Prólogo

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"Eu fui feito

Feito para vencer

Cuidado, eu vou entrar

Eu sou uma lenda viva

Me observe mover

Me solte

Deixe-me fazer o que faço

Sou um lutador

A vitória está no meu sangue"

— Club Danger


— Onde está minha aniversariante?

A mamãe falava bem alto enquanto andava em volta da mesa de comida do acampamento.

— Eu vou te achar, princesinha, e quando fizer isso vou te encher de beijinhos.

Ela continuou andando, e eu sabia o que ela ia fazer. Eu era boa nisso, sabia o que as pessoas iam fazer ao meu redor. Mamãe sempre dizia que eu era esperta, que aprendia rápido.

Te achei! — Ela gritou olhando debaixo de uma das mesas de madeira que eu estava pouco tempo atrás.

Segurei o riso.

— Oh! Estou vendo que você melhorou suas estratégias de esconderijo, princesinha. Vamos ver a quão boa você ficou desde a última vez.

Tínhamos brincado disso ontem, mas não importa o quão esperta eu sou no jogo, mamãe sempre me encontra. E eu adoro quando isso acontece.

Não importa onde eu estivesse, ela sempre me acharia.

No fundo, eu sabia que não tinha ficado tão boa em esconde-esconde a ponto de mamãe não me achar até agora. Eu sabia que ela sabia onde eu estava, mas ela sempre fazia parecer que eu era a melhor de todas nessa brincadeira. E eu a amava por isso.

A verdade é que eu nunca fui muito boa em me esconder. Eu aprendia as coisas rápido e sabia o que as pessoas iam fazer antes delas fazerem. Eu também era muito boa com arco e flecha — mesmo que minha mãe não gostasse disso — mas esconder não era uma das minhas habilidades. E eu não ligava muito para isso.

— Onde está você, princesinha? Onde está você? — Ela cantarolava alegremente.

Eu tive que me esforçar muito para não abandonar meu esconderijo e pular enquanto gritava: "Estou aqui, mamãe. Estou aqui." Porque, por mais que eu não gostasse de perder, eu adorava quando ela me encontrava. Ela sempre me dava abraços apertados e beijinhos por todo o meu rosto.

— Eu vou te encontrar, Nono, e quando eu fizer, vou te encher de... — Ela parou no meio da frase.

Mas eu ainda conseguia ouvi-la. Ouvia sua respiração, seu coração batendo no peito, o ar entrando pelo nariz, enchendo o peito, e saindo de novo. Então, ficou tudo em silêncio.

Fechei meus olhos e me concentrei nos meus sentidos para descobrir exatamente onde ela estava, mas ela era muito silenciosa e eu muito nova para ter habilidades especiais como encontrar um feérico pela sua aura.

Mamãe dizia que isso era algo que apenas feéricos níveis 7 conseguiam fazer.

Mesmo não sendo uma guerreira como meu pai, minha mãe era uma feérica pura, o que lhe dava poderes incríveis que nenhum humano poderia imaginar.

Caminhando Em Direção Às SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora