Degustação do 3° livro O Novo Dono
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Ramon narrando...
Estou inquieto, algo me traz a pior sensação que já pude sentir, e nem sei de onde vem.
Não é algo novo...Meu pior inimigo vive na minha mente.
Eu sou meu pior inimigo, e não tem como lutar contra isso.Estou inquieto...Tenso
Vejo a comunidade inteira , daqui, de onde estou...
Meu lugar...Escondido. Fenda no morro, fenda no tempo. Me perco nos dois.Estou fumando algo, o dia inteiro passei assim, mas não funciona da forma que eu queria...Não me alivia, eu tô bagunçado.
Levanto, ando até a ponta do abismo...
Na minha vida, existiram muitas pontas como essa.
Eu lutei bravamente pra não me jogar por elas.
Olho os meus pés; a fumaça que sai da minha boca, expande e eu vejo um tênis caro, tatuagem que sobe da canela até o joelho.Avisto a frente, uma idéia me atinge como um soco.
O Rio de Janeiro é meu!O que o dinheiro puder comprar, mando trazer.
Mas porquê não consigo paz? Não era tudo o que eu queria?
Ser alguém?
Eu sou!Meu rádio soa, eu desligo a frequência.
Mas podia pegar ele agora e dizer qualquer coisa, pedir qualquer coisa.Ninguém poderia trazer o que quero!
Meu telefone toca.
Porra, vai se foder, não quero falar com ninguém. Meu espírito está tragado por algo que não consigo dominar, então me deixa quieto.
A merda do toque ressoa , e me incomoda.
Atendo.
_Eu tô aqui, do jeito que você pediu. Trouxe tudo! Vai brotar ou eu posso finalizar?
Aquilo faz meu coração acelerar; eu sei do que se trata.
Olho as purpurinas lá embaixo...As luzes da cidade parecem brilho, no meio de uma escuridão imensa.
Dentro de mim não há brilho algum.
Eu respiro e respondo._Me aguarda, tô chegando!
Saio pela fenda, de paredes amarelas, pixadas.
Um exército me aguarda. Dou a ordem._Vou sozinho! - Digo, trepando na moto.
Dou um 180 digno de quem pilota desde moleque. Mas essa era minha...Não era roubo, eu não estava fugindo de ninguém, além de mim mesmo , se pudesse.
Subo até o lugar ermo, abandonado, o mato alto esconde a frente, um campo de terra batida, que se abre meio claro, vermelho, terracota.
Motoboy, Tesoura, mas a frente, Ari.
Esse me para, digo, o Ari._Tem certeza? - Ele segura meus ombros e me olha profundamente - Seus olhos parecem duas bolas de fogo! Você...
Eu me movo, de forma que suas mãos desencostam e daí eu que o olho profundamente.
_Cadê?
Ele abaixa a cabeça e segue em frente.
_Vocês dois, esperam aqui! - Ele diz, se virando pros cars que conheço há uma cota. Na verdade, esse trio era a minha parceria de muito tempo.Eu o sigo e vamos indo ao estreito que passa por uma barreira muito estreita.
Então eu consigo ver.
Greyce amarrada, ajoelhada. Quando me enxerga, vejo seus olhos vermelhos. Sua boca está vedada por um pano velho e ela tenta falar, mas não sai nada, além de uma baba de saliva acumulada.