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O boto-cor-de-rosa, também conhecido como boto ou boto vermelho, é uma espécie de golfinho de água doce encontrada na América do Sul, particularmente na bacia amazônica. No folclore brasileiro, o boto é descrito como um ser mítico que habita as águas dos rios amazônicos e possui o poder de se transformar em um belo rapaz sedutor.
A lenda do boto conta a história de um jovem rapaz, muito bonito e admirado por todas as mulheres de sua vila, que desaparece misteriosamente sempre que há festas no vilarejo. Diziam que ele ia dançar e se divertir nas águas do rio e só voltava para casa ao nascer do sol. Ninguém sabia onde ele ia ou o que fazia.
Certo dia, uma jovem da vila se apaixona pelo jovem rapaz e é correspondida. Eles começam a namorar e a jovem engravida. Porém, ao chegar o dia do parto, o jovem rapaz some novamente. Quando ele finalmente retorna, a jovem está morta e seu filho recém-nascido é deixado para trás. A partir daquele dia, o jovem passa a se tornar conhecido como o boto-cor-de-rosa, devido à sua beleza e aparência sedutora. A lenda diz que o boto volta sempre à vila em busca de mulheres bonitas, que ele leva para as profundezas do rio e nunca mais as devolve.
Segundo a tradição popular, as mulheres em idade fértil devem ficar longe do rio durante a noite para evitar o encontro com o boto, pois ele pode seduzi-las e levá-las para sempre para dentro d'água. A lenda serve também como uma forma de explicar a gravidez das mulheres solteiras, pois o boto é visto como um ser sedutor, guarda um certo mistério e tem fama de conquistador, como se fosse a causa da gravidez de alguns casos misteriosos.
Embora a lenda do boto seja uma história de ficção, ela é extremamente popular na Amazônia e é contada até hoje como uma forma de prevenção e alerta à população. Além disso, a lenda do boto também é encenada em espetáculos teatrais e folclóricos em várias cidades do Brasil.
