Os serviços no Acampamento não eram de costume serem de graça, no mundo divino-grego, qualquer serviço se tinha um preço. Sendo assim, quem realizasse as atividades comunitárias, seria recompensado. Nos últimos três dias, as notícias correram de chalé em chalé, sobre a chegada da campista. Embora seu respeito fosse mediano, a própria ainda era uma dos heróis.Nas manhãs, quando o sol distribuia o brilho incandescente, Darcy e Amber, faziam básicas atividades, recebendo assim suas dracmas prateadas. No quarto dia de estadia, a garota loira, vestia sua alaranjada camiseta, sua gargantilha, organizava sua cabine e seus devidos pertences, logo iria de encontro com sua colega, desta vez, a ambição tomava conta de suas decisões, indo para o trabalho mais complicado e de maiores recompensas. Encontravam-se especificamente na área dos chalés, em um banco de madeira antigo. Amberly, era sempre pontual, chegando necessariamente no exato horário combinado, diferente de sua companheira.
— Ainda não consigo acreditar que me convenceu de limpar os estábulos. — Diferente de sua colega, a garota do chalé 7 não estava tão animada para limpar o esterco dos animais alados.
— Você precisa ser mais pessimista, sabia? — A morena de madeixas coloridas, repreendia sua companheira. — Precisamos de dracmas, e as festas de verão já estão chegando, esse é o momento perfeito para estreia da Princesa D.
A referência daquele termo caso caísse em ouvidos errados, causaria uma grande confusão. Assim que a morena chegara no centro dos chalés, ambas partiam na direção dos estábulos. Atravessando a campina coberta pelo gramado verde, e o verde coberto por adolescentes. Nada era tão distante quanto a distância da casa dos alados, seria necessário seguir uma estrada da majestosa arena de batalha, seguindo o arsenal repleto de filhos de Deuses da batalha e assim encontrando o local que parecia um celeiro.
Uma construção de carvalho branco era visível, com janelas e grandes portões abertos deixava que a luz do amanhecer invadisse os estábulos. A fragrância de flor-de-lis e vinhedo unia-se com o cheiro rústico da madeira, vegetais, ração e claro, esterco. Assim que adentravam o lugar, na esquerda, uma estante com diversos pares de botas marfim estavam amostra, por sorte tendo os devidos números que a dupla calçava.
A líder dos Sátiros já estava de pé, pronta, colhendo uma pá, vassoura e balde, partindo empilhada de objetos para a primeira baia à direita. Os cômodos estavam quase vazios, sem animais, um dos veterinários havia retirado os mesmos para que se alimentassem no campo do riacho de Zéfiro. Era de obrigação que toda a comida, água e ambiente das criaturas estivesse em bom estado, antes de seu retorno. Minutos após Darcy, iniciar a limpeza, retirando as fezes com auxílio dos objetos, a garota loira ficava responsável pela alimentação.
No fundo dos estábulos, encontrava-se um grande caixote de madeira, que quando aberto tinha-se amostra diversas sacas de rações, com pegasus bordados nas embalagens, repletos com proteínas para os alados. O protocolo de alimento informava a quantidade correta para cada criatura, sendo obrigatoriamente meio balde de ração para meio balde de vegetais. Com uma colher grande, a campista distribuia em cinco baldes. O estranho cheiro de papelão molhado infestava o posterior do lugar. Mais estranho do que isso seria um outro cheiro presente, de plantas moídas.
— Amberly? Você pelos estábulos? — Uma voz doce e masculina ecoava o ambiente. A loira virava-se na direção do garoto, que estava num verdadeiro clima de fazenda norte-americana. Mesmo a estética de suas vestes, tratava-se de um garoto de beleza élfica, cabelos leves como pétalas de margaridas e acastanhados como amêndoas.
— Isso é uma coisa que você não verá todos os dias. — a própria, dizia na entonação irônica, observando o garoto e assim aproximando-se.
Era mais fácil Poseidon e Atena se reconciliarem do que Amberly montar em um dos equinos dotados com asas. Cole, vestido com uma jardineira jeans abarrotado de lama, margaridas bordadas, camisa alaranjada, botas amarelas, luvas verdes e chapéu de palha criado à mão. Estava ciente já de que aquilo não se via todo dia. O garoto soltava os baldes com palhas, milhos e galhos triturados, no chão. Indo até a loira e confortando-a um abraço caloroso, tal esse como a beleza da primavera. Mas esse momento carinhoso durava pouco já que Amberly devia seguir seu trabalho.
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O Sangue de Apolo
Fantastik𝓤m globo de espelhos é constituído por fragmentos de vidro; espelhos quebrados. Mesmo partidos quando um feixe de luz o ilumina, ele simplesmente brilha. Ainda que rompida, a figura de olhos de esmeralda, fios folheados a ouro, está sempre a radiar...