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Ao entrar no quarto o bruxo encostou as costas na porta atrás de si e escorregou em direção ao chão frio. Não havia mais lágrimas para serem derramadas, a garganta arranhava por conta dos gritos. Sua pele estava mais pálida doque de costume, olhos e semblante abatidos. A cabeça doía e girava.
Ele reuniu suas forças para levantar, tirou o casaco que vestia junto das botas surradas. Ártemis sempre o mandava comprar novas, mas ele nunca quis trocá-las. Morgana havia lhe dado de presente no dia de seu aniversário de 17 anos, o presente da família.
Deixou tudo em seu devido lugar, quando iria se deitar na cama, parou estático. Seus joelhos cederam, se debruçou sobre a borda da cama arrumada e baixou a cabeça tentando tirar a tristeza de dentro do seu peito quando viu o bilhete sobre os papéis.
Sobre os dois pedaços de papel estava um post-it cor de rosa com uma letra cursiva e alinhada.
" nossa próxima parada"
Duas passagem para Paris no nome de Gabriel Miller é Ártemis Bennett...
O lugar onde Ártemis mais gostaria de ir.
Em meio ao desespero, a dor, o luto e mais ideias na cabeça o homem foi rapidamente até sua mesa, onde ficava seu matéria de alquimia. Os frascos rotulados e perfeitamente organizados. Miller pegou o caldeirão, misturou algumas ervas junto de líquidos dos frascos. Por último recitou palavras indecifráveis e uma fumaça vermelha saiu do caldeirão desaparecendo no ar.
Colocou o líquido em um pequeno pote, logo o ingerindo, não se importou em arrumar a bagunça que havia acabado de fazer. Se deitou na cama, no seu lado da cama, deixou o espaço da Bennett vago.
Uma de suas mãos tocando o lado dela, buscando um conforto que não seria concedido.
Um
Dois
Três
Gabriel Miller entrou em um sono profundo que aos poucos iria desligar seus órgãos sem lhe causar dor.
[...]
Elliot subiu os degraus da escada rapidamente, estava na hora da janta. Queria saber se o garoto Miller iria descer ou preferiria jantar em seu próprio quarto. Entenderia se ele escolhesse a segunda opção.
Chegando na porta, colocou a mão na maçaneta. Seu corpo paralisou, nenhum batimento cardíaco.
Sabia que Gabriel não havia saído do quarto desde que chegou.
Só havia uma alternativa para essa questão.
Jones colou a testa junto a porta antiga de madeira, e deixou as lágrimas molharem seu rosto novamente.
Mais uma perda...
Perdendo de novo e de novo...
Mais gente pra enterrar.
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