Capítulo 3

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- Eu sinto muito, Comandante, a missão foi minha ideia.

A sala de reunião do Comando tinha apenas o pessoal necessário para avaliar a conduta de Tara. Ela já tinha estado naquela situação mais vezes do que certamente deveria. Contudo, foi a primeira vez que Castle se prontificou a defendê-la publicamente.

Ele quase ganhou um revirar de olhos da mulher alta, negra e imponente sentada ao centro da sala. Helga Burns não havia chegado à Comandante sendo feita de boba.

- Se fosse qualquer um na minha frente e não Tara Crosswell eu talvez tivesse acreditado, Castle. - Ela disse. - Conheço a Srta. Crosswell o suficiente para saber que ela age por conta própria.

Tara permaneceu em posição, os olhos respeitosamente fixos na tribuna. Estava exausta e dolorida, e custava-lhe tudo o que tinha para não perder a cabeça. Se por ser forçada a deixar o assassino ir ou pela presença perturbadora do príncipe ela não tinha certeza.

- Algo a acrescentar, Srta. Crosswell?

Tara se empertigou enquanto Castle rezava para que ela se calasse.

- Eu mantenho todas as minhas decisões, Comandante.

- E eu aprecio sua honestidade. - A mulher respondeu. - Mas não posso tê-la nos colocando em risco de um confronto aberto contra Asgard. Se você não fosse filha dos seus pais...

- Eu não peço por nenhum tratamento especial, Comandante. - Tara sabia que não devia interromper, mas o sangue ferveu antes de se conter - Eu aceito todas as consequências dos meus atos.

- Se você não fosse filha dos seus pais - Helga continuou como se não houvesse interrupção - Eu provavelmente já a teria forçado a aceitar uma posição de comando. Mas você é igual a minha velha amiga Asteria, e ela me arrancaria as tripas se eu pressionasse sua filha.

Tara continuou fitando o nada enquanto sentia as entranhas se dilacerando.

- Então eu peço, Tara, fique fora de radar até que o principezinho vá embora, por favor. - Foi o pedido incomum que fez Tara erguer o olhar, mas preferiu não tê-lo feito ao ver a preocupação genuína no rosto da Comandante. - Você pode ir agora.

Tara não esperou. Com um cumprimento, deu as costas e deixou a sala do conselho, sentindo Castle nos seus calcanhares.

Ela precisava sair. O assassino escapar, a lembrança de sua mãe, aqueles malditos olhos verdes... Tudo estava demais.

- Tara, espera. - Castle a segurou pelo braço, assim que não puderam mais ser ouvidos. - Me deixa ver esse ferimento.

Ah, isso. Seu prêmio por ser descuidada e imprudente, colocando Alec em perigo no processo. Tara estava tão atordoada que não reclamou que Castle não a levou à enfermaria, mas sim para os seus aposentos - muito maiores do que os que ela dividia com os demais soldados. Também não protestou quando ele limpou e suturou o braço, ou quando a levou até o chuveiro para que se limpasse do sangue seco.

Tara largou as roupas sujas no cesto enquanto Castle se recostava na parede do banheiro. Bastava uma palavra dela para que se retirasse.

Mas ela não a disse. Tara acompanhou os olhos se tornarem famintos, acompanhando a água que escorria sobre seu corpo. Seria uma boa distração para terminar um dia de merda. Pegou o sabonete preferido dele e o usou meticulosamente, fazendo questão de encará-lo durante todo o processo.

Castle permanecia de braços cruzados na soleira da porta e não moveu um único músculo até que Tara o convocasse com um dedo. Sequer se importou em remover as roupas, tão inebriado que estava dos arranhões e beijos ferozes. Só quando já estava ensopado carregou-a para fora do banheiro e jogou-a sobre a cama.

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⏰ Última atualização: Jun 28, 2023 ⏰

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