Uma memória perdida

cap.2

Era por volta das nove da manhã, com muito remorso Steve se levantou da cama, foi ao banheiro realizar sua higiene matinal, no espelho se via um loiro com os cabelos bagunçados e enormes olheiras, Steve exalava uma aparência cansada, mesmo tendo passado as duas últimas semanas em um campo de férias juntamente aos seus amigos. Tinha voltado ontem das férias, sua aula iniciara ontem também, mas ele não se sentia preparado para enfrentar aquele lugar, só de lembrar de tudo que havia acontecido dava uma aperto no peito, Steve sabe que escolhera as melhores atitudes, mas saber que o grupo que considerava parte de sua família estaria quebrado, isso era demais, no final só estava adiando de lidar com tudo aquilo.

Após ter posto uma roupa foi para a cozinha que se encontrava logo à frente do seu quarto, sua mãe fazia panquecas com um sorriso brilhante e seu pai dançava ao lado da esposa ao som de uma música antiga, ao qual saia através do rádio. Steve só pode sorrir com a cena antes de ser puxado pelos braços e iniciar uma dança com seu pai Joseph, Sarah ria em alto som com a forma desengonçada dos dois homens. Quando a mulher terminou de fazer as panquecas, deu um beijo no cabelo loiro do jovem, e se sentou ao seu lado sendo seguida do marido que sentou a frente de ambos. As conversas eram descontraídas, as piadas antigas contadas por Joseph arranca gargalhas altas dos outros dois. Mas Steve sabia que em algum momento iria chegar, e com sua forma carinhosa e cautelosa de ser, Sarah deu início

-Stee, meu querido sabemos o quanto passar por tudo aquilo tem sido difícil para você, eu não imagino o quão doloroso é para vocês perderem um amigo, principalmente alguém tão altruísta como Rhodes era, mas você precisa seguir em frente, precisa voltar a sua vida e poder ajudar seus outros colegas. -Steve sabia do que sua mãe estava falando, estava tentando melhorar, estava tentando ficar bem, mas havia perdido o amigo a dez meses, e com ele uma parte de todo grupo também se fora.

O loiro olhava com os olhos lacrimejados para a mãe, não sabia o que falar, ela havia sido tão paciente e compreensiva, e ele sabia que ela estava certa, o que havia sobrado do grupo precisa de Steve. Com isso abraçou apertado a morena, pode sentir ela acariciando seu cabelo, se sentia tão seguro ali, logo Joseph se juntou aos dois e abraçaram de forma acolhedora, mostrando que estariam sempre ali pelo garoto.

Depois do momento com sua família, Steve mandou mensagens aos amigos para se encontrarem de tarde, já que não haveria aula no dia. Apesar de ter visto eles a dois dias atrás, sentia saudade dos momentos ao lado de cada um.

Quando deu o horário marcado, Steve pôs um calça jeans clara e uma camisa azul, antes de sair depositou um beijo na bochecha de Sarah e abraçou seu pai, e seguiu a caminho da cafeteria, não demorou muito para chegar.

Quando chegou Sam e Bucky brigava por um pedaço maior de um cookie, Thor ria da discussão dos dois, e Wanda olhava de forma incrédula por tamanha infantilidade dos dois, Steve chegou e cumprimentou a todos, dando um abraço e afagando o cabelo de Bucky. Sentou ao lado da ruiva e iniciou uma conversa com o demais do grupo, tendo uma falha tentativa em intervir na discussão dos dois a sua frente. O ambiente era aconchegante, com cores beges nas paredes e flores espalhadas por toda a cafeteria, a mesa ao qual estavam era ao lado de uma janela que dava de frente para a rua, nessa que viram Natasha e Clint caminhando para dentro.

Os irmãos empurraram lentamente a porta e adentraram o local, indo direto a mesa com o resto do grupo, se cumprimentaram e se juntaram a mesa, tendo Nat ao lado esquerdo de Steve e Clint no meio de Sam e Bucky.

-Onde está Peggy? -indagou Natasha de forma curiosa.

-Não temos ideia -disse Thor de forma sarcástica

O grupo informa com cautela do ocorrido na manhã passada para Steve, ao qual se encontrara com os olhos opacos e perdidos.

-Não tem o que fazer, Tony é muito ranzinza e orgulhoso, parece uma criança mimada, qual é, eu e Bucky também estávamos no carro, quem iria adivinhar que iríamos sofrer um acidente -Era a voz de Sam, que falava com certa frieza, estava cansado do moreno.

-Ele está quebrado Sam, perdeu o melhor amigo, e não tem mais ninguém, éramos os únicos ao seu lado, ele só precisa que alguém que o ajude a superar isso, precisa de nós -Nat falava com mágoa, era a única que parecia defender Tony, ninguém se importava com o castanho por conta de sua personalidade, mas apesar do seu jeito arrogante e grosseiro, Nat sabia, era só mais um garotinho arrasado.

-E não seremos nós que iremos o curar, ele já e grandinho o suficiente para se cuidar sozinho, é desgastante ter a culpa jogada nos seus braços sempre, se você quer ficar ao lado dele, sinta-se a vontade Nat, mas pedir isso a nós já é demais -a voz de bucky saia com tanta rispidez que qualquer um ali desconhecia.

Os olhos de Nat e Steve se cruzaram, nos de ambos transbordava medo, sabia que todos se preocupavam com Tony, mas se lembrava bem de Tony gritar no funeral de Rhodes que Bucky era um assassino e ver o moreno se juntar com um grupo de pessoas para espancarem Bucky. Aquela cena era tão clara na cabeça de todos ali em volta, depois daquilo nunca mais mantiveram contato com o moreno, apenas Nat, que nunca o abandonara.

Natasha argumentou e teve apoio de Steve, ao qual não gostava da situação, apesar de achar Tony irritante não poderia deixá-lo se autodestruindo, Rhodes os odiaria por aquilo. Todos estavam pensativos sobre o assunto, não sabiam o que fazer, estavam perdidos. A mesa se encontrava um silêncio, até o momento que Clint comeu um pedaço grande de cookie no prato a sua frente, e se iniciou uma grande falação entre os três. Em poucos segundos a tensão na mesa desaparecera, e podia se escutar falação por todos, exceto Steve que estava distante.