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18 anos.

Ótimo, ele não havia conseguido transar com a Ana, e estava agora reclamando sobre como ela era insuportável.

- É uma pena não ter conseguido...

- Eu teria conseguido, mas ela fala como uma matraca, e quando não fala ela tenta me atacar. - eu comecei a rir - Eu não acredito que ela me arranhou!

Ana tinha em um dos seus ataques, arranhado o braço dele, era como um vergalhão, enorme, como se ele tivesse brigado com um gato.

- Isso era tesão?
Perguntei rindo.

- Tesão? Se isso era tesão, eu quero distância dela.

Comecei a rir, ele estava muito revoltado.

- Para de rir, é você deveria sentir como arde.

- É porque ela é quente...

- Mina, silêncio! - eu continuei rindo -  Faz algo para me ajudar, ligue para a tia Gianna, eu quero falar com ela.

- Porque? - perguntei - por favor, não acabe com a minha noite...

- Tá pensando no que eu tô pensando? - eu já esperava que ele iria dizer algo como, noite maluca, comecei a negar com a cabeça - Noite maluca!

Depois de ligar para minha mãe, e ela deixar, chegamos na casa dele.
Regina e Fernando estava trabalhando, médicos nunca param.

Entramos na casa, ele correu para cozinha e eu fui para o quarto de hóspedes, que parecia ser meu, era meu...
Tinha tudo aqui, roupas, remédios, produtos.

Tomei meu banho e coloquei meu shorts da Moranguinho e uma camisa velha de Matheo.

Bati na porta do quarto dele, ele não respondeu, mas não havia problema em entrar no quarto dele.
Ouvi o barulho do chuveiro assim que entrei.
Me sentei na cama, tinha dias garrafas de uísque nela.

- Para que essas bebidas? - perguntei estranhando - Quando a noite maluca passou a ser sobre bebidas e não doces.

Ele apareceu na porta do banheiro, quando eu o olhei, senti algo estranho.
Eu sempre senti algo estranho, mas dessa vez era como fogo sobre a minha pele.

- Somos maiores de idades, avançamos, você deveria também, Moranguinho!
Disse implicando com o meu shorts

- Cale a boca.

Ele saiu, com uma bermuda e cabelos molhados.
Me ocupei um lado da cama, e ele deitou em outro lado.

- Vamos assitir filmes e beber, o que você quer vê?

- Harry Potter!

- Não!

- Harry Potter, por favor, já assistimos velozes e furiosos na última noite maluca!

Ele bufou, e balançou a cabeça derramando água em mim, ele sempre fazia isso, era a forma de retalhação a minha pessoa.

- Não era você que estava falando sobre amadurecer!

- É, mas você é chata!

Começamos a beber, e a assistir o filme.
Acabamos com as garrafas de uísque e começamos a beber algo que Matheo trouxe.

- Que droga, esqueci meu casaco naquela festa. - ele esbravejou, quebrando o silêncio - aposto que a Ana levou para casa dela, eu simplesmente não quero a ver mais. - ele coçou a cabeça, e riu - Meu Deus, eu vou esquecer aquela roupa!

- Foi tão ruim assim?

- Foi péssimo! - ele riu, e eu ri também - Sabe, eu acho que estava equivocado, ela não era tudo isso.

Me sentei virada para ele, tudo ao meu redor girava, eu me senti leve.
Alegre, quente.

- Então me diz senhor sabe tudo, o que seria tudo para você ?

Ele começou a rir de se contorcer na cama, eu não entendi nada mas ele começou rir muito alto.
Lembrei de Lion, não queria acordar o insuportável.

- Faça menos barulho, - comecei a rir, tentando controlar a mim também - já é madrugada!

- Isso não é ridículo? - ele questionou - Ela simplesmente não é nada do que eu queria.

Eu fui para mais perto dele, ele ria cada vez mais alto, então quando fui tapar a boca dele.
Não me atentei que estávamos na ponta da cama, caímos no chão, o impacto foi surdo.

Eu estava deitada encima de Matheo, suas mãos estavam nas minhas costas e quadril.

- Sabe o que parece "tudo" para mim? - ele perguntou, eu assenti para ele continuar falando. - Pele morena, cachos, sorriso travesso...- ele acariciou meu cabelo, e logo após meu rosto - Mina Miller, você é incrível, tudo.

- Você parece tudo também.

Uma onda de calor me atingiu, eu não sabia se era a bebida ou se eram meus sentimentos, mas algo aqueceu dentro de mim, e me parecia a coisa mais certa a se fazer.

Matheo me olhou, mas era como se ele pudesse olhar a minha alma.
Inclinei sobre ele e o beijei, seu hálito era quente, senti o gosto da bebida
Mas no fundo, eu podia jurar sentir ele.

Começamos a tirar as roupas, e quando notei estávamos na cama, abraçados, cansados e suados.
Eu não sabia exatamente o que aconteceu, mais sabia que algo havia mudado.

Todo tempo perdido Onde histórias criam vida. Descubra agora