Capítulo 14

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O brilho do dia que atravessavam a janela, refletindo sobre meu rosto me fazendo acordar, abro meus olhos colocando a mão sobre minha testa tampando a luz do dia. Me sento sobre minha cama, vejo Takemichi ainda dormindo sem se importar com a iluminação, levanto e calçando minhas pantufas cor vinho com duas patinhas de gato desenhadas em cada um.

Desço as escadas já reformadas de madeira carvalho, vou em direção a cozinha, que ainda não está pronta, mas os blocos de mármore preto já estavam apoiados num canto para serem colocados na pia e balcão. Ao adentrar a cozinha, vejo meu pai sentado na cadeira com o jornal em mãos, junto de uma xicara de café na mesa a sua frente.

- Bom dia -Digo passando por ele.

- Bom dia Pulguinha -Meu pai disse abaixando o jornal e o fechando - Seu irmão ainda está dormindo?

- Sim, nem se importo da luz do sol no nosso quarto -Falo permanecendo de costas para meu pai, pegando uma xicara e enchendo de café - E cadê a Mãe? -Sento ao lado dele.

- Saiu com uma cesta de biscoitos, ela falou que iria conquistar os vizinhos -Ele afirma pegando sua xicara e levando a boca, logo, olhando em direção ao jornal ao seu lado.

Sigo o olhar do meu pai para o jornal, vendo o título bem grande em negrito "Jovem é encontrado morto perto das margens de Fukuyama, morte ainda desconhecida". Minha reação de surpresa se transparece em meu rosto, fazendo meu pai virar o jornal.

- Quem é o garoto? -Pergunto ao meu pai.

- Não sabem ainda, apenas afirmam que o menino foi encontrado com vários hematomas, o sangue dele foi drenado também -Meu pai resume o que ele avia lido.

"sangue drenado?" lembrei dos demônios, além da toman, há outros clãs, como Tenjiku, Valhalla, Moebius e entre outras, não seria improvável se um deles fizessem isso. Tomei meu café em silencio, ficou um clima sombrio depois dessa notícia.

Meu pai pediu para eu ajuda-lo a levar alguns pertences antigos da casa para o Sr.Waragi, aceito, já que os meninos não estão comigo não será motivo para ele me jogar uma adaga desta vez. Ajudo meu pai a carregar as caixas cheias de panelas, bonecas, utensílios antigos e ferramentas, não valeria a pena ir de carro, já que a cidade é pequena, as casas são próxima.

Ao chegar perto da casa de Waragi, já sinto o cheiro de mofo, ele não abre aquela casa há anos. Bato na porta, meu pai disse que vai buscar mais coisas e pede para eu entregar essas por enquanto, a porta se abre lentamente fazendo um som agudo das dobradiças, olho para cima vendo o Sr.Waragi me olhando com seus olhos escuros e sombrios.

- Bom dia Senhor -Ele me dá medo. O homem fala baixo e não escuto - Como?

- É a Srta.Hanagaki? -Waragi pergunta.

- Sim, pode me chamar de s/n -O olhar desse homem é assustador, é como se ele estivesse julgando todos os pecados da minha alma - Vim trazer os objetos da casa em que moro -Digo levantando a caixa ainda em mãos.

O homem com mais de 60 anos abre mais a porta, liberando a passagem para eu entrar, entro com receio trazendo as duas caixas. Ele me guia até a sala, onde já estive uma vez, me sento no sofá deixando as caixas no chão a minha frente.

- Aceita um chá ou água? -O senhor oferece gesticulando para a cozinha escura.

- Não, obrigada -Agradeço, realmente não estava com fome, mas também aprendi há não aceitar nada de estranhos.

- Tudo bem, onde está seu pai jovenzinha? -Ele pergunta puxando uma das caixas.

- Ele foi pegar mais algumas caixas lá em casa... O senhor realmente gosta de objetos antigos -Me levanto indo em direção a prateleira sobre a lareira apagada, tinha uma caixinha com a tampa de vidro, permitindo ver as moedas de décadas atrás, ao lado, uma adaga curvada enferrujada.

✧*:.。Uma Humana no mundo Demoníaco 。.:*✧Onde histórias criam vida. Descubra agora