𝟎𝟑. 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎 𝐏𝐄𝐑𝐈𝐆𝐎𝐒𝐎

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Aurora pode ter adorado água por um momento, mas sempre teve pavor de tempestades de trovões

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Aurora pode ter adorado água por um momento, mas sempre teve pavor de tempestades de trovões.

Ela sabia que a tempestade Agatha estava chegando, mas ainda assim decidiu sair para o ar úmido com nada além de seu telefone e o moletom de JJ sobre os ombros. A playlist que ele criou para ela estava tocando em seus fones de ouvido, alguma velha canção enchendo seus ouvidos. Um pequeno sorriso estava em seu rosto enquanto ela pensava no garoto, os dedos brincando um com o outro em transe. A música soava em seus ouvidos tão alto que ela não ouviu o primeiro estrondo do trovão. Os céus giravam acima de sua cabeça e ninguém estava à vista, mas lá estava ela, sonhando acordada com seu namorado. A primeira gota de água pousou nas costas de sua mão. Ela pulou ligeiramente, levantando a mão para olhar ali. Com sobrancelhas franzidas, Aurora olhou para o céu. E, claro, outra gota de chuva caiu, bem em seu olho esquerdo.

— Merda! — Ela falou, as mãos cobrindo o olho ferido. Uma respiração áspera saiu de seus lábios enquanto ela esfregava o olho, tentando limpá-lo da água fresca. Outra gota de chuva caiu. Depois outra, e depois outra. Aurora tirou os fones de suas orelhas, tentando desesperadamente não deixá-los serem danificados pela água enquanto os enfiava no bolso.

E então ela ouviu.

Um som terrível e doloroso. O som de um trovão estrondoso, bem acima de sua cabeça. Seu coração parou. Tempestades traziam duas coisas: enormes massas de água e a lembrança eterna do dia em que ela quase morreu. Era como se assim que a tempestade iniciasse sobre ela, ela fosse jogada de volta ao oceano, agarrada ao braço de seu pai para salvar sua vida. Ela via novamente seus cabelos encharcados e suas mãos escorregando das mãos de seu pai. Via mais uma vez ela afundando nas águas abaixo, desmaiando ao longo do caminho.

Ela nem percebeu que estava correndo. Era tudo subconsciente. Sua mente lhe disse que era muito longe para chegar em casa com este tempo, e sua melhor aposta era encontrar um dos meninos. A casa de JJ estava quase fora de cogitação, com Luke estando lá. A de Pope ficava muito longe e perto demais do oceano para seu gosto. O que a deixou cogitando sua última opção. A casa de John B, o chateau.

Seus tênis batiam no chão de concreto enquanto ela dobrava as curvas, correndo como se sua vida dependesse disso. A garota trêmula correu como se não houvesse amanhã. Respirações pesadas saíam de seu lábios, o cabelo caindo sobre seus ombros pesadamente.

Ela podia ver o mar no horizonte. As ondas estavam ficando agitadas. Certamente seria o suficiente para alguém perder o controle e se afogar, assim como seus pais. Seu coração martelava contra sua caixa torácica, tentando se libertar dali e deixar seu próprio ser. Seu cabelo estava grudando no rosto por mais que ela o afastasse. Um fluxo constante de lágrimas caia de seus olhos, manchando seu rosto rosado.

Sua mente estava tão focada em ficar em segurança que ela nem percebeu que seu telefone estava tocando em seu bolso. Tudo o que ela queria fazer era sair da tempestade e se secar, a cabeça girando com o pensamento de ficar presa nela para sempre, como seus pais ficaram.

𝐓𝐇𝐄 𝐊𝐈𝐍𝐆, 𝘑𝘑 𝘮𝘢𝘺𝘣𝘢𝘯𝘬Onde histórias criam vida. Descubra agora