Dia 01: M

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O quão monótona pode ser a sua vida? Você se pega fazendo a mesma e mesma coisa todos os dias e então isso te atinge como um choque grande de realidade que insiste em martelar em sua cabeça, mas hoje essa monotonia se esvaiu de meu dia já que foi mudado de um jeito incrivelmente drástico.

Nesse exato momento eu estava sentada em meu sofá enquanto meu agora então ex namorado me dizia o porquê de querer me dar um pé na bunda. Sua desculpa era de que não sentia-se em uma boa fase para um relacionamento, mas eu sei que ele está de caso com sua companheira de trabalho.

— Você me entende? Não é você, sou eu. 

 Sua cara de pau era enorme, sentia repulsa, vontade de lhe socar bem no meio de seu nariz e talvez eu devesse o fazer, mas eu era medrosa demais para proferir um desses em seu rosto por isso preferia ficar calada enquanto observava bem o meu tapete colorido, esse no qual precisava ser lavado com urgência. 

— Tudo bem, Evan, eu entendo. Retire suas coisas de meu apartamento ainda hoje, por favor.

— O que? E pra onde eu vou?

Olhei bem para seu rosto, respirando fundo internamente antes que eu resolvesse sim enfiar a mão em sua cara. Seus olhos me analisavam, esperando uma resposta compreensiva, o que claro que ele não receberia e nem sei como seus neurônios funcionavam para que lhe dessem a esperança de que isso acontecesse.

— Eu não sei Evan, vá para a casa de algum amigo, sua mãe, sei lá. Só quero você fora daqui, afinal se não se sente em uma boa fase para estar em um relacionamento comigo, creio que essa coisa não irá melhorar com você enfiado em minha casa – Larguei um sorriso em sua direção, me levantando e pegando minha bolsa, iria trabalhar e aproveitar para dar uma aliviada na cabeça – Aproveite enquanto estou fora para retirar suas coisas. Deixe a sua chave embaixo do extintor quando sair.

Saí de meu apartamento podendo enfim respirar aliviada, sentia como se um peso tivesse acabado de sair de meus ombros. Eu não aguentava mais toda essa coisa do Evan, pra falar a verdade foi até um alívio ele me trair e se envolver com outra pessoa, por isso eu não estava brava ou magoada, eu até que estava feliz, estava livre.

...

A cafeteria hoje estava lotada e eu adorava, adorava ver a peculiaridade de cada pessoa com os seus pedidos, estilos e cada coisa que as fazem únicas em seu próprio jeito. Observar as pessoas era incrível e eu me sentia bem ao o fazer, me desligava um pouquinho as vezes e me permitia visualizar realidades diferentes que existem por aí.

— Soyer, café na mesa cinco.

— Valeu Kevin.

Fui caminhando com a pequena bandeja nas mãos, sorrindo gentilmente para cada olhar que era cruzado com o meu, idosos, crianças, adolescentes, todo tipo de gente que você pode imaginar se encontravam aqui diariamente e eu amava esse lugar tanto quanto eles.

— Café preto e sem açúcar, uma bela escolha, eu diria – Recebi um sorriso da moça em minha frente, sorriso esse que era incrivelmente bonito.

— Muito obrigada – Agradeceu e voltou a sorrir, me encarando por uns longos segundos – O que você curte ouvir?

— Bem, eu, uh – Sorri sem graça ao ser pega desprevenida com a pergunta – Acho que eu gosto de tudo um pouco, sem exceções. 

Observei ela retirar um folheto do bolso de sua jaqueta e estender em minha direção, com o insistente sorriso em seu rosto. Peguei o pequeno papel e pude ver que era um folheto de uma banda e o horário do show, banda essa que logo ela me disse ser a sua e que seria um prazer ter minha presença esta noite. Confesso ter estranhado esse convite de uma estranha, mas acho que ela só queria divulgar sua música.

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