entender que a iria finalmente beijar, mudando o ângulo, para grande deceção de Ladybug, que suspirou pesarosamente, frustrada, murmurando num tom arrastado - Gatos são traiçoeiros bugaboo.

Oh se eram. Mas ela sabia disso. Algo a impedia de lhe segurar no rosto com força, beijando-o com todo o seu fulgor, todo o seu carinho. Não seria algo que ela faria. Além disso, Chat Noir iria entender o quanto é que ela pensara nele após o seu aniversário... o que não era suposto acontecer.

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⏰ Última atualização: Jun 19, 2023 ⏰

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Merci Chaton (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora