cap. 9

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-Eu acho que sou bissexual -A frase do loiro fez a ruiva levantar os olhos para si e rir de forma intensa
-Por que está rindo Natasha?

-Me encanta ter descoberto isso só agora

Os dois estavam na lanchonete, depois da noite anterior Steve pensou muito sobre, e ligou para Nat para se encontrarem na lanchonete mais próxima, sabia que a amiga o ajudaria

-Do que está falando?

-Você já não beijou garotos?

-Já, mas eu estava bêbado Nat, não sabia o que estava fazendo

-É claro que não sabia -Nat estava com um sorriso no rosto

-Será que você pode parar de agir como se fosse tão óbvio e me ajudar, estou surtando

-Você quer o que, uma carteirinha de bissexual? é o que você é Steve, não muda em absolutamente nada, você continua sendo um loiro oxigenado ridículo

-Obrigada pelo elogio -mandou beijos para a amiga que estava na sua frente
-Mas é sério, como já sabia?

-Eu sei de tantas coisas que você ainda não sabe, que te contaria nesse exato momento, mas acredito que você já saiba só nega a si mesmo

-De que merda você está falando Natasha?

-Enfim, como se sente com sua carteira de bissexualidade? -O loiro mostrou dedo para a garota ruiva, que soltou uma risada alta

-Estou pensando em falar com os meus pais, acha que eles aceitariam?

-Pelo amor, estamos falando da tia Sarah e do tio Joseph, acho que a última coisa da vida que eles seriam é homofóbicos

-É, também acredito que eles vão me apoiar, mas outra pergunta, como descobriu sobre Tony - Ouvir aquilo fez a ruiva se engasgar com a café que tomava, ela se perguntava se seus amigos eram uma porta, será que só ela percebera?

-Então Tony contou? -Estava sendo cautelosa, Tony tinha muita insegurança em relação a sua sexualidade, mas ficara feliz em saber que havia contado para alguém

-Contou, agora responda minha pergunta

-Da mesma forma que descobri sobre você, não tem como esconder as coisas para mim, eu descubro sobre tudo - A ruiva falou piscando para Steve

O loiro riu, conversaram sobre como se sentia sobre ter se descoberto, não ficaram por muito tempo, Nat tinha que fazer algo, se despediu de Steve, ao qual continuou ali sentado, apenas ele e seus pensamentos

Ele havia beijado alguns garotos, mas como dissera a ruiva, estava bêbado todas as vezes, e isso de alguma forma o fazia acreditar que não tinha vontade fazer isso sóbrio, mas isso não era verdade, sentia atração por garotos da mesma forma que se atraia por meninas

Sua cabeça rodeava em volta de uma só questão, também sentiria sentimentalmente por um garoto, Steve havia se apaixonado apenas duas vezes na sua vida, e namorou as duas garotas, uma durante dois meses e a outra por dois anos, se lembrava da sensação de estar apaixonado, da forma que o coração acelerava, as mãos tremia, os olhos brilhavam, e a barriga parecia voar centenas de borboletas, as mãos formigava e tudo parecia ser belo. Ele podia sentir isso por algum garoto? Pensar daquela forma o fez sorrir, se apaixonar por algum garoto não parecia uma ideia distante

Pagou a conta da lanchonete e saiu para fora, queria contar sobre sua nova descoberta para seus pais, afinal, não havia nenhum segredos entre eles, e seus pais aceitariam, não aceitariam?

Subiu na moto e fora para o lugar que ia sempre que precisa pensar, foi de forma lenta para apreciar o caminho, era longe da cidade, uma estrada vazia onde subia um morro alto, subira de a pé até o alto do morro e quando chegou deitou-se na grama e apreciou a beleza do horizonte, olhou de forma intensa para o laranja do pôr do sol, sorriu com a brisa leve no seu rosto

Durante aquele curto período conseguiu dar um minuto de paz a sua mente, respirava fundo a cada vento que passava por ele, escutava o barulhos dos pássaros cantando e esquecia do que o esperava, com os olhos fechados e um sorriso se lembrou de um momento

-Olha Steve eu te levarei a esse lugar porquê me sinto melhor quando estou lá, talvez se sinta assim também

Tony pegou a mão do loiro e o guiava para o carro, onde apenas falou "paraíso" para o motorista e esse sorriu e começou a dirigir, fora alguns minutos dentro do carro, e em nenhum momento Tony soltara a mão de Steve, quando chegaram Tony saiu correndo para fora e levou consigo Steve

Era um campo aberto cheio de flores, na sua maioria roxas e azuis, era lindo, tinha uma árvore enorme no meio das flores e encima possuía uma casinha

-Esse é o meu lugar de conforto, a gente pode dividi-lo, quando se sentir mal pode vim até aqui, tem alguns livros lá encima na casinha -Com a sua forma tagarela e sorridente de ser ele engatou sem mesmo ter tempo para respirar

Steve sorria de forma idiota para aquilo, passara aquela tarde inteira, no "paraíso" juntamente com Tony, escutava o moreno falar sem parar, e aquilo o fazia sorrir abertamente, não era irritante, era confortável

Os olhos de Steve se abriram e deparou-se com um céu escurecendo, sorria de forma larga com a lembrança de anos atrás, quando o amigo o levou para o seu "paraíso", agora Steve estava no paraíso que ele mesmo havia encontrado. Se levantou de forma lenta e deu uma última olhada para o lugar, desceu o barranco e se dirigiu a sua casa

Quando abriu a porta viu seus pais dançando uma valsa no meio da sala, o casal ria e se olhava de forma apaixonada, Steve precisa contar, ele iria contar, adentrou-se a casa e interrompeu a dança dos seus pais, os dois lhe abraçaram de forma aconchegante e reconfortante, beijaram a bochecha do filho de forma carinhosa

-Preciso contar algo para vocês

-Pode falar filho, estamos aqui em todos quesito para ti -Joseph falava de forma afetuosa

O loiro se sentou no sofá, respirou fundo e olhou os pais que o observava de forma preocupada, Steve respirou mais uma vez e então falou

-Pai, mãe, eu sou bissexual

Uma memória perdida Onde histórias criam vida. Descubra agora