Capítulo 10

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Acordo com um peso em cima de mim, abro os olhos e vejo Aeerin e Freda em minha cama com uma pequena cesta com pães e bolachas. Estava me sentindo mais disposta naquela manhã, as dores diminuíram e a febre se foi.

- Até que enfim acordou- Resmunga Freda

- Bom dia pra você também .- digo me espreguiçando.

- Como você está?- as meninas me olhavam apreensivas.

- Estou bem, sério.

- Ótimo então! - Freda fingia que não se importava, mas eu sabia que ela estava preocupada, conseguia ver em seus olhos. Não consigo conter o sorriso que se formava em minha boca, eu realmente passei a gostar dessas meninas como se fossem irmãs que nunca tive.

- Do que você está rindo besta? - diz Freda franzindo a testa.

- Você.- digo bagunçando seus cabelos enquanto Aeerin nos olha de forma divertida.

- M - Antes que ela consiga protestar eu puxo as duas para um abraço, derrubando algumas bolachas da cesta que estava com Aeerin.

- Não deixei vocês me abraçarem.- diz Freda forçando a voz para parecer brava, mas ela ainda nos abraçava.

- A bruxinha está zangada, Ari, o que vamos fazer com ela? - troco um olhar com Aeerin, então prendemos Freda - cocegas!

- hahaha- ela se contorcia sobre nós, mas não conseguia se soltar - me larg...hahaha.. suas...

Freda mal conseguia formular frases por conta das gargalhadas e Aeerin estava gostando disso. Meu estômago começa a roncar então solto ela e pego umas das bolacha que estava caídas na cama.
Aquilo tava bom pra caramba, talvez fosse porque fazia um tempo que eu não comia e eu estava morrendo de fome.
Como algumas bolachas e pego um pão dando uma grande mordida, então percebo as meninas me encarando.

- Eu disse que devíamos ter pagado mais. - Aeerin comenta.

- Desculpa, eu não sabia que estava com tanta fome assim..- digo

- Ecaaa, não fala com a boca cheia- Reclama, Freda. Eu apenas revirou os olhos para ela e termino de engolir meu pão.

- A senhora Dália disse que você poderia descansar essa manhã e depois ela irá te entregar uma lista das tarefas diárias como essa aqui. - Ari ergue um papel branco que havia retirado do bolso para me mostrar.

- Depois que você saiu ontem a noite chegou vários outros convidados, pareciam até nobres todos de nariz empinados, mas a festa não durou muito.- comenta Freda franzindo o cenho.

- É, mas a parte mais legal foi que a senhora Dália nos levou até a cozinha depois e nos serviu um banquete.

- Não seja tão exagerada, Aeerin, mas até que tinha bastante coisa. E ganhamos quartos também assim como o seu.- diz Freda empolgada.

- Por que não durou muito?

- Porque o supremo deixou o salão ontem a noite e não voltou, aí aos poucos o salão ficou vazio.

Agora me lembro! ele esteve aqui ontem. Achei que fosse paranóia minha, mas ele realmente estava aqui.
Primeiro ele diz que vai me matar se eu contar sobre sermos companheiros e depois ele vem aqui pra me dizer que não se importa. Sério, qual é a desse cara?

A memória dele me pegando no colo ontem invade minha cabeça, mas afasto o pensamento rapidamente. Ele não pode me confundir desse jeito, por que não me rejeita de uma vez? Inferno.

- Ontem a noite vocês escutaram algo fora do comum? - pergunto me lembrando do que ele havia dito sobre eu ser escandalosa.

- Tipo o que? - elas me olham sem entender.

-  Gritos?- pergunto tentando não parecer suspeita.

- Não, nadinha.

Então era mentira, não havia barulhos. Mas por que ele se deu ao trabalho de vir aqui sendo que não se importa? Isso tudo é tão confuso.
Saio dos meus pensamentos e volto minha atenção para as meninas.

- Acho que vou ir falar com Dália agora de manhã, me sinto bem melhor. - digo enquanto me levanto da cama para vestir meus sapatos.

- Tudo bem, eu e Ari já temos que ir mesmo.- Diz Freda pegando na mão dela.- Ate mais tarde.

Elas saem do quarto e eu saio logo em seguida também torcendo para me lembrar o caminho de alguma coisa, mas aparentemente estava perdida naquela casa enorme.

Após alguns minutos caminhando pelos corredores escuto uma voz histérica gritando,  vejo o garçom que me levou até meu quarto ontem a noite segurando uma bandeja com várias frutas e pães, mas a pessoa lá dentro estava uma fera.

- EU PEDI PÃO INTEGRAL E NÃO ESSA PORCARIA! - aquela voz...pelo pouco que presenciei ontem sabia a quem pertencia.

- Desculpe, senhora. Irei lhe trazer outro café da manhã.- diz o rapaz atordoado.

- VÁ LOGO, SEU INÚTIL. - Yara aparece na porta enquanto o garçom se apressa para fazer o que ela havia pedido. Ela percebe minha presença e seus olhos furiosos encontram os meus.

"Alerta, vadia raivosa" diz Selene morrendo de rir.

Fudeu!

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