Meu Supremo

Capítulo 3

Me vi perto da morte mais vezes do que qualquer um poderia imaginar, os maus tratos e a falta de carinho causados pela minha mãe me afetou de um jeito que jamais imaginei... Por isso era pra eu estar feliz agora porque ia encontrar alguém que realmente me amasse e se importasse comigo, mas me sentia insegura... E depois do que aconteceu com aquele desgraçado do Tony eu me sentia quebrada e parecia impossível juntar os cacos.

- Não quero encontrar ninguém.- digo com frieza e desvio o olhar para a vasta floresta. Me pergunto: como ela sabia sobre isso?
Eu sabia que ambas não era lobas, pois o cheiro delas eram diferente de nós. Mas o que seriam então?

- Azar o seu. - Com isso ela se cala. Sei que há muito mais por trás de seu silêncio, mas não me importo.

Encosto minhas costas na parede que estava atrás de nós e respiro fundo tentando manter em ordem meus pensamentos. Eu estava exausta, imunda e a pouco esperança que eu tinha estava se acabando.

- E se a gente conseguir fugir e ir para Lunaria?- diz a loira com espectativa.

- Não diga bobagens, Aerin. E mesmo que fugissemos, por que eu levaria essa ômega com a gente? - diz a mais velha me encarando com raiva.

- Freda, não seja assim -  Aerin diz tentando convencê-la.

- Ari..Todas as entradas de Lunaria é reforçada porque é lá que fica o Supremo Alfa, não teríamos como entrar. - seu olhar foi suavizando enquanto dizia.

A tal da Freda estava certa. Lunaria não é um lugar de fácil acesso, o Supremo era o Alfa de todos os Alfas de todos os lugares, ou seja, ele mandava na porra toda.

- Estou ciente disso, mas..-

- Não Aerin, não está. Você pensou o que? Que uma bruxa e uma elfa fosse entrar lá e ficar tudo bem?- Freda diz com tom de reprovação - Você sabe que sua espécie é rara para eles, os elfos são caçados a décadas. E ainda tem essa loba que mal tem poderes.- ela aponta para mim direcionando seu olhar raivoso.

Eu poderia até não ter poderes agora, mas estava a um passo de arrancar a cabeça dessa bruxa metida.

- Eu só sou meio elfa - Aerin fala tentando argumentar chateada.

- É porque a outra metade você reservou pra ser estúpida - Freda acaba dizendo sem pensar, mas já era tarde demais.

- Ora sua...-

Escutamos a porta da cabana se abrindo novamente e o homem sai de lá carregando algumas coisas que pareciam ser alguma espécie de arma. Ele para diante de nós apontando um arco e na ponta da flecha tinha um líquido roxo, provavelmente veneno.
As meninas arregalam os olhos desesperadas, e lágrimas começam a cair sem que percebam. Eu também estava com medo, mas não tanto quanto elas.

Ele foi apontando seu dedo para cada uma de nós fingindo que ia escolher alguém, mas o filha da puta só estava tirando sarro com a nossa cara. Quando seu dedo para em Aerin ela fecha os olhos apavorada, ele da um soco na parede atrás de nós provocando um enorme barulho na intenção de nos assustar. Ele da uma gargalhada alta zombando da gente.

- Deviam ver só a cara de vocês - ele amarra uma corda unindo eu e as meninas, impossibilitando qualquer ideia de fuga- Vamos que temos um longo caminho pela frente até encontrar Berius na taverna- ele nos empurra pela floresta a dentro para onde deve ser essa tal taverna.

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Andamos por quase umas três horas, mas parecia uma eternidade. Estávamos cansadas e ainnda me sentia fraca pelo Lupos em meu sangue e até agora nada de Selene. Mesmo que eu quisesse não tinha muito que fazer sem ela.

As meninas ficaram caladas todo esse tempo e pela cara de Aeerin ainda estava zangada com Freda. Minha cabeça estava latejando e meus pés doendo, não havia me dado conta que estava descalça todo esse tempo, provavelmente aconteceu depois da transformação.

Aeerin tropeça e cai quase levando Freda e eu junto por conta da corda que nos unia.

- Imprestaveis-  O velho irritado se aproximou dela levantando a mão para lhe dar um tapa, mas me jogo na frente antes dele acerta-la. Sua mão acerta meu rosto deixando a região ardendo e um corte no canto de minha boca por causa do anel que ele usava.
Cuspo o sangue de minha boca e olho para ele de forma ameaçadora.

- Não ouse tocar em um fio de cabelo delas.