Moontide theory

Capítulo 8

Em algum lugar de sua caminhada, Harry deve ter parado para dormir um pouco no chão em algum corredor indefinido nesta mansão gigante porque a próxima coisa que ele percebeu, ele estava envolto nos braços de alguém, posição nupcial, cabeça pendendo onde estava. Seus olhos captaram pinturas e portas enquanto a pessoa que o segurava caminhava pelos corredores. Os braços queimavam onde o tocavam, rastros de fogo ardente correndo por trás de suas coxas e pelas omoplatas porque o toque não era bom, o toque trazia dor e nada mais, mas ele não conseguia se mover, emocional e fisicamente exausto pelo que parecia ser o 3ª vez em uma semana. Seus pulmões queimavam, cada respiração parecia que seu peito estava sendo esmagado. Seus olhos se fecharam novamente enquanto a caminhada desacelerava, mas ele não se importava mais, caindo em um sono doce e escuro.

Talvez fosse mais fácil respirar quando ele acordasse de novo, mesmo que desejasse não fazê-lo.

-x-

Infelizmente, ele fez. Em sua cama desta vez, porém, uma atualização de longos braços que envolviam seu corpo desconfortavelmente e doíam , mesmo que o toque fosse gentil, mais gentil do que ele jamais esperara. Pensando racionalmente, provavelmente foi Tom que o carregou de volta para seu quarto, com o único outro ocupante da Mansão sendo Bellatrix, a quem ele duvidava que pudesse carregar em torno de seu corpo. O pensamento o perturbou um pouco, mas mais do que isso, deu vontade de chorar e ele nem sabia por quê.

Seus olhos já estavam doloridos e pegajosos, provavelmente de ontem. Ele não tinha certeza de quanto havia andado pela Mansão, mas não parou pelo que pareceram horas, pensamento após pensamento passando por sua mente, incitando-o a bater a cabeça na superfície sólida mais próxima, mas dormência e dor profunda e exaustão de alguma forma impedindo aquele pensamento intrusivo de ir mais longe.

Ele nunca cruzou com ninguém na jornada, nem mesmo outro elfo ou pintura em movimento. Ao todo, foi uma felicidade. A maior paz que ele já havia alcançado. Quando ele se lembrou por que estava andando, no entanto, seu corpo se fechou e ele se virou para dentro, um punho cerrando sua camisa fina e o outro cavando em seu couro cabeludo.

Por que nada nunca dava certo em sua vida? Dor após dor após dor, fazendo-o se perguntar se os raros momentos de felicidade valiam a pena. Alguns podem dizer algo como 'para as vidas que você salvou, os corações que você tocou, valeu a pena', mas Harry nunca salvou ninguém. Em vez disso, ele os matou. Suas mãos estavam sujas com as vidas de Sirius, Cedric e seus pais e se ele fosse um pouco melhor em magia, um pouco mais forte, eles provavelmente ainda estariam vivos hoje. Ele é depravado e nojento e não merece nada além de dor e morte, mas por que Tom não dá isso a ele, a única pessoa de quem ele esperava?

A bondade dói. Ele nunca tinha recebido bondade em sua vida. Não de Dumbledore, não dos Dursley e não de seus amigos; qualquer gentileza que eles lhe deram foi desfeita quando suas verdadeiras intenções foram reveladas. Mas a gentileza que ele recebeu de Tom, não importa o motivo, causou uma dor física no fundo de seu coração. Belas roupas e comida, uma mansão para ficar, libertando-o das garras de Dumbledore, capturando seus parentes trouxas, e para quê? Harry ?

Simplesmente não parecia certo. Ninguém nunca foi tão longe por ele, mas Voldemort foi. Pensar tanto fazia sua cabeça doer, assim como deitar na cama graciosamente dada a ele. Ele se sentou, esfregando o rosto sujo e decidiu que um banho era necessário.

Ele tirou suas vestes lentamente, não surpreso ao notar a falta de sua varinha. Nenhuma ferramenta desse jeito, nenhuma maneira de se machucar. Ele sentia falta disso como um membro perdido ultimamente.

Harry foi até o banheiro, fechando a porta atrás de si, encontrando uma toalha já enfiada em um cubículo na parede. Ele encheu a banheira com água morna e afundou até apenas a cabeça ficar para fora, finalmente permitindo que as lágrimas grudadas em seus cílios caíssem por suas bochechas e caíssem na água abaixo.