"Você não tem lugar para se esconder
E estou me sentindo um vilão, com fome por dentro
Um olhar nos meus olhos
E você estará correndo porque eu estou chegando
Vou te comer vivo
Seu coração bate como um tambor
A perseguição apenas começou
Monstro preso na sua cabeça
Monstro debaixo da sua cama
Somos monstros"
— Monsters, Ruelle
Rhiannon
(Atualmente)
As sombras se estendiam, e o ar fétido de morte envolvia o cemitério. Passos pesados ecoavam ao nosso redor, anunciando a aproximação de algo faminto, ávido por nossas almas. Estávamos ali por uma única razão: fazer uma barganha. Conseguir a informação que precisávamos, mas com um preço alto. Apenas um de nós sairia vivo, pois em troca da resposta, uma alma teria que ser entregue à criatura.
Com as sombras se esticando e o ar denso com o cheiro pútrido de morte, passos pesados ecoavam pelo cemitério. Algo faminto se aproximava, ávido por nossas almas. Estávamos ali por uma única razão: fazer uma barganha. A informação que buscávamos estava ao nosso alcance, mas o preço era alto. Apenas um de nós sairia daqui, porque em troca da verdade, um de nós teria que entregar a própria alma à criatura.
(3 horas antes do sacrifício)
"Em meio a um reino abandonado, onde os sonhos parecem sucumbindo à mediocridade, minhas emoções vagueiam no abismo nebuloso de minha mente. Observo a paisagem diante de meus olhos, um retrato efêmero de um mundo indiferente às minhas cicatrizes.
Em meio ao eco incessante das feridas que nunca encontram a cura, mergulho nas profundezas do meu ser, enfrentando um tumulto de memórias dilacerantes. Os traumas se alimentam de mim como um predador insaciável, como se o tempo insistisse em perpetuar o tormento das experiências que permanecem envoltas no véu do silêncio.
Nesta jornada de angústia e desconexão, a incessante busca por significado é a única constante. Será que a dor é uma lei inevitável, um lembrete cruel de nossa fragilidade? Ou será que ela tem o poder de moldar nossa essência, revelando a resiliência latente em nossas almas?
Apenas não me permito esquecer de que é nas profundezas da aflição que encontramos uma chama frágil de esperança, uma luz que teima em brilhar mesmo nas trevas mais densas. Por isso sussurro minhas palavras silenciosas ao vento, na esperança de que, algum dia, elas encontrem eco nos corações desgastados de outros viajantes que, como eu, buscam sentido em meio ao caos."
Absorvida pela melancolia desencadeada pelo trecho do meu livro favorito, desvio meus olhos das páginas e os deixo vagar pela paisagem desconhecida do lado de fora da cabine em movimento. Observando o horizonte enxergando o ponto exato em que o céu beija o oceano muito além da janela suja pela maresia.
Um espetáculo digno de canções eu diria.
A água refletia tons profundos de azul e dançava sob a luz do sol. Gaivotas pairavam no céu, suas asas brancas cortando o ar salgado. Cada onda, em sua dança eterna, revelando uma sensação de liberdade antes de se dissipar em espumas efêmeras contrastando com o porão sujo e malcuidado do navio em que eu estava. Eu não podia reclamar muito quando havia sido minha escolha e decisão viajar nele. Tinha selecionado ele estrategicamente por sua discrição e status indocumentado. Ninguém sabia da existência dele, o que significava que ninguém o revistaria durante nossa jornada se todos cumprissem com seus papeis e seguissem o plano, mas isso não era problema. O capitão tinha experiência com situações como essa e eu tinha oferecido uma quantia satisfatória para incentivá-lo a nos ajudar.
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Caminhando Em Direção Às Sombras
FantasyEm um reino antigo, onde clãs competem por território e poder, Rhiannon, filha de líderes de clãs distintos, vê sua vida virar ruínas quando sua família é brutalmente assassinada durante uma guerra que visava exterminar povos considerados uma ameaça...