Capitulo Um

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Acordei com minha mãe cutucando meus pés — indicando que ja era hora de levantar. Sua expressão fria e triste e seus olhos fundos de choro não me inspiravam muito, principalmente pelo motivo de toda essa situação deplorável que ela se encontrava.

Me levantei, tomei meu banho, me vesti com um moletom preto que tinha um desenho de um gato e calças de moletom cinza. Tomei meu café da manhã, meu pai a minha direita com a mesma expressão da minha mãe, pareciam mortos, e eu era o culpado.

Peguei minha mala que eu arrumara na noite passada e entrei no carro, o ar gelado, o clima nublado e as árvores sem nenhuma folha em seus galhos deixavam tudo mais triste e melancólico. Da minha casa até o aeroporto foram trinta minutos, apreciei cada paisagem, cada lugar que eu me encontrava com Mia e mais alguns amigos, o parquinho onde eu brincava, a casa mal assombrada que eu invadia no halloween, e muitos outros lugares que guardavam memórias boas e ruins... Nós três entramos no aeroporto e meu pai carregava minha mala, minha mãe a minha mochila e eu segurava uma dor no peito.

Minha mala foi embora por uma esteira e eu avistava meu futuro a dez metros de distância.

— Mãe, pai... Adeus. — digo imóvel, olhando para o chão, mas conseguia vê-los abraçados com algumas olhadelas confusas que eu os lançava.

Minha mãe tentou falar alguma coisa mas falhou por sua garganta engolir as palavras da maneira mais seca possível — eu não a via falar ja fazia um mês.

Me virei para o corredor que ia até o avião e segui em frente, minhas mãos entrelaçadas entre si deixavam claro meu nervosismo, quando olhei para trás, eles já não estavam mais lá.

Tchau Connecticut.

[...]

Depois de nove horas e uma fanfic lida, cheguei em Londres, quando peguei minha mala ja desci as escadas rolantes e vi um homem com uma placa enorme escrita "Legacy School", em volta dele já haviam alguns adolescentes, todos meninos. Me aproximei e peguei meu celular.

[Chat com Mia on]

Você: Oi amiga, cheguei em Londres agora!

Mia: FLYNN! Como que foi o voo?

Você: Foi bem tranquilo, to junto com alguns alunos aqui no aeroporto...

Mia: Hmmm... Algum ja te chamou atenção?

Você: Não, não sou emocionado igual você.

Mia: Cala a boca!

Você: Tão chamando a gente, tenho que ir, até logo!

Mia: Tchauuu!

[Chat com Mia off]

Andamos até uma van com a logo da escola e seguimos por mais vinte minutos até um grande campo, que bem no meio uma residência podia ser vista, fomos chegando perto, cada vez mais perto, e o que parecia ser um ponto beje no meio de um campo verde, agora parecia uma cidade inteira, acho que essa foi a maior escola que eu ja vi na minha vida.

Vários meninos corriam em conjunto, andavam, sentavam na grama, estudavam, liam, encenavam, e faziam outras diversas coisas.

Entramos no salão principal e fiquei boquiaberto vendo o lustre de cristal bem acima das nossas cabeças. Os atendentes bem uniformizandos e com a postura ereta, pilastras gregas brancas e enormes se estendiam do chão ao teto cheias de detalhes dourados.

— Vou anunciar os seus nomes e seus alojamentos! — o homem que estava no aeroporto agora usava a voz para nos orientar. Depois de alguns nomes o meu havia chegado - Flynn Sweeney, alojamento A35.

Assenti com a cabeça e andei pelo corredor do pavilhão "A", Um, dois, três, quatro... trinta e quatro e trinta e cinco. Cheguei. Entrei e vi que tinham duas camas, uma ja estava ocupada com algumas peças de roupas jogadas em cima, a outra estava intacta.

Joguei minha mala e minha mochila na cama sem nada e me deitei ao lado das mesmas. Fechei meus olhos e respirei fundo por alguns segundos.

Ouço a tranca de uma porta que eu não tinha visto fazer um barulho e um menino moreno de mais ou menos um e oitenta e cinco de altura sai com uma toalha na cintura e outra ele usava para secar seu cabelo, aparentemente ele não estava me vendo por conta de estar secando o cabelo, mas assim que parou ele arregalou os olhos castanhos na minha direção.

— PORRA! — ele se assusta.

— Ah! Oi, eu sou o Fl-

— O que você ta fazendo aqui?! — ele estreita os olhos.

— Calma! Eu sou novo e eu moro aqui agora.

— Ah, novato... — Ele revira os olhos. — Não te ensinaram a bater na porta não?

— Se eu soubesse que ia ter que dividir o quarto eu bateria. — cruzo os braços — Mas achei que fosse ficar sozinho, e você vai estragar esse meu plano. — arqueio minha sobrancelha direita.

— Sorte a sua na verdade, ter que dividir o quarto comigo, o melhor aluno da escola, o mais disputado, o mais desejado, as pessoas morreriam só pra respirar o mesmo ar que eu.

— Quem te iludiu nesse nível? — solto uma risada sarcástica — Você é só mais um garoto padrão, tem mais uns quinhentos ali fora que são idênticos a você. — Tento não deixar tão na cara que ja observei cada gominho do seu abdômen perfeitamente trincado, cada gota de água que escorria sobre sua pele, quando passava seus dedos no seu cabelo castanho escuro e como seus músculos se contraiam enquanto falava.

— Não tem ninguém igual a mim. — ele sorri. Logo em seguida tira a toalha da cintura ficando totalmente exposto e coloca uma cueca box preta, uma calça moletom e uma camiseta branca que marca todas as suas curvas e todos os seus detalhes do tronco.

— Se você diz... — pego uma roupa na minha mala — Vou usar o banheiro. — Entro e tomo um banho rápido, visto a roupa que havia pego e saio, ele estava sentado na escrivaninha estudando, suas costas malhadas tinham várias elevações, pareciam vários montes. — Qual é o seu nome?

— Payton. — ele ficou em silêncio. Não perguntou o meu, então resolvi falar mesmo assim.

— Sou Flynn. — Me sento na minha cama e abro minha mala. Tiro algumas coisas e coloco em cim da cama.

— Eu não perguntei — ele olha pra mim — to tentando me concentrar. — ele permanece olhando pra mim e algo parece chamar sua atenção, Payton se levanta e vem até mim. Sinto ele pegando alguma coisa na minha cama e fica alguns segundos analisando.

— Que isso? — olho pra ele e vejo que está com uma foto na mão.

— Uma foto, não ta vendo?

— Por que tem um coração do lado do nome dele? — ele solta uma risada debochada. Enquanto segura minha foto com o meu... amigo.

— Algum problema? — me levanto e a diferença dos nossos cinco centímetros de altura me fazem elevar a cabeça um pouco para cima e o faz olhar um pouco para baixo.

— Vários. — Ele empurra a foto contra meu peitoral e eu seguro. Com força. — Não bota essa merda em algum lugar que eu possa ver, a não ser que você queira que eu a queime.

— Vai se fuder. — Enfio a foto na mala com força e lanço a mala pra debaixo da cama. — Péssima noite pra você, lixo.

— Prefiro ser um lixo do que uma bich-

— Se você terminar essa frase, hoje vai ser o último dia que você viu a luz do sol. — O encaro da minha cama com um olhar que nem eu sabia que podia dar.

[...]
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Oiee, como vocês estão? Essa é minha primeira fic LGBT então espero que gostem e apoiem a história, tchauuu!

Amor Proibido - chrxsttpOnde histórias criam vida. Descubra agora