Capítulo 04

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(Terceira pessoa)

Já havia se passado uma semana. A escola era a mesma todos os dias. Midoriya chegava lá, compartilhava os livros didáticos com Momo e era abusado por Minato. Ele não se importava, no entanto. Desde que não incomodasse sua nova amiga ou seu tio, estava tudo bem. Tudo bem.

Quando sua ansiedade estava alta, ele se furava com um alfinete. Um alfinete de costura, que ele sempre carregava consigo. Se estava nervoso, assustado ou preocupado, usava o alfinete. A dor distraía sua mente do estresse.

No entanto, todas as noites ele lamentava a morte de sua mãe. Às vezes, era demais para ele suportar, e a picada fazia o truque. Mas hoje era diferente.

Hoje era domingo, final da tarde. Midoriya estava em seu quarto, olhando fixamente para o teto. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, mas ele não emitia nenhum som. Ele não queria incomodar Hiriku com seus problemas, mesmo que sempre lhe dissessem para pedir ajuda.

Ele respirou com dificuldade antes de tirar o alfinete do bolso. Ele furou a ponta do dedo e observou enquanto uma pequena bolha de sangue se formava na pequena ferida. Mas os pensamentos não desapareceram. Ele furou os cinco dedos de seu braço quebrado e então se levantou rapidamente. Ele não sentia dor suficiente.

Em pânico, ele olhou para a pequena mesa em seu quarto. Havia um par de tesouras lá. Ele as pegou e sentou-se na cadeira.

"Onde, onde, onde??" Ele murmurou para si mesmo.

Então, ele olhou para o ombro e puxou a manga para cima. Ele pressionou as tesouras cegas perto do ombro em seu braço e empurrou. Ele empurrou com mais força e, lentamente, moveu as tesouras pelo braço. Doía o suficiente, o suficiente para fazer os pensamentos desaparecerem.

Ele mal tinha rasgado a pele, deixando uma marca vermelha e uma pequena bolha de sangue. Ele só queria a dor. A dor física que ele descobriu ajudar com a dor emocional. Ele suspirou e guardou as tesouras. Voltou para sua cama e fechou os olhos até adormecer.

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Essa semana foi um pouco diferente, mas não muito. Ele havia recebido livros didáticos da biblioteca, então ele não mais dividia a mesa com a Momo. No entanto, durante os intervalos, ele sentava com ela e a Mina. Todos os dias após a escola, naquela semana, Minato o arrastava para os fundos da escola e o socava ou chutava.

Ele não se importava. Contanto que não machucasse ninguém que ele se importava. Ele se defenderia, mas era fraco. Só conseguia responder verbalmente, não sabia lutar.

"Oi! Nerd idiota!" Minato exclamou.

Midoriya se encolheu. Era o fim do dia e todos já tinham saído da sala de aula. Midoriya olhou por cima do ombro para o garoto mais alto. Minato o agarrou pela gola.

"Por que você não escuta, porra! Não fique perto da Mina OU da Momo!" Ele exclamou.

"P-porque você não é dono da minha vida! Elas gostam de ficar comigo..." Midoriya murmurou.

"Não gostam, idiota!" Ele gritou.

Ele socou Midoriya no estômago, e Midoriya cobriu a boca, tentando não vomitar o almoço que havia comido.

"S-se você fizer isso aqui... um professor vai nos encontrar..." Midoriya murmurou.

"Eu não dou a mínima!" Ele exclamou, então socou Midoriya no rosto.

Sangue escorria do seu nariz, mas ele ignorou.

"Não encoste no meu rosto. Meu tio vai descobrir." Midoriya disse em tom monótono.

Minato estalou a língua, como se o comentário o tivesse deixado ainda mais irritado.

"Cala a boca!" Ele sibilou, enquanto socava Midoriya no rosto novamente.

Dessa vez, sua visão ficou comprometida. E assim que outro punho voou em direção ao seu rosto, ele perdeu a consciência.

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Quando seus olhos se abriram, ele ainda estava na sala de aula, caído no chão. Ele segurou a cabeça ao se sentar e pegou o celular na mochila. Eram 17h, o mesmo dia. Ele tinha ficado desacordado por quase duas horas. Sentou-se ali, processando tudo, então gaspou e arrancou a mochila da mesa. Correu pela escola e saiu dela.

Seu tio terminava o trabalho às 17h. Ele correu o mais rápido que pôde, apesar de saber que estava fora de forma para correr por muito tempo, ignorando a sensação de fraqueza que sentia. Levou cerca de 5 minutos para ele chegar em casa, e quando chegou lá, não conseguiu ver o carro do seu tio. Ele tropeçou até a porta e ficou mexendo nas chaves em sua mão antes de destrancar a porta.

"Izuku?" Uma voz familiar disse.

O garoto congelou no lugar. Era seu tio. Ele sabia que se virasse, seu rosto contaria toda a história, mas seu tio não parecia interessado em seu rosto. Ele segurou o braço do adolescente, fazendo-o estremecer de dor.

Midoriya olhou para seu braço desprotegido, onde sangue seco o cobria. Mas ele não fez nada. Seu tio encarava seu braço, onde a palavra em letras pequenas tinha sido entalhada em sua pele.

MORRA.

Era o que estava escrito. E Midoriya percebeu que, enquanto estava inconsciente, seu precioso corpo tinha sido violado.

A palavra 'MORRA' estava no topo de seu antebraço, e várias outras feridas profundas estavam em seu braço, bem onde as veias estão. Sangue ainda jorrava de uma das feridas, tinha atingido sua veia. Midoriya cobriu a boca e começou a tremer.

"Você fez isso?" Seu tio perguntou calmamente.

Midoriya balançou a cabeça.

"Estão te intimidando? Você deveria ter me contado..." ele disse, enquanto tirava o celular do bolso e discava um número. Ele colocou o telefone no ouvido e abraçou Midoriya.

"Alô? Sim, precisamos de uma ambulância na Rua X..." ele disse.

Os olhos de Midoriya se arregalaram e ele balançou a cabeça. Hiriku afagou a cabeça do garoto.

"Sim, obrigado..." ele disse.

Ele colocou o telefone no viva-voz e o apoiou nos degraus que levavam à casa. Ele se sentou no degrau e bateu no lugar ao seu lado.

"Sente-se..." ele disse.

Midoriya obedeceu e se sentou. Sua visão estava embaçada, mas ele não mencionou.

"Há quanto tempo você está sofrendo bullying aqui? Só se passaram duas semanas..." ele mencionou.

Midoriya abriu a boca, mas nada saiu.

"Você pode me contar depois..." ele disse. Midoriya ficou ali em silêncio.

Ele não estava preocupado com os ferimentos. Estava com raiva, raiva por ter permitido ser descoberto dessa forma. E agora, Hiriku teria que pagar para levá-lo ao hospital.

Não demorou muito para uma ambulância parar em frente. O jovem se apoiou em seu tio, tremendo. Sua respiração ficou superficial, e Hiriku percebeu. Assim que os paramédicos saltaram do veículo, Midoriya ficou mole.

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Muito obrigado por ler❤️

Mudança [Izuku depressivo (BNHA/MHA, Tododeku)] Onde histórias criam vida. Descubra agora