Quero você de volta

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Não esqueçam que aqui nessa fic, a Sooyoung é estrangeira, tá ligado? Pois é :) acho que não especifiquei isso no início da fic, me desculpem.

"Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar."

                  William Shakespeare.

Sooyoung Pov's

— Responde! — ela disse mais alto e eu voltei a realidade.

— Eu... Hum... Er...— eu me praguejei por gaguejar. Respirei fundo e finalmente consegui formular uma frase sem gaguejar. — Eu vim atrás de você.

— Que pena, perdeu tempo e dinheiro. — Ela disse com cinismo e ia fechando o portão, mas eu a impedi o segurando.

— Jiwoo por favor, sei que errei mas ao menos me escute.

— Engraçado que quando eu pedi isso naquele dia no hospital você tacou o foda-se e pediu pra mim ir embora. Então seguindo o seu exemplo... — Ela se aproximou de mim. — Vá embora Sooyoung! Como você mesma disse a merda que a gente tinha acabou. Você não tem o que fazer aqui e eu não sou obrigada a falar com você se não quiser!

— Você está certa... Não precisa falar comigo, mas eu preciso que você me dê uma chance de falar.

Ela me olhou de cima a baixo, e fez uma careta.

— Não. — E assim ela bateu o portão me deixando plantada lá.

— EU NÃO VOU DESISTIR JIWOO! — Eu gritei para ela ouvir, e ainda a escutei resmungando antes de entrar para dentro da casa.

Eu suspirei e fui para dentro do carro, eu não iria desistir, eu precisava apenas de uma oportunidade para falar com ela. Decidi ir a um restaurante para almoçar, eu já tinha vindo a Coréia algumas vezes e estava até que familiarizada.

Eu olhei no relógio sabendo que era um pouco tarde em NY mas mesmo assim decidi ligar para minha irmã por chamada de vídeo.

— Porra, sua sorte é que eu não estava dormindo ainda. — Ela atendeu rapidamente, estava sentada na cama e enrolada no lençol, de relance eu pude ver fios loiros.

— Você e Jungeun estavam mesmo transando?

— Olha aqui, só porque minha vida sexual está mais ativa que a sua, não venha me criticar. — ela bufou. — E aí? Como foi?

— Péssimo... Ela praticamente me expulsou de lá.

Eu imaginei essa reação. Parece que você tem uma grande luta pela frente mana.

— Nem me fale... Eu nunca a vi daquele jeito. Ela sempre foi tão doce.

As pessoas mudam quando estão chateadas Sooyoung. Mas acho que você consegue, a Jiwoo doce que conhecemos ainda está ali, ela só está ferida.

— Eu sei... E minha consciência faz questão de pesar e me lembrar que a culpa é minha.

[...]

Três dias haviam se passado, eu fui até a casa de Jiwoo de novo, mas quem me recebeu foi sua mãe que por sinal foi muito gentil comigo, ela disse que Jiwoo havia ido fazer um teste para entrar na faculdade e que estava torcendo para ela conseguir.

Eu expliquei para ela como nos conhecemos mas eu pulei a parte de que ela era minha amante, apenas disse que nos envolvemos e eu acabei chateando ela e por isso ela veio para cá, disse que estava arrependida e queria uma chance de consertar as coisas.

Graças a mãe dela eu soube que nesse sábado, Jiwoo iria sair com uma amiga chamada Heejin, e me passou o endereço do lugar.

Você realmente parece gostar muito da minha filha, e se você quer mesmo que ela ao menos te escute essa será sua chance, seja firme e convincente com suas palavras. Eu não sei quanto a Jiwoo mas se ela tiver os mesmos sentimentos que você ela irá ceder, ao menos que ela não te queira mais.

Foi isso o que a mãe dela me falou e eu me lembrei de Jungeun que disse praticamente a mesma coisa.

Ansiosamente eu esperei pelo sábado, e quando o dia chegou eu me arrumei o melhor que pude. Estava confiante.

Peguei o carro e fui até o endereço que a mãe de Jiwoo havia me passado. Assim que entrei eu fiquei encantada com o local, tinha um palco para karaokê, mesas e um open bar, era bem iluminado e confortável.

Uma moça cantava uma música em coreano da qual eu entendia poucas palavras.

Novidade do dia? Eu não sou muito boa em coreano e a mãe de Jiwoo facilitou falando em inglês comigo.

Eu fui até o bar e pedi uma bebida, passei meus olhos pelo local mas ela ainda não havia chegado.

Eu esperei por uns 20 minutos, estava distraída no meu celular quando um cheiro familiar invadiu minhas narinas. Ela se sentou um banco depois do meu, vi quando ela chamou o barmen e voltou seu olhar para o celular.

Respirando fundo eu me aproximei sentando ao lado dela, ela ainda não havia me notado então criando coragem eu disse:

— Posso pagar uma bebida pra você?

Ela levantou a cabeça rapidamente e seus olhos se encontraram com os meus, ela fechou a cara e bufou.

— Você de novo!? Está me perseguindo? Achei que já tinha voltado para Nova York. Como sabia que eu estaria aqui?

— Coincidência talvez? — Decidi não falar que sua mãe havia me dito. Ela revirou os olhos e se levantou, mas eu segurei seu pulso. — Jiwoo, por favor... Preciso falar com você.

Ela me olhou por alguns segundos e suspirou voltando a se sentar.

— Você tem 15 minutos até os meus amigos chegarem. — Ela disse me olhando.

— Obrigada. — Eu soltei um suspiro de alívio. — Bom... Eu sei que você está chateada comigo e com razão, eu fui grosseira e estúpida com você. Não notei o que estava debaixo do meu nariz e se eu tivesse te escutado naquele dia nada disso teria acontecido. Mas... Quando começamos a nos relacionar eu achei que seria só uma fase e iria passar e eu voltaria para minha vida normal com a minha esposa. Mas eu...eu me apaixonei por você, eu continuei com Seola por respeito e consideração mas.... Ela já não tinha mais meu coração porque quem tinha ele, era você. Mas eu fui idiota e só percebi o quanto você era importante pra mim quando descobri que Seola é uma grande filha da puta. — Eu passei as mãos pelo meu cabelo. — Jiwoo... Por favor, me perdoe. — Eu a olhei suplicante. — Eu quero você de volta...

Ela ficou me encarando e sua expressão mudou como se ela estivesse prestes a chorar, ela abriu a boca para falar mas alguém interrompeu.

— Jiwoo! — Um garoto junto com uma menina chamou por ela a fazendo desviar os olhos de mim.

Ela limpou a garganta e se recompôs. Ambos se aproximaram dela e a cumprimentaram.

— Seu tempo acabou. — Ela disse se levantando e eu a olhei sem entender.

— Jiwoo, quem é ela? — O garoto apontou para mim.

— Ninguém. — Jiwoo disse e virou as costas puxando eles para outro lugar.

Eu engoli em seco e senti meu coração apertar, meus olhos se encheram de água e uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Era isto que eu havia me tornado para ela agora...

Ninguém.

The Mistress | Chuuves G!POnde histórias criam vida. Descubra agora