sᴛᴀʀʙᴏʏ - Erick Pulgar

𝟘𝟝

Imersa em meus pensamentos, percorro as ruas movimentadas do Rio, dirigindo rumo ao famigerado Maracanã. Suspiro profundamente, sentindo o peso da expectativa que paira sobre mim.

Aumento o volume da música na tentativa desesperada de afastar os mil e um pensamentos que giram em torno do camisa cinco. Por um momento desvio o olhar para a tela do GPS, e meu coração dispara ao notar que chegaria em meu destino em apenas um único minuto.

Engulo seco, ajeitando minha postura, tentando encontrar algum conforto no banco do carro, mas logo percebo que é inútil. Começo a cantarolar a música, na esperança de convencer a mim mesma de que estou tranquila e nada nervosa em finalmente encontrar Erick... mas falho miseravelmente.

As batidas de meu coração ecoam em meus ouvidos enquanto vejo o estádio se tornar cada vez maior com a proximidade. Todos os "e se..." preenchem minha mente, me fazendo questionar cada detalhe desse encontro ou qualquer outra coisa que isso seja.

Será que exagerei demais na roupa? Será que ele vai gostar de me ver? E se eu fizer algo errado? E se tudo sair completamente diferente do que imaginei? Respiro profundamente, tentando retomar o controle de meus pensamentos.

[...]

Arrumo a bolsa em meu ombro enquanto caminho ao lado da hostess, que me conduz até o camarote. Ao chegarmos, ela abre a porta com delicadeza, permitindo que eu entre primeiro e ao cruzar a limiar da porta, sinto imediatamente olhares sobre mim.

— Fique à vontade para desfrutar de tudo o que quiser. Se tiver alguma dúvida, basta ligar para a recepção.—

Explica a mulher ao meu lado, enquanto meus olhos percorrem o espaço, encontrando uma mistura de olhares curiosos e até mesmo maliciosos de alguns homens ali presentes.

— Estamos à disposição! Bom jogo, senhorita Ana! —

Diz a mulher, fazendo com que eu volte a olhá-la, com um sorriso em meus lábios.

— Certo, obrigada Mariana!—

Respondo após ler o nome gravado elegantemente em seu uniforme, ela sorri de volta e então a vejo sair, fechando a porta atrás de si.

Pronta para adentrar o espaço e ignorar todos os olhares invasivos, volto a olhar para frente e me deparo com um rosto conhecido se aproximando. E lá estava ele, Gabriel Barbosa, meu conhecido das festas mais badaladas do Rio.

— Não sabia que você era flamenguista... —

Diz Gabriel em tom sarcástico, me analisando dos pés à cabeça exibindo um pequeno sorriso nos lábios. Me perguntava mentalmente o que ele estava fazendo ali em cima, até repara seu tornozelo enfaixado, que claramente era o grande motivo de ele não estar em campo.

— Droga, fui descoberta... —

Respondo, entrando na brincadeira, o que o faz rir antes de nos abraçarmos.

— Tá acompanhada?—

Perguntou ele me soltando enquanto seus olhos percorrem o ambiente em busca de alguém que supostamente estaria a minha espera.

— Não exatamente.—

Gabriel volta a me olhar, arqueando uma sobrancelha claramente intrigado com minha resposta.