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K.S

- Vamos encontrar-nos na paragem de autocarro perto do cinema, às 21h passam sempre os melhores filmes.

Assim estava na mensagem que recebi de um colega de turma, é bastante suspeito.

Nunca ninguém quis fazer algo divertido nos tempos livres, eles só vêm ter comigo para copiarem os trabalhos de casa, mas eu vim na mesma... nunca se sabe.

Fico na paragem de autocarro onde era suposto encontrarmo-nos e olho para o céu, parece que vai chover em breve.

Suspiro ligeiramente, já são 21h30... não vem ninguém. Aguardo mais um pouco na paragem que protege-me do vento forte.

Levanto-me do assento e viro-me para a minha mala no chão, enquanto pego nela vejo um bilhete pendurado. Olho mais de perto para o bilhete, amarrotado e provavelmente arrancado de um livro. 

" Já estamos no cinema, vem depois de veres isto, Kang Sook "

O facto de terem escrito o meu nome inteiro num papel que anda pelo mundo faz-me duvidar de que é uma ida fácil ao cinema.

Fui ao cinema como eles queriam, o caminho demorou cerca de 2 minutos. Quando lá chego, vejo a porta do cinema

Fechada

Ótimo... isto era uma armadilha. Suspiro e massajo as têmporas.- Porque é que ainda estou a fazer isto?- Sussurro ligeiramente irritada e caminho de volta para a rua.

De repente, alguém empurra-me com toda a força de lado enquanto caminho. Coaxo ligeiramente com a dor do impacto e olho para cima. É de esperar que o plano deles esteja a começar.

- Para que é que foi isso?- Pergunto ao agressor, o aluno popular da minha escola que também é, como nos famosos filmes americanos, um idiota.

- É confortável aí em baixo?- ele questiona divertido enquanto ri à gargalhada. Levanto-me e olho para ele.- Qual é o teu problema?- Pergunto irritada, mas ainda recebo um empurrão na outra direção como resposta.

Caio para o lado outra vez, perto do passeio. Olho para cima e posso ver a namorada do tipo tão popular, que tem o mesmo mau carácter que ele. Suspiro levemente sob a minha respiração.

- Eu sei, Kibum, é tão divertido intimidarem-me, não é?- Levanto-me uma segunda vez e olho para eles.- Não têm nada melhor para fazer?

O casal ri-se como se eu lhes tivesse perguntado qual é a cor de um semáforo, e cruzam os braços.- Quem disse que fomos nós que tivemos a ideia?- Miga pergunta-me com um sorriso desagradável.

Agora ficou ainda mais do que estranho, olho para eles com as sobrancelhas franzidas e afasto-me. Ainda assim, sou surpreendida por trás e levo um pontapé para a frente. Bato no chão com demasiada força, posso sentir as minhas mãos a escorrerem sangue. Grito com a dor novamente e olho para trás de mim, vejo Chan, o verdadeiro rufia.

 Não é novidade para mim ser intimidada pelo Chan, já sou há algum tempo, mas nunca pensei que ele se fosse juntar ao Kibum e à Miga. 

Na verdade, ele é um rapaz muito inteligente, o melhor da turma, ganha sempre medalhas e é, no geral, o filho que todos os pais desejam ter. De qualquer forma, ninguém é perfeito.

Ele tem um mau carácter que o leva a maltratar as pessoas, e até agora não sei porquê.

Respiro fundo e ponho-me de pé, sacudindo ligeiramente as mãos para que o sangue saia mais depressa.

- Já terminaram?- Pergunto aos três, rispidamente.

- Só mais uma coisa.- Miga diz e pega no meu guarda-chuva que estava pendurado ao lado da minha mochila.

𝕀'𝕝𝕝 𝕓𝕖 𝕥𝕙𝕖 𝕣𝕖𝕒𝕤𝕠𝕟 | 𝕓𝕒𝕟𝕘 𝕔𝕙𝕒𝕟 (𝕡𝕥)Onde histórias criam vida. Descubra agora