Aphelios revirava na cama. Estava confuso com toda a situação envolvendo o vastaya. Tentava dormir, mas nada ajudava e já faziam horas que o rapaz se encontrava nesta situação.Settrigh, por outro lado, estaria dormindo calmamente durante essas horas, mas um ruidoso trovão nos céus o assustou, fazendo com que despertasse em meio àquela chuva incessante. O ruivo analisou tudo ao seu redor, olhando a sala inteira, o que o fez sentir-se ligeiramente confuso e desconfiado.
– Eu sinto seu ódio só de olhar em seus olhos. - Disse o rebelde. - Mas se me odeia tanto, por que está aqui novamente, príncipe?
O lunari estava sentado logo em frente a cela, os braços ao redor das pernas enquanto descansava a cabeça em seus joelhos. Podia-se ouvir ecoando pelo corredor um suspiro pesado, mas se manteve em silêncio absoluto.
– Phel? - Ousava chamar a atenção do príncipe da forma mais condescendente possível.
O lunari encarava o vastaya com os lábios entre abertos, como se quisesse dizer algo, mas desistiu rápido demais. Sett viu aquele momento como a chance de explicar que não faria mal a Targon.
– Eu não faço ideia do que pensam sobre mim, mas eu te garanto; - Foi cortado por outro suspiro do moreno.
– Alune profetizou sua chegada, Settrigh. - O ruivo ficou surpreso com tais palavras.
– Ela... O que? - Sua expressão era confusa.
– A Profecia dos Lunari, ela é... Delicada.
Aphelios tinha o péssimo costume de bagunçar seus cabelos de novo e de novo, portanto, decidiu fazer isso mais uma vez.
– E o que diz a profecia? - O ruivo parecia aflito. Na verdade, tinha medo de que fosse algo negativo.
– Eu não posso dizer, e nem quero. - O tom de sua voz era seco. Pôde ouvir Sett respirar profundamente.
– Em menos de vinte e quatro horas que estive aqui você me insultou, me esnobou, me deixou confuso, assustado e fora de mim. Ninguém faz isso comigo, então, o que te dá esse direito, alteza? ‐ Dava ênfase na última palavra, fazendo Aphelios soltar um riso carregado de sarcasmo.
– Exatamente. A coroa me dá o direito. Não sou eu aquele atrás das grades.
Aphelios voltou a repousar sua cabeça, observando Sett em pleno silêncio.
– Você precisa parar de olhar assim para mim.
– Eu te olho do jeito que eu quiser. - O moreno rebateu.
– E eu não me responsabilizarei por nenhum de meus atos. - Aphelios o encarava, surpreso enquanto tentava entender o que o ruivo quis dizer com isto.
– Você deve ter mais cuidado com as palavras.
– E nós devemos encerrar a noite. - Sett disse, voltando a se deitar.
– Você pode estar correto.
O príncipe finalizava a conversa mas permanecia imóvel. Ainda estava ali, sentado em frente a cela, observando Settrigh.
[...]
A manhã seguinte finalmente surgia e Alune, que sempre seguia a rotina a risca, correu para acordar seu irmão.
Ao chegar no devido quarto, notou que Aphelios já não estava mais na cama e estranhou este detalhe.
O encontrou na mesa para o café e perguntou o motivo deste ter se levantado tão cedo, mas o príncipe sequer quis responder. Quando notou que Alune parecia desconfiada, Aphelios se levantou da mesa, trancando-se em uma das salas para poder finalizar seu discurso de paz que seria transmitido para todo o seu povo. Era bom com palavras, então não demorou muito para escrever, mas ficava nervoso por ter que sair dali e encarar as perguntas que a irmã provavelmente faria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Loyalty (SettPhel)
Romance"É melhor que você se torne leal a mim. Uma criatura tão distinta, tão curiosa... O que faria por essas terras? Estaria buscando a minha desgraça? Ou se juntará a mim e aos meus ideais? Eu estou conquistando este mundo que você vê. É melhor que vo...