Overthinking: Mob's diary

Auto-descobrimento

Mob escreveu isso durante a madrugada de seu aniversário, ele havia acabado de completar seus dezoito anos e estava decidido a ir embora. Seus pensamentos eram que com a promessa feita a sua família do Arizona, não havia como voltar pra casa, e que se voltasse o veriam como um covarde após fugir dos problemas de seus tios. Realmente ele se cobrava demais, por mais que ele achasse que havia melhorado de sua depressão por ter parado de ingerir os medicamentos, ele estava errado. agora mais vulnerável do que nunca, saiu vagando sozinho para sua terra natal em busca de abrigo.

Antes de sair de casa, ele arrumou algumas coisas que cabiam em sua mochila, não saiu com mais nada, além de seu celular e suas roupas. Mob acreditava que ninguém o iria procurar, porém como medida preventiva desativou suas redes sociais e comprou um chip novo.

Durante o trajeto de ônibus, o sol ia surgindo, seus pensamentos estavam mais destrutivos do que nunca. Mob buscava um sentido pra quilo tudo, se perguntava se tudo realmente valia a pena. Sua vida é bagunçada des de que ele se conhece por gente, aprendeu a aceitar as coisas de cabeça baixa, nunca havia tomado uma atitude pensando em si mesmo, quando finalmente o fez deixando aquele ambiente que o deixava mal se sentiu uma pessoa egoísta. O garoto pensava em sua vó e mãe, que talvez ficariam preocupadas ao receber a notícia. Mais quando pensava em voltar pra casa delas o medo corroía seus pensamentos o chamando de covarde, ele estava decidido a ficar sozinho, que talvez ele realmente era um fardo para as pessoas ao seu redor. A falta de afeto tornou ele um garoto medroso, com tendências destrutivas, o trauma de buscar mudança em sua vida e sempre voltar a estaca zero fizeram com que ele começasse a fugir. Sua vó e mãe realmente o amavam, mas ele não queria decepciona-las.

Acreditando estar fazendo a coisa certa, decidido, ele corre em direção a trazer felicidade para as mulheres que acreditavam nele, por mais que seja de seu jeito.

Mob chega em Arizona, não tem dificuldade em achar um lugar para morar, ele havia guardado bastante dinheiro pra se manter durante uns meses, mas não iria durar pra sempre, então ele precisa de um emprego. Seu currículo é extremamente completo e bom para um garoto de sua idade, Mob trabalha des de os 15 anos e começa a distribui-los. Mas enquanto não tem respostas ele precisa realizar sua matrícula em alguma escola para terminar o ensino médio, assim como ele fez em NY, ele se matricula a noite.

Com a matrícula feita, ele precisava voltar às aulas. O que aterrorizava o garoto era ter que lidar com pessoas, pessoas novas. Como já estava no meio do ano ele viu que talvez não fosse tão ruim, decidiu ser invisível, entrar na escola e interagir só o necessário, com professores e talvez em trabalhos em grupo. Assim Mob faz, em seu primeiro dia na escola nova as pessoas quase não olhavam pra ele, por mais que talvez ele tivesse alguma atenção em sua turma por ser um aluno novo, porém não passou disso.

No caminho pra casa, mais uma vez sozinho, ele se perde em seus pensamentos. Mob passa por uma farmácia, logo se vê a encarando. Será que valia a pena? Se afundar de novo naqueles remédios que o escravizaram durante tanto tempo, seu refúgio durante os tempos difíceis, foi aquilo que o levou para onde ele estava naquele momento.

Mob logo é cutucado por uma mão delicada.

-Ei, você é o menino novo não é?

Quando ele vira, se depara com uma garota de sua turma. A menina tem olhos cativantes, puxados, mas não é oriental, sua coloração é de um castanha claro, por mais que estivesse escuro ele consegue ver seu reflexo em seus olhos. Cabelos pretos, tão escuros que pareciam pintados, na altura dos ombros com uma franja que quase cobriam as sobrancelhas, eles eram lisos e parecem bagunçados. Lábios inchados, quase como um preenchimento. Uma voz encantadora, pareciam melodia, talvez porque ela quase falava cantando.